Jesus nos ensina que Deus nos criou para a comunhão com toda a criação. Assim, somos chamados a aprofundarmos nossa experiência de comunhão com todo o universo para que possamos cuidar de toda a vida criada.
Falar de Jesus Cristo é falar do Messias prometido, anunciado, enviado ao mundo, morto, ressuscitado e acolhido pelo Pai. Ele nos envia seu Espírito, constituindo para nós cristãos o principio e o fim. O Alfa e o Ômega.
Nesse sentido, o centro torna-se para nós a fonte da qual emana a vida nova. Encontrar o centro da própria vida exige determinação e perseverança. Nas religiões tradicionais, Deus é o centro por excelência. Dele tudo provém e para ele tudo converge. No Cristianismo, o centro por excelência é Jesus Cristo, o Messias, enviado do Pai, na força do Espírito. O Deus cristão é assim, Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo que, na plenitude dos tempos se revelou em Jesus de Nazaré. Em Jesus, todas as coisas foram feitas, na força e no poder do Espírito.
Jesus é o revelador do Pai
O desejo de conhecer e adentrar-se no mistério de Cristo tem em Jesus a resposta definitiva, conforme nos conta o Evangelho de João 1,18: “Ninguém jamais viu Deus: o Filho Unigênito que está no seio do Pai, este o deu a conhecer”: um Deus transcendente que se revela na história.
Na história do povo de Israel, Deus se dá a conhecer e vai ajudando o povo a se preparar para a vinda do Messias. Com a chegada do Messias, ou seja, na encarnação de Jesus, tem-se o cume da manifestação de Deus. Essa se concretiza quando Deus decidiu entrar na história humana e enviar seu filho amado para encarnar-se na história da vida e revelar o projeto do Pai. Assim, a revelação é o ato de Deus Pai que se manifestou por meio de Jesus, a fim de levar a humanidade à salvação. Nessa manifestação de Deus, Jesus Cristo é mediador supremo e plenitude de toda a revelação.
Qual é o projeto do Pai?
Trata-se de um projeto de salvação que se realiza em obras e palavras, um projeto que dá origem ao conceito teológico de “história da salvação”. Nessa história, Deus se torna tangível ao ser humano manifestando-se a ele para oferecer a salvação, esperando de cada um de nós uma resposta de fé.
A resposta a esse chamado se dá na relação do ser humano com Deus, com o universo e com o outro. Trata-se de uma história de amor e de seguimento. Para realizarmos esta caminhada, colocando-se no seguimento do Cristo, procuramos buscar na fonte as experiências do povo que experimentou Deus na sua história.
Nesse sentido, no Primeiro Testamento, Deus escolhe Israel para ser seu povo e seguir seus caminhos. O Segundo Testamento é a plena realização, na pessoa de Jesus, dos desígnios divinos preanunciados no Primeiro Testamento. Nele encontramos Jesus que responde ao mundo e pelo mundo diante do Pai. É ele, Jesus, o Verbo eterno, que inaugura sua atividade missionária, convida pessoas do meio de seu povo para segui-lo e partilhar com ele a vida, a missão e o destino. Após sua morte e ressurreição, os discípulos que caminharam com ele descobrem que ele era o verdadeiro Messias e, à luz da ressurreição, continuam a seguir seus passos relendo sua vida, a missão e a sua morte na cruz, dando a todos esses acontecimentos um novo sentido.
Assim, também, somos nós que, à luz da ressurreição e a partir das experiências dos primeiros discípulos, continuamos a caminhada sempre com Jesus no centro de nossas vidas.
Neuza Silveira de Souza,
Coordenadora do Secretariado Arquidiocesano Bíblico-Catequético de Arquidiocese de Belo Horizonte.