Catequizar é fazer ecoar a Palavra de Deus a todos que desejarem ouvir. Assim, “O catequista é, de certo modo, o intérprete da Igreja junto aos catequizandos e à comunidade. Ele lê e ensina a ler os sinais da fé, entre os quais o principal é a própria Igreja” (DCG 35).
Mas como comunicar os sinais da fé?
Para bem comunicar a Palavra de Deus, catequizar, o catequista precisa trabalhar um processo de comunicação visual que é uma maneira de informar e comunicar através de elementos visuais, como fotografias, vídeos, filmes, apresentações com imagens significativas sobre o tema, entre outros.
Todo recurso ou elemento que nos atinge visualmente, com o objetivo de transmitir uma informação, uma mensagem ou contar uma história é considerado um aspecto da comunicação visual essencial para ajudar os catequizandos a compreender as informações de forma mais fácil e rápida.
Comunicar é partilhar, é dialogar, é participar algo, é troca de informações entre seres humanos, entre a natureza, entre os animais, tornando o ato de comunicar uma atividade essencial para a vida em sociedade.
Segundo o Papa Francisco: a escuta é o primeiro e indispensável ingrediente do diálogo e da boa comunicação. Desde o princípio dos tempos foi assim. E os catequistas, enquanto comunicadores e anunciadores da Palavra de Deus, desenvolvem um verdadeiro ministério, um serviço à comunidade cristã, sustentado por um especial carisma de Espírito de Deus. Ao anunciar a Palavra de Deus, ele ajuda a comunidade a interpretar criticamente, os acontecimentos da vida, proporcionando-lhes a reflexão sobre a fé.
Na Palavra encontramos o verdadeiro amor de Deus direcionado a cada pessoa. Um amor que para nós, não basta apenas saber dele, mas experimentá-lo. Crer e experimentar o amor de Deus de Deus por nós. Um amor incondicional porque Deus é amor. Ele não exige que façamos antes algo para merecer sua atenção. Ele nos ama primeiro, nos escolhe para dar frutos. Nossa resposta a esse amor é testemunhá-lo ao mundo.
Uma boa forma de comunicação do catequista junto à comunidade é também feita pelo testemunho, pois uma boa comunicação supõe uma experiência de vida na fé e de fé capaz de chegar ao coração daquele a quem se catequiza. Assim, o compromisso de evangelizar em nome da Igreja, na função de intérpretes da mesma, deve ser como o de Cristo: um compromisso com os mais necessitados (Lc 4,16-21). O Filho de Deus demonstrou a grandeza deste compromisso ao fazer-se homem, pois se identificou com os homens, tornando-se um deles e tornando-se solidário com eles.
Jesus, ao iniciar a sua comunicação/missão, segundo o Evangelista Lucas, lança seu projeto de vida quando lê nas Escrituras a passagem de Is. 61,1-2: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar a remissão aos presos e aos cegos a recuperação da vista, para restituir a liberdade aos oprimidos e para proclamar um ano de graça do Senhor”. Ao terminar de ler estas palavras disse aos que ali estavam em uma escuta atenta: “Hoje se cumpriu aos vossos ouvidos essa passagem da Escritura”. Com estas palavras, Jesus assume em sua vida as Escrituras.
Assim também, nós catequistas, ao levarmos o anúncio da Palavra aos nossos catequizandos, devemos assumi-la como projeto de vida, para se fazer cumprir, antes de tudo, as exigências da justiça. Exigências estas que se caracterizam na preferência aos pobres. E aos catequizandos, devemos ajudá-los a assumir as atitudes de Cristo e se sentirem Igreja, experimentando-a como lugar de comunhão e participação, contribuindo para sua edificação.
Neuza Silveira de Souza. Coordenadora da Comissão Arquidiocesana bíblico-catequética de Belo Horizonte