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[Artigo] Como fazer o Reinado de Deus acontecer – Neuza Silveira

Nesta semana iniciamos o período da Quaresma. No nosso calendário litúrgico, a Quaresma é o tempo de conversão, de reviver o nosso batismo. Tempo em que a Igreja nos proporciona para preparar para a grande festa da Páscoa. É tempo para nos arrependermos de nossos pecados e de mudar de vida. Iniciando, pós-carnaval, na Quarta-feira de Cinzas, dia 22 de fevereiro, esse tempo quaresmal irá até a Quinta-feira Santa à tarde. Ao longo deste tempo somos chamados a viver com maior eficácia o jejum, abstinência, esmola, sacrifício, oração e escuta da Palavra de Deus.
Sempre em sintonia com o Santo Padre, o Papa Francisco, coloquemos como critério de vida o sentido da nossa vocação: Graça e Missão. Corações ardentes, pés a caminho. Ao se colocar a serviço do Reino de Deus, somos chamados a estar atentos à promoção do objetivo geral do 3º Ano Vocacional do Brasil que é promover a cultura vocacional nas comunidades eclesiais, nas famílias e na sociedade, para que sejam ambientes favoráveis a despertar de todas as vocações, como graça e missão, a serviço do Reino. Fazemos assim, a nossa parte para recuperar o ritmo e estilo de verdadeiros fiéis, que devemos viver como filhos de Deus.

O Papa Francisco nos convida a caminhar juntos e de tornar «mais evidente» a missão da Igreja de ser «testemunha da misericórdia». Nesse trabalho a Igreja, continuando com a obra de Jesus, trabalha para tornar visível o Reino de Deus.

Qual é a obra de Jesus?
Jesus é a Palavra do Pai, e, por isso: Sacramento. A palavra sacramento significa, em sentido teológico, um sinal visível de uma realidade invisível, de uma realidade maior. Paulo diz que Jesus é “a imagem visível do Deus invisível”. Em palavras simples, tudo o que acontece em Jesus, palavras e obras, tudo aquilo que ele faz nos revela Deus, o Pai em seu mistério. Assim, tudo o que a Igreja faz deve ser voltada para ser a imagem visível do Deus invisível. Ela é sacramento do Cristo, pois caminha à luz do Espírito Santo enviada por Deus em Pentecostes. Nós, reconhecidamente como Igreja, Povo de Deus, Corpo de Cristo e morada do Espírito, somos convocados para percorrer esse caminho se tornando Igreja visível do Reino de Deus. Esse Reino que nos mostra um mundo diferente do que vemos ao nosso redor. Um mundo como já nos referimos a ele no encontro anterior: um mundo em que os pobres, famintos, sem terra, refugiados de guerra terão voz e vez ao invés de dor e sofrimento; que seja concebido por uma nova ordem: justiça para todos, liberdade, cuidado com o planeta e os seres que nele habitam, paz, desenvolvimento sustentável; que seja construído sobre valores tais como honestidade, verdade, justiça; um mundo onde se pratica a misericórdia de Deus.

São Paulo chama a Deus, em 1 Cor 1,1-7, de Pai das Misericórdias, sublinhando assim a sua infinita compaixão pelos homens, que ama muito intimamente. Assim somos chamados a amar os nossos irmãos: com amor verdadeiro e misericordioso assim como Deus que se compadece dos homens, sobretudo daqueles que sofrem a miséria mais profunda, que é o pecado.

Para que aprendamos bem, a Sagrada Escritura ensina-nos com uma grande variedade de termos e de imagens que a misericórdia de Deus é eterna, isto é, sem limites no tempo, imensa, sem limites de lugar nem de espaço; e universal, pois não se limita a um povo ou a uma raça, e é tão extensa e ampla quanto as necessidades do homem.

Para enxergarmos essas várias imagens de Deus, só pela Graça de Deus que nos transforma e nos ajuda a trabalhar as nossas mentalidades que temos sobre Deus.

Neuza Silveira de Souza -Coordenadora do Secretariado Arquidiocesano Bíblico-Catequético de Belo Horizonte.



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