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A caminho da paixão de Jesus Cristo – A Semana Santa

Caminhando como Igreja, nesse período quaresmal, estamos vivendo um tempo rico da nossa praxis cristã quando somos chamados à reflexão sobre a fragilidade e efemeridade da vida humana. Esse tempo quaresmal, nesse ano, iniciou com a Quarta-feira de Cinzas, no dia 02 de março e se estenderá até o Domingo de Ramos, e à luz do simbolismo Bíblico, carregando consigo seu valor salvífico-redentor, encerrará com a quinta-feira Santa, no dia 14 de abril, quando celebramos a última ceia do Senhor com seus discípulos. É todo um tempo marcado pelo convite ao recolhimento e à conversão dos devotos; tempo de graça e reconciliação, itinerário para uma profunda e verdadeira conversão.

Através do sinal das cinzas inicia o caminho de conversão, que atingirá sua meta na celebração do sacramento da penitência, nos dias antes da Páscoa. Tempo privilegiado da redescoberta da inserção no mistério pascal de Cristo mediante o sacramento do batismo. Uma preparação espiritual para a celebração do grande mistério pascoal. Todas as celebrações desse tempo são marcadas por grandes símbolos e exigem atitudes sinceras de conversão, em vista da celebração da Páscoa.

domingo de ramos

Qual o significado do Domingo de Ramos?

O Domingo de Ramos abre por excelência a Semana Santa. A celebração desse dia nos faz recordar a entrada de Jesus em Jerusalém. Nesse sentido, ao celebrarmos as bênçãos dos Ramos e caminhar em procissão, fazendo a entrada triunfante na Igreja (Templo Sagrado), estamos, em comunidade, experimentando toda a alegria do acontecimento daquele dia: a chegada do Senhor em Jerusalém para celebrar a Páscoa do seu tempo.

Este domingo é chamado assim porque o povo cortou ramos de árvores, ramagens e folhas de palmeiras para cobrir o chão onde Jesus passava montado num jumento, símbolo da pobreza e do serviço. Com folhas de palmeiras nas mãos, o povo o aclamava “Rei dos Judeus”, “Hosana ao Filho de Davi”, “Salve o Messias”…. Uma aclamação cheia de alegria e esperança, pois Jesus como o profeta de Nazaré da Galiléia, o Messias esperado, o Libertador, certamente para eles, iria libertá-los da escravidão política e econômica imposta cruelmente pelos romanos naquela época e, religiosa que massacrava a todos com rigores excessivos e absurdos. O povo esperava um rei que impusesse a paz, pela força e pela espada.

O Domingo de Ramos pode ser chamado também de “Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor”. Nele, a liturgia nos relembra e nos convida a celebrar esses acontecimentos da vida de Jesus que se entregou ao Pai como Vítima Perfeita e sem mancha para nos salvar da escravidão do pecado e da morte. Este é o único domingo no qual se faz a memória da paixão do Senhor.

Esta procissão e a benção dos ramos para nós constitui um só rito litúrgico não podendo fazê-lo em separado. A procissão acontece carregada de um profundo significado de fé. Em Jerusalém, enquanto os chefes do Sinédrio pensam na eliminação de Jesus, nesse mesmo momento o grão de trigo que morre começa a dar fruto: alguns pagãos pedem para ver Jesus. Esse pequeno grupo de estrangeiros é o núcleo da futura Igreja. Hoje, esta procissão não é apenas uma recordação de um acontecimento passado, mas é o momento de se tornar presente o acontecimento, através da celebração litúrgica, e de vivê-la na fé. Sempre fomos chamados a entrar com Jesus no drama da sua paixão para compartilhá-la. A Igreja tem por vocação ser instrumento de Cristo em favor da redenção do mundo.

O sinal externo da procissão adquire todo o seu relevo na medida em que tenhamos formado uma comunidade de fé com o anúncio da Palavra de Deus. Uma celebração que se inicia com a entrada de Jesus em Jerusalém deve elevar os ânimos dos fiéis à proclamação da paixão de Jesus na liturgia e à sua atuação sacramental na liturgia eucarística.

Neuza Silveira de Souza. Coordenadora do Secretariado Arquidiocesano Bíblico-Catequético de Belo Horizonte.



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