Admirável mundo novo, o romance publicado em 1932 pelo escritor inglês Aldous Huxley foi um sucesso editorial em seu tempo desenvolvendo, por meio da ficção científica, temas considerados futuristas, como a manipulação genética e o condicionamento de seres humanos. Izabella Carvalho, assistente episcopal para Edifícios e Condomínios no Vicariato Episcopal para Ação Missionária (Veam) leu a obra ainda na adolescência e traz o livro como interessante indicação literária, observando que apesar de ter sido escrito há mais de 90 anos, o romance desperta reflexões sobre questões atuais, que vivemos no mundo contemporâneo.
A história tem lugar em uma fictícia Londres, de 2540, portanto, século 26. “No livro os seres humanos são criados em laboratórios, em uma espécie de linha de montagem, pertencem a castas e são condicionados a pensar, a agir e desenvolver preferências de acordo com a função que irão exercer”, recorda Izabella. Nesta sociedade imaginária não há famílias, a palavra pais deixa de existir. A educação dos seres humanos fica por conta dos centros de condicionamento do Estado. “Os personagens consumiam uma bebida que podemos fazer analogia a uma espécie de droga do bem-estar”, observa Izabella. Nesta sociedade imaginária, o cristianismo foi banido, assim como a liberdade individual e a democracia. “Os livros foram desestimulados”, acrescenta Izabella lembrando que nesta sociedade, por outro lado, havia um estímulo precoce à sexualidade dos seres humanos. Apesar disto, os relacionamentos amorosos não existiam, casais eram malvistos: “Uma sociedade que baniu a família.” Mas nesta narrativa, o leitor é surpreendido. Algo irá ocorrer e de forma interessante questionar os valores deste “Admirável mundo novo”.
Além de assistente episcopal do Veam, Izabella Carvalho é coordenadora do Centro de Geoprocessamento de Informações Pastorais e Religiosas (Cegipar).
