O Papa Francisco, em sua mensagem para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, que será celebrado no dia 14 de janeiro do próximo ano, considera que a triste situação de tantos migrantes que fogem da guerra e da pobreza é “um sinal dos tempos”. Neste contexto, o Pontífice diz que a Igreja tem a grande responsabilidade de compartilhar com todos a preocupação com os migrantes.
Divulgada nesta segunda-feira, dia 21, a mensagem articula quatro verbos que condensam os princípios da Doutrina da Igreja. O primeiro é “acolher”. O Papa Francisco enfatiza que é urgente oferecer aos migrantes e aos refugiados mais oportunidades de entrada segura e legal nos países de destino. Francisco pede para simplificar a concessão de vistos humanitários e incentivar a reunificação familiar. Realça ainda a necessidade de abrir corredores humanitários para os refugiados mais vulneráveis. E critica a expulsão coletiva de migrantes e refugiados, especialmente quando essas pessoas são levadas a países que não garantem o respeito a direitos fundamentais.
O segundo verbo citado pelo Papa Francisco é “proteger”. Essa proteção, diz o Pontífice, começa em casa e deve continuar na terra da imigração. Daí a necessidade de valorizar as habilidades e competências dos migrantes que devem ter, consequentemente, liberdade de movimento no país anfitrião e oportunidade de trabalhar. O Papa enfatiza a proteção de crianças migrantes, que têm o direito de estudar e viver com suas famílias. Referindo-se à situação de alguns imigrantes, considerados sem pátria, o Francisco sugere que essa situação seja solucionada com a instituição de “uma lei de cidadania”, em conformidade com o direito internacional.
Em relação ao verbo “promover”, a mensagem afirma que significa que todos os migrantes devem ser colocados em condição de se realizar como pessoas. Francisco incentiva a integração social e profissional dos migrantes. E elogia os esforços de muitos países em termos de cooperação internacional, relevando que “na distribuição das ajudas, sejam consideradas as necessidades dos países em desenvolvimento que recebem grandes fluxos de refugiados e migrantes”.
O último verbo, escreve Francisco, é “integrar”. O Papa observa inicialmente que a integração não é uma assimilação, que induz o migrante a suprimir ou esquecer a sua identidade cultural. É um processo prolongado que “pode ser acelerado através da concessão da cidadania independentemente de requisitos econômicos ou linguísticos”. Mais uma vez, o Pontífice pede que se favoreça a cultura do encontro e assegura que a Igreja está disponível a contribuir, com todo o empenho, nesse trabalho. No entanto, adverte o Papa Francisco que, para alcançar os resultados esperados, a contribuição da comunidade política e da sociedade civil é indispensável.
Na conclusão, Francisco faz apelo aos líderes políticos para que aprovem os acordos globais estabelecidos recentemente na ONU, dedicados aos refugiados e aos migrantes. E destaca que os próximos meses são uma oportunidade privilegiada para apoiar com ações concretas os quatro pontos delineados na Mensagem: “Acolher, proteger, promover e integrar”.