Obra de Raffaello Sanzio – Museu do Vaticano
Ao longo da pregação de Jesus, sua missão vai se confirmando. Seu anuncio sobre sua paixão e morte e os últimos acontecimentos da vida de Jesus vão ajudando a seus discípulos a perceberem que a manifestação final da sua divina missão é o cumprimento histórico da profecia e a porta de entrada para um novo tempo. Um tempo que torna presente o Reino de Deus, uma vez que Jesus, morto e ressuscitado está agora sentado à direita do Pai com suprema autoridade sobre as forças da terra e do céu. Uma autoridade messiânica que impulsiona primeiramente seus discípulos para continuar sua missão, e através deles, a todos nós. A missão de continuar o convite para o batismo e o anuncio de seus ensinamentos.
A Igreja constituída pela efusão do espírito Santo no Pentecostes, como fora prometido pelo Cristo Ressuscitado, torna-se instrumento do Reino anunciado. Foi pelo Espírito que a Igreja foi criada e guiada por todo o Novo Testamento.
A Ressurreição ilumina e dá sentido ao presente, pois a luz do Ressuscitado tira as dúvidas, as incertezas e o medo da morte |
Os apóstolos foram os primeiros a pregar os ensinamentos de Jesus para nós, a seu exemplo. Também foi a partir dos Apóstolos que constituíram bispos e diáconos para dar continuidade ao ministério da Igreja. E assim continua até hoje.
A noção que trazemos conosco de revelação contém um ensinamento importante: “Muitas vezes e de muitos modos Deus falou antes aos nossos pais, nos profetas. Nestes últimos tempos falou a nós no Filho” (He 1,1). A Palavra de Deus na qual se exprime e conhece tudo, fez-se homem em Jesus Cristo, a fim de nos chamar à salvação. Nesse sentido, a revelação aparece para nós como a iniciativa de Deus que convida o ser humano a participar de sua vida. Deus quis dialogar com a humanidade que ele mesmo criou. Se antes ele dialogou com o povo por meio de Israel, hoje, por meio de Cristo, e a partir de Cristo, com a Igreja, ele continua dialogando conosco. É a nossa história o lugar desse encontro revelador. E tudo isso nós sabemos por que cremos na ressurreição de Jesus Cristo. É ela o fundamento de nossa fé.
A ressurreição é o cume do caminho feito por Jesus Cristo, é o mistério por excelência que nos ajuda a entender sua encarnação, sua vida, sua paixão e sua crucifixão. A Ressurreição ilumina e dá sentido ao presente, pois a luz do Ressuscitado tira todas as dúvidas, as incertezas e o medo da morte. Após a ressurreição, o Ressuscitado inaugura um tempo novo, de esperança em um mundo novo, mais de acordo com a vontade de Deus. O seu Reino.
O amor de Deus é sempre o ponto inicial: ele não nos ama porque somos bons; nos ama porque ele é bom e é próprio do amor expandir-se por meio das pessoas amadas |
Toda nossa fé é uma revelação da bondade, da misericórdia, do amor de Deus por nós. Deus é amor. Esta confirmação vem do Evangelho de João. Em Jo 3, 16-17 encontramos a demonstração da amplitude do amor divino dedicado a toda humanidade: “Deus amou tanto o mundo que deu o seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna”. Esse amor de Deus se manifesta plenamente à humanidade de forma pessoal e faz da vida e da morte de Jesus a grande revelação desse amor.
O amor de Deus é sempre o ponto inicial: ele não nos ama porque somos bons; nos ama porque ele é bom e é próprio do amor expandir-se por meio das pessoas amadas. O nosso amor por Deus é sempre resposta. Aprendemos com Jesus amar a Deus e conhecer o seu amor. Foi ele que nos mostrou que Deus está presente no mundo como um Pai que nos ama, que é misericordioso e acolhedor.
Nós amamos com o amor de Jesus Cristo. Ele colocou o amor em nossos corações. Um amor que é de Deus e que também deve expandir ás outras pessoas. Um amor para ser colocado no Reino da caridade.
Neuza Silveira de Souza
Coordenadora da Comissão Arquidiocesana Bíblico-Catequética de BH