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[Artigo]A ausência da conversão é o esvaziamento do Natal-Dom Otacílio de Lacerda, bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte

Ele que veio, vem e virá restaurar todas as coisas, reconduzir-nos ao paraíso perdido, como  compromisso  inadiável,  para  que construamos  uma  nova  realidade  marcada pela  acolhida,  harmonia,  fraternidade, partilha e amor.

Aproxima-se a Festa tão linda e tão esperada: o Natal, precedido pelo Tempo do Advento, em que nos preparamos com mudanças necessárias, em todos os âmbitos, para a frutuosa acolhida do Verbo e a frutuosa celebração do nascimento do Menino Deus, o Salvador da humanidade.

Tempo de escutar a voz de João, que não apenas grita solitariamente no deserto, mas grita também no sórdido deserto de nossas cidades: “Esta é a voz daquele que grita no deserto: preparai o caminho do Senhor, endireitai suas veredas!” (Mc 1, 3).

É tempo de conversão, de nos prepararmos para acolher o Espírito do Senhor, que nos enriquecerá com os Seus dons para que vivamos com sabedoria e inteligência; tenhamos o dom do conselho e da fortaleza; acompanhe-nos a ciência (conhecimento), o temor e a piedade.

Tempo de abandono da efemeridade, para que abracemos o essencial e eterno, na acolhida do “novo de Deus”, Jesus, e do Seu Reino de amor e verdade, justiça e paz, santidade, graça e vida.

Tempo de renovação da mentalidade, procurando fundamentar a vida em valores que edifiquem e santifiquem a vida, tornando-a mais conforme o desígnio divino.

Tempo de expectativa da vinda do Messias, mais que esperado, porque por Deus prometido. Ele que veio, vem e virá restaurar todas as coisas, reconduzir-nos ao paraíso perdido, não como de saudade inútil e estéril, mas como compromisso inadiável, para que construamos uma nova realidade, sem divisões, discórdias, discriminações, marcada pela acolhida, harmonia, fraternidade, partilha e amor.

Tempo de revermos o que precisa ser mudando em nossa vida pessoal, familiar, comunitária, social, cósmica…

A ausência da conversão é o esvaziamento do Natal! Que o grito de João não seja um ato solitário, mas que sejamos interpelados, a fim de que nos tornemos mais solidários, abrindo-nos ao indispensável propósito de conversão, mudança, transformação.

Que o fogo do Espírito queime nossos pecados e nos transforme, para um Natal verdadeiro, pois, somente a partir de corações novos, faremos com que o mundo tenha um coração novo!

 

 

 

 

Dom Otacílio Ferreira de Lacerda
Bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte



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