“Por amor, Deus se manifesta ao ser humano para comunicar-se a si mesmo, para admiti-lo à comunhão consigo e fazê-lo participante sua natureza divina”(DV 2).

O cuidado com a comunicação e a linguagem são extremamente importantes nos dias de hoje, principalmente para a Catequese. Nossas palavras não conseguem dizer tudo que pensamos, desejamos, vivenciamos, experimentamos ou queremos. Então, transmitir a fé se torna muito mais difícil, mas também é muito mais importante a maneira e a que se deve fazer isso. Assim, a linguagem para transmitir a fé cristã deve ser uma linguagem simples, compreensível, sem perder a beleza da mensagem de Deus que nos encanta.

E a mensagem é Jesus Cristo! O sentido da vida de Jesus que caminhou conosco, fez a experiência de como viver como humano no meio de nós e nos ensinou os caminhos que deveríamos fazer.

Assim, nas nossas catequeses, não devemos inicia-las apresentando todo o Primeiro Testamento, trazendo primeiro o amargor do pecado de Adão, ao invés ser apresentada a beleza da Graça da criação. Não que o pecado não surgirá na Catequese, mas não é ele o protagonista da mensagem cristã, e muito menos da história. A Catequese tem a centralidade em Jesus Cristo e devemos começar apresentando Cristo.

Um outro critério que deve ser considerado para a mensagem cristã, e que muitas vezes existe dificuldade em colocar em prática, é o da Exigência de Inculturação, uma vez que a mensagem evangélica é destinada a Todos os Povos.

Por isso, as perguntas que foram feitas junto aos critérios, para apresentar a mensagem devem ser lembradas: qual é a pessoa central da Catequese? Qual é o objetivo que desejamos alcançar com a Catequese cristocêntrica? Qual é a tarefa, e a proposta do Deus de Jesus Cristo apresentado na Catequese? O que é dignidade humana?

Anúncio da boa nova do reino de Deus em vista da Salvação. Implica em uma mensagem de conversão e libertação.

Falar da ação salvadora de Deus é falar do seu amor e gratuidade. Um amor incondicional através do qual Deus propõe em liberdade, não impõe. Respeita a caminhada, processo e o melhor de cada um. Defende com convicção a dignidade humana. Sua mensagem é exigente, mas para TODOS, não para alguns. Movido por sua bondade, ele toma a iniciativa de revelar-se ao ser humano e de sair ao seu encontro. Ao revela-se aos homens como a amigos (DV 2), Deus abre-se, assim, a caminho do diálogo, favorecendo o encontro interpessoal e a comunhão de vida. Deus os interpela para que livremente entrem em amizade com ele e se abram à salvação libertadora. Dessa maneira, o ser humano é reconhecido como ser idôneo. Confia no coração humano porque sabe que a pessoa é capaz de se recuperar. Jesus fala do Reino de Deus após ouvir seus interlocutores.

Nesse sentido, a mensagem cristã na Catequese, para ser fiel a esse critério deve também denunciar profeticamente os aspectos desumanizadores da vida social, assim como as estruturas e mecanismos sociais injustos, que mantém uma sociedade opressora.

A todo instante a Catequese haverá de fazer perguntas, quando se diz critérios, para apresentar a mensagem cristã, não se deve pensar em conceitos, seria simplificar demais a nossa fé fechando-a só em alguns conceitos. A Palavra de Deus Encarnada, que é a de Pessoa de Jesus é o acontecimento central que vai dar sentido a todos os outros critérios, da própria opção de vida. A fidelidade da proposta do amor de Deus por nós deve ser garantida na mensagem.

A Catequese deve considerar mais a linguagem existencial dos catequistas e dos próprios catequizandos. valorizando as experiências de vida. A postura corporal, o olhar, o acolhimento, o tom de voz o modo de proceder é a mensagem em prática. Na verdade, a proposta cristã põe à prova, de maneira dinâmica e bem existencial, tudo o que a pessoa é, faz e sente. É uma proposta transformadora.

Neuza Silveira de Souza. Coordenadora do Secretariado Arquidiocesano Bíblico-Catequético de Belo Horizonte.

Arquidiocese de Belo Horizonte