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A fé celebrada (2)

Liturgia, ação de Cristo na Igreja
 
Como vimos na edição anterior, a liturgia é cimo e fonte, não é desprovida de sentido ou uma formalidade religiosa meramente preceitual da ação da Igreja e fonte de seu dinamismo, conforme afirma o artigo 10 da Constituição Conciliar Sacrosanctum Concilium, sobre a Sagrada Liturgia (SC). Sendo assim, ela tem de ser vista e conhecida a partir do seu interior e, com isso, compreende-se ainda mais o seu exato lugar. Por esta razão, também outros artigos reforçam a afirmação do artigo 10º da Constituição.
 
 
O culto cristão não pode ser compreendido como uma ação voluntária da comunidade de fé. Não se nega ser o homem capaz de Deus, pois fomos por Ele e para Ele criados, conforme afirma o Catecismo da Igreja1. Contudo, a história da salvação comprova igualmente nossa inclinação renitente para a infidelidade, o pecado. 
 
 
A ação de Cristo na Liturgia, como seu único Sacerdote, a torna cimo e fonte de toda a ação da Igreja 
Sem Deus não faríamos mais que repetir essa triste história… A sua intervenção decisiva em favor da salvação da humanidade inverte a lógica cultual enquanto ação meramente humana. Deus, antecipando-se em seu gesto de amor, estabelece o culto em espírito e verdade que tem em seu Filho o princípio e o fim (cimo e fonte). A eucologia da Igreja exprime tal vinculação estreita à Cristo pela doxologia: “por nosso Senhor, Jesus Cristo…”, “por Cristo, Senhor nosso…”, “por Cristo, com Cristo e em Cristo…”
 
É portanto, a ação de Cristo na liturgia, como seu único Sacerdote, que a torna cimo e fonte de toda a ação da Igreja. Ele se faz presente em todas as ações litúrgicas e age sacramentalmente por meio dos ministérios e sinais litúrgicos. A SC 7 afirma: “Por isso, toda celebração litúrgica, como obra de Cristo sacerdote e do seu corpo, que é a Igreja, é uma ação sagrada por excelência, cuja eficácia nenhuma outra ação da Igreja iguala, sob o mesmo título e grau”2. 
 
Pe. Danilo César Lima
Liturgista
 
1Cf. CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA, 27-28. São Paulo – Petrópolis: Loyola – Vozes, 1993, pp. 21-22.
 
2SC 7. 
 

 

 



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