Você está em:

[Artigo] A Bem-aventurada Virgem Maria – Imaculada Conceição – Neuza Silveira

A solenidade da Imaculada Conceição se insere no contexto do advento em profunda sintonia com o mistério do Natal. Este tempo de Advento nos recorda o Deus da revelação, Aquele que era, que é e que vem.

No Advento, todos nós somos chamados à conversão, a nos prepararmos para a vinda do Senhor. No caminho, vamos fazendo a experiência dessa alegre esperança da vinda do Senhor. Os dois primeiros domingos do Advento nos colocam nessa expectativa da chegada: Ele virá. Sabemos que Ele vem e por isso queremos preparar o caminho.

Nos dois últimos domingos somos convidados a trabalharmos na preparação da chegada do Senhor, pois ele nascerá da Virgem Maria, a escolhida de Deus. Aí somos convidados a olhar para o seu nascimento, para a sua encarnação entre nós e prepararmos para o Natal que se aproxima, as festas em famílias, as celebrações litúrgicas etc.

Maria cheia de Graça

Maria, no Evangelho de Lucas, é chamada de “cheia de graça”. “Graça” é a vida de Deus em nós, que nos é dada de graça pelo próprio Deus. No texto do anúncio do nascimento de Jesus a Maria, pelo anjo Gabriel, a jovem de Nazaré é apresentada como aquela que recebeu o favor de Deus. O favor de Deus a Maria é a sua eleição para ser a Mãe, segundo a carne, mãe do Filho único de Deus. O anjo, chamando Maria de “cheia de graça”, anuncia sua missão de conceber e cuidar do Messias.

A iniciativa da encarnação do Verbo é de Deus, mas, para ser plenamente humano, Deus conta com o consentimento livre de Maria; e com José, seu esposo, darão existência histórica e humana à Palavra eterna do Pai. Na resposta a Deus, Maria se confia plenamente ao Senhor. Nisso ela é modelo do discípulo: mulher que escuta a palavra e a põe em prática. Maria é mulher totalmente disponível a Deus.

Maria Imaculada Conceição

O dia da Imaculada Conceição de Maria é sempre celebrada no dia 8 de dezembro. Desde o início a Igreja já venerava a santidade de Maria. É uma antiga verdade de fé, mas que foi promulgada por Pio IX em 1854. O dogma afirma que a Virgem Maria, Mãe de Deus, foi redimida antes de nascida. Ela foi concebida sem pecado original. Foi preservada da mácula do pecado original em vista dos méritos de seu Filho Jesus Cristo. Deus a preparou na santidade para dar a Luz ao seu Filho. E, pelos méritos de Jesus Cristo, através do batismo, também ficamos livres do pecado original.

Assim como Maria, somos chamados à santidade.

Deus nos chama à santidade. Assim como Maria também nós somos chamados a dar o nosso sim para acolher o Filho de Deus, ressuscitado, que retorna e envia seu Espírito para fazer morada em nosso coração.

Com o nosso batismo, nossa adesão à vida do Cristo, somos chamados a estar atentos para melhor conhecer aquele que nasce no meio de nós: o Filho de Deus que nasce trazendo sentido para a vida da humanidade.

Quando olhamos para o mundo com os olhos de Jesus, passamos a perceber que as exigências da vida cristã nos chegam com mais leveza, pois passamos a realizá-las com o mesmo amor que Jesus realizou seus ensinamentos.

Da mesma forma que Jesus encontrou no Abba (paizinho querido) uma fonte inesgotável de amor e de sentido, porque colocava todas as suas ações voltadas para o projeto salvífico do Pai, assim também nós podemos colocar Jesus mais próximo de nós, procurando ser exemplo “ao vivo” de seguidor de Jesus Cristo. Uma pessoa comprometida com a prática da vida cristã. Ser alguém íntegro, justo, solidário, de bem com a vida, alegre, cuidador da dignidade da vida e participante da vida concreta de sua comunidade de fé.

Na prática dessa vivência fazemos a experiência do amor de Deus. Uma experiência que nos leva para o conhecimento de Deus, para ser iniciado no “Mistério”. A gente só se conhece quando se reconhece amado.

Deus nos amou primeiro. E a experiência de ser amado por Deus modifica a vida. Todo esse amor de Deus foi plenamente revelado em Jesus Cristo. E todos nós somos chamados a fazer essa experiência de amor com Jesus para, na prática de nossa missão, promover o encontro com aquele que é a verdadeira alegria da nossa vida. A missão é o critério para verificar a verdade dessa experiência, uma vez que a missão emana da experiência profunda do amor de Deus.

Olhamos para Jesus e nele temos o modelo do ser humano conforme o plano de Deus.

Que possamos viver esse tempo de esperança preparando o caminho do Senhor nas nossas vidas, celebrando e vivenciando a Palavra, sem nada temer.

Neuza Silveira de Souza. Coordenadora do Secretariado Arquidiocesano Bíblico-catequético de Belo Horizonte.

 

 

 



Novidades do Instagram
Últimos Posts
Siga-nos no Instagram
Ícone Arquidiocese de BH