[Artigo] Compreendendo o tempo Natalino como lugar da revelação de Deus - Neuza Silveira 

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“Cantai ao Senhor um canto novo (…) ó terra inteira (…) dia após dia anunciai sua salvação” (Sl 96, 1-2).

O Natal é a celebração do amor, a festa da esperança, a certeza da realização plena das promessas de Deus com o nascimento de Jesus, um nascimento que nos convocam, a cada ano, a nascer de novo para o amor.

Ao preparar o nascimento de seu filho, Deus enviou seu mensageiro a uma virgem de Nazaré, que foi saudada com a alegria da sua presença: “Alegra-te, cheia de graça! O Senhor está contigo” (Lc 1,28). É o Filho de Deus que assume a condição humana e se encarna no seio da Virgem Maria. Assim diz São Paulo: “Quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher” (Gl 4,4). Jesus é a verdadeira luz que vindo ao mundo iluminou todo o ser humano (Jo 1,9). Todos estes ensinamentos nos colocam em harmonia com esse tempo de Natal e todos são chamados a celebrar com alegria, comemorando o nascimento de Jesus.

O mistério da encarnação

O mistério da encarnação de Jesus é o início de um caminho concreto que faz parte da história humana. Um caminho que é construído por Deus para vir fazer morada no ser humano. Uma grandeza de amor que tomando nossa condição humana, faz-se pobre, nasce em uma manjedoura, lugar de alimento, fazendo-se alimento para nós, e cresce no meio dos homens, faz-se homem conhecedor da realidade do seu povo, o que o faz lutar para que a vontade do Pai aconteça. Dessa maneira Deus se revela, deixando de lado as instâncias de prestígio e de poder e nos mostrando que seus caminhos são os da ternura e do amor. É o Deus que se dá e desta doação surge o Filho. No Filho a verdade, a bondade, a beleza e toda riqueza infinita de ser do Pai se expressa e concretiza.

Em Jesus Cristo, Deus se entrega aos seres humanos e, com isso, está totalmente sujeito ao agir e às decisões das pessoas. Trata-se de um ato de confiança. O Senhor que se apresenta no nosso meio não para nos intimidar, mas para que possamos conhecê-lo e amá-lo. Ao se manifestar como criança em uma manjedoura, em um estábulo, ele se torna um desafio constante para nós. Ele nos convoca ao amor: que amemos efetivamente a todos e abramos o nosso coração àqueles que chegam a este mundo, assim como amamos a esta criança que acolhemos no Natal.

Continuemos a dizer “sim” assim como Maria. Um sim de resposta ao amor de Deus. Um sim ofertando o melhor de nós para Deus, através do bem que fazemos e do perdão que humildemente pedimos e com alegria damos aos nossos irmãos.

Viver o tempo de Natal é um desafio para todos. Quando compreendemos o que nos é revelado no Natal, esse Deus que se faz um de nós e nos convocam a amar a todos, assim como ele nos ama, precisamos tomar atitudes, renascer para novo jeito de amar, de acolher, de olhar para as realidades presentes e colaborar para que aconteça o amor, a justiça e a solidariedade entre todos.

Este é o sentido de celebrar o Natal. É sempre um convite para que não fiquemos apenas com as festas e presentes. A cada ano, somos chamados a ajustar a nossa vida à proposta de Jesus. Fazer uma avaliação da caminhada de fé e retomar o caminho. Que como Maria, possamos dizer: “A minha alma engrandece o Senhor, e meu espírito se alegra em Deus, meu salvador” (Lc 1,47)

Que neste tempo Natalino, possamos compreender melhor Jesus que renasce em nossos corações. Ele que se aproxime de nós na mansidão de uma criança, também se aconchege no coração das crianças e dos jovens que serão o futuro da nossa Igreja.

Fortalecidos no Espírito missionário, sejamos todos anunciadores de sua mensagem.

Neuza Silveira de Souza

Coordenadora do Secretariado Arquidiocesano Bíblico-Catequético de Belo Horizonte.

 

 



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