Com seu modo de ensinar, Jesus acolhia a todos e os tocava em seus corações. Afetividade que se converte em testemunho de união e em ajuda mútua. |
A catequese tem entre seus princípios o de ser fundamentada na Palavra e, como objetivo último, fazer escutar e repercutir a Palavra de Deus. É o que podemos observar ao darmos continuidade à reflexão sobre a Catequese Renovada, documento aprovado pelo episcopado brasileiro na 21ª Assembleia Geral da CNBB, em Itaici (1983) e dedicado, de modo especial, a todos catequistas da Igreja no Brasil.
Somos sabedores do desejo de Deus de comunicar aos homens a si mesmo, sua presença, seu amor. De que Deus quer se revelar rompendo as barreiras entre Ele e nós. Logo, é fundamental que a nossa catequese siga esse modelo que nada mais é do que a vivência prática do amor cristão em comunidade, onde todos se conhecem e se relacionam buscando a compreensão e o diálogo. Onde todos se respeitam, tendo como modelo a catequese de Jesus, verdadeira revelação do próprio Deus.
Com seu modo de ensinar, Jesus acolhia todos, amava todos, tocava todos em seus corações. Afetividade que se converte em testemunho de união e em ajuda mútua vivenciada pelos catequistas, catequizandos e familiares. No respeito a Deus e ao próximo, na acolhida fraterna e na alegria de todos juntos servirem a Deus: amando como Ele amou, ensinando como Ele ensinou.
Jesus recorre às situações de vida e à experiência das pessoas para que reconheçam nelas próprias os apelos de Deus. |
Concluímos aqui a série de artigos com reflexões sobre as características de uma catequese renovada que muito nos ajuda a dar continuidade a nossa missão. É importante que todos os catequistas estejam atentos, olhando cada uma dessas características com visão crítica. Analisando-as conforme a realidade de seu trabalho catequético e permanecendo atento ao essencial: Jesus, Palavra de Deus feita carne (Jo 1,14). Aquele que é para os homens de todos os tempos “caminho, verdade e vida” (Jo 14,6). A plenitude da Revelação.
Mas como Jesus revela o Pai? Sua encarnação, sua vida terrena, especialmente sua morte e ressurreição levam ao reconhecimento, pela fé, de Deus que se revela e se comunica. O sentido desses fatos torna-se acessível a nós pelas próprias palavras de Jesus, que compreendemos com a ajuda do Espírito Santo e da Igreja.
Jesus fala do Antigo Testamento, em sua pedagogia para levar seus catequizandos à plenitude da fé. Recorre às situações de vida e à experiência das pessoas, ao educá-las para que reconheçam nelas próprias os apelos de Deus. Constatação que nos leva a questionar sobre que catequese estamos oferecendo e à renovação do compromisso de ensinar como Jesus ensinou, em a cada encontro com nossos catequizandos.
Para refletir:
• Nossa catequese paroquial está nos moldes de uma catequese inovadora, onde o centro é Jesus Cristo?
• Está em função Dele e para Ele, plantando a semente e a prática do amor, como mudança de vida, de conversão contínua?
• A catequese que praticamos reflete o nosso compromisso de fazer o Reino de Deus conhecido, amado e vivenciado?
Maria José Gomes
Comissão Arquidiocesana de Catequese de BH