Hoje nós não esperamos a vinda do Messias – que já apareceu em Belém há mais de dois mil anos –, mas a Sua manifestação ao mundo |
O Tempo do Advento (ano B) tem beleza própria, como veremos ao longo deste mês.
Este Tempo se caracteriza pela preparação da chegada do Filho de Deus ao mundo, o dia de Seu nascimento, Seu aparecimento na glória:
“Hoje nós não esperamos a vinda do Messias – que já apareceu em Belém há mais de dois mil anos –, mas a Sua manifestação ao mundo. É nessa perspectiva que adquire sentido o Tempo que dedicamos à preparação do Natal, Tempo que mais do que ‘Advento’, deveria ser chamado ‘Preparação para o Advento’” (1)
Nos dois primeiros Domingos do Advento, ouvimos passagens do Evangelho de Marcos, e no terceiro e quarto Domingo, João e Lucas respectivamente, uma vez que no Evangelho de Marcos não temos a narração da infância de Jesus.
Na primeira Leitura dos três primeiros domingos, ouvimos passagens do Livro de Isaías, e no quarto, do Segundo Livro de Samuel.
À luz das primeiras leituras, contemplamos a intervenção de Deus e do Messias trazendo a Salvação, promovendo a justiça e a paz. De modo que é notável o reconhecimento do Messias como o próprio Jesus, consagrado com a unção do Espírito Santo e descendente da casa de Davi.
As leituras insistem no caráter salvífico e misericordioso do Messias, na Pessoa do próprio Jesus, pois em Sua pessoa e obra realiza-se a presença e a salvação da humanidade.
Quanto à segunda leitura, refletimos sobre os aspectos característicos do Tempo Litúrgico, em sintonia com a temática das outras leituras do Domingo, com acentuação na referência cristológica, acentuando a dimensão escatológica nos três primeiros domingos, e a vinda à História, no quarto domingo.
Deste modo, no Ano B, temos um caminho a percorrer:
“passa-se do convite à vigilância (primeiro domingo), ao da conversão (segundo domingo), ao reconhecimento de uma Salvação já presente ‘no meio de nós’ (terceiro domingo), precisamente realizada na pessoa e na obra do ‘Filho do Altíssimo’ (quarto domingo)” (2).
Vivamos intensamente este Tempo, em recolhimento necessário, oração, confissão, novenas, encontros de partilha e comunhão, solidariedade concreta em favor dos que mais precisam, e assim a luz do Natal do Menino Deus há de brilhar para todos nós, e nossos caminhos obscuros serão iluminados.
(1) Lecionário Comentado – Ed. Paulus – 2011 – p.35
(2) Idem p.22
Dom Otacílio Ferreira de Lacerda
Bispo auxiliar da Arquidiocese de BH