Desde quando cheguei a Belo Horizonte, com a missão de ser bispo auxiliar, antecipadamente conheci o arcebispo dom Walmor de Azevedo e logo comecei a me integrar no processo de evangelização da Arquidiocese. Não tinha o hábito de participação e presença em reuniões. Por ser uma arquidiocese de metrópole, complexa e com imensos desafios, fui introduzido em inúmeras reuniões que agora fazem parte do meu cotidiano.
Nessas reuniões semanais, com a presença assídua do arcebispo, como grande gestor, que integra as dimensões espiritual e humana no processo de evangelização, conduzindo as reuniões, aprendi três grandes máximas: a) “processos e passos”, b) “gráficos, fluxogramas e siglas” e c) “descrições narrativas” de como, à luz do magistério ordinário e extraordinário, evangelizar na capital das Minas Gerais.
Foi a partir destes insights que comecei a perceber uma maneira inovadora de evangelização bem definida, capaz de atingir todas as regiões episcopais, foranias, pastorais, movimentos e instituições da Arquidiocese. Perspectivas de sairmos do velho esquema institucional de evangelização para novos modelos de modo bem decidido.
Se quisermos entender esse processo de evangelização na Arquidiocese de Belo Horizonte, na gestão do arcebispo dom Walmor Oliveira de Azevedo, precisamos aprofundar o conhecimento sobre algoritmo. Uma metodologia totalmente inovadora que vem acontecendo no lançar as sementes do Verbo, na Arquidiocese da capital mineira. Propostas eclesiológicas da Igreja apresentadas pelo Arcebispo.
Não se trata apenas de um conceito da computação. No dia a dia, usamos o algoritmo. Quando acessamos um site, e-mail ou nos relacionamos nas redes sociais, usamos algoritmo. Fazer uma compra online, comprar uma passagem, renovar uma vaga no estacionamento, isso tudo existe por causa dos algoritmos. Tomar banho, seguir uma receita de bolo, trocar um pneu do carro, atender um telefone são algoritmos.
José Manzano, especialista em algoritmo, diz que “algoritmos são conjuntos de passos finitos e organizados que, quando executamos, resolvem determinado problema”.
Algoritmos são passos, procedimentos, processos necessários para a resolução de uma tarefa. Ele não responde à pergunta “o que fazer”, mas sim, “como fazer”. Tem um grande papel nas escolhas. São instruções que devem ser seguidas para resolver um problema ou executar uma tarefa. Usamos algoritmo a todo o momento, quando envolvemos pessoas para chegar a um fim. É um tipo de rotina que devemos executar.
Para evangelizarmos na contemporaneidade de maneira que tenhamos passos finitos e organizados, à luz do mandato missionário de Jesus Cristo, é necessário definir bem os “processos e passos da evangelização”, “ter uma representação esquemática da instituição e dos processos” e “uma narrativa bem descritiva de como operacionalizar todo processo de evangelização”:
a) Processos e passos: Na evangelização tudo gira em torno de Processos e Passos. Para anunciar a boa-nova temos que ter os passos e processos bem definidos. Tudo o que fizermos deve ser executado dentro de uma ordenação e sequência lógica. Nada devemos fazer de maneira aleatória. Os processos e passos devem ter padrões e regras a serem seguidas. O planejamento se faz necessário para solucionar os problemas.
b) Gráficos, fluxogramas e siglas: Sabendo que o foco é anunciar Jesus Cristo, podemos ilustrar os passos a serem seguidos com gráficos, fluxogramas e siglas. Essa representação esquemática de um processo, por meio de símbolos gráficos, para descrever passo a passo a natureza e o fluxo desse processo, evidenciará a sequência operacional que caracteriza o trabalho que está sendo executado.
c) Descrição narrativa. Acontece quando usamos uma linguagem natural para especificar os passos e soluções das tarefas. Nessa dimensão, a Arquidiocese vem colocando nas mãos de todos – ministros ordenados e não ordenados- os caminhos de como agir na construção do Reino, em sintonia com os documentos sobre liturgia, administração, dízimos e outros.
Com esses três passos percebemos a evolução no processo de evangelizar uma metrópole de maneira inovadora.
Dom Edson Oriolo,
bispo Auxiliar de Belo Horizonte, escreve em várias revistas e
periódicos sobre Pastoral Urbana, Gestão Eclesial e Pastoral do Dizimo