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A bagagem missionária

Irmã Franciscana da Penitência e Caridade Cristã em missão na Tanzânia, África

Tem duas coisas que não podem faltar na “bagagem” de todo missionário. Em primeiro lugar está “a alegria do Evangelho”, dom precioso, tesouro do Reino que, quando é descoberto, a gente é  capaz de vender tudo para adquiri-lo.

A vocação missionária brota da alegria que impregna a experiência de Deus. O missionário nunca é um mercenário. Quando a alegria da fé não cabe dentro do coração, explode no missionário o desejo de comunicá-la aos outros. A vida apostólica é a partilha da experiência de Deus, feita de modo amigável, com o mesmo espírito de Jesus.

 

O missionário precisa descobrir e valorizar os “passos evangélicos” das pessoas e culturas. Sensibilidade eclesial  de difícil aprendizado, que tem muitas exigências e implicações.

Uma segunda condição deve estar presente no missionário de Jesus. É  preciso ter uma “sensibilidade de espírito” para com os passos evangélicos. Tanto os passos de Jesus como os passos das pessoas e culturas.

 

O missionário deseja dar a sua contribuição e a sua vida para que aconteça um dia o “encontro” de Jesus com essas pessoas e culturas. A familiaridade com os “passos” de Jesus provém da contemplação assídua das palavras, os gestos e atitudes de Jesus.

 

O missionário precisa ainda descobrir e valorizar os “passos evangélicos” das pessoas e culturas. E isto é um processo demorado de se aprender! É  que esses passos são humanos, vacilantes e sempre misturados. São as chamadas “sementes do Verbo” que Deus semeia em toda parte. Esta sensibilidade eclesial, além de ser de difícil aprendizado, tem muitas exigências e implicações.

 

Baste assinalar a necessidade de “sair de si” e prestar atenção aos valores e intenções do outro que é “diferente”. É muito mais fácil julgar, impor e abafar.

 

A sensibilidade para com tudo que tem um sabor evangélico vai unida à  confiança na ação de Deus. O missionário acredita que, antes de ele partir em missão, o Senhor “já” está presente e trabalhando nos lugares para onde ele se dirige. Se o Senhor está agindo, mais cedo ou mais tarde vai rastrear os vestígios da sua passagem.

 

Podemos meditar o que foi falado em três textos onde constam três encontros de Jesus: com a samaritana, com Zaqueu e com Saulo de Tarso. 

 

Buscando a luz da Palavra

* Jo 4 Nós mesmos o ouvimos e sabemos que ele é verdadeiramente o Salvador do mundo.
* Lc 19,1-10 Zaqueu, desce depressa: hoje preciso ficar na tua casa.
* At 9,1-10; Gl 1,11-23 

 

Ajudando a refletir

  Qual é  a história da sua alegria evangélica?
  Que “passos evangélicos” você encontra na juventude atual?
  E na nossa cultura urbana?
 

Pe. Manuel E. Iglesias, SJ
Equipe  de Espiritualidade Inaciana de BH



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