Você está em:

[Artigo] A Liturgia Comparada como método de estudo (2) – Padre Márcio Pimentel, Secretariado Arquidiocesano de Liturgia de BH

O fomento da vida cristã significa seu progresso e enriquecimento, o que se faz pelo exercício cultual. Esse verbo aparece na oração universal da Sexta-Feira Santa, relacionado aos catecúmenos, no sentido de aumentar-lhes a fé e o entendimento. Está associado, então, à perspectiva da iniciação.

O enriquecimento da vida cristã se dá como permanente iniciação ao Mistério (mistagogia) por meio das celebrações da Igreja. Esse número repropõe as celebrações da Igreja como fonte da vida cristã. E a Espiritualidade encontra na Liturgia seu primeiro e mais importante lugar. Essa não é, ainda, uma novidade do Concílio Vaticano II. São Pio X já propunha que os cristãos pudessem “haurir o verdadeiro espírito cristão” diretamente da Liturgia (cf. Tra le sollecitundini). Esse ensino será aproveitado pelos padres conciliares na SC 14.

Destacamos, ainda, a relação entre a reforma da Liturgia e renovação da Igreja. O cuidado com a reforma e incremento da Liturgia (instauranda et fovendam Liturgia curare) implicou a revisão geral dos livros litúrgicos (textos e ritos). O objeto refere-se a tudo quanto é passível de mudança, ou seja, aquilo que se refere ao significante, “as formas e meios pelos quais se pode exprimir o Mistério” (COUGIL: 2005, p. 126).

O objetivo da reforma é a renovação da Igreja, de modo que as razões não são ideológicas, mas contextuais. Nesse sentido, ao reformar textos e ritos, renova-se a própria Liturgia e com ela a Igreja, uma vez que, ao celebrar, a Igreja é mais especialmente ela mesma, pois se encontra explicitamente unida a Cristo. Na Liturgia se dá a transformação da Igreja pela atuação epiclética do Espírito Santo (cf. COUGIL, p. 129).

Padre Márcio Pimentel
Liturgista



Novidades do Instagram
Últimos Posts
Siga-nos no Instagram
Ícone Arquidiocese de BH