Tem duas coisas que não podem faltar na “bagagem” de todo missionário. Em primeiro lugar está “a alegria do Evangelho”, dom precioso, tesouro do Reino que, quando é descoberto, a gente é capaz de vender tudo para adquiri-lo.
A vocação missionária brota da alegria que impregna a experiência de Deus. O missionário nunca é um mercenário. Quando a alegria da fé não cabe dentro do coração, explode no missionário o desejo de comunicá-la aos outros. A vida apostólica é a partilha da experiência de Deus, feita de modo amigável, com o mesmo espírito de Jesus.
Uma segunda condição deve estar presente no missionário de Jesus. É preciso ter uma “sensibilidade de espírito” para com os passos evangélicos. Tanto os passos de Jesus como os passos das pessoas e culturas.
O missionário deseja dar a sua contribuição e a sua vida para que aconteça um dia o “encontro” de Jesus com essas pessoas e culturas. A familiaridade com os “passos” de Jesus provém da contemplação assídua das palavras, os gestos e atitudes de Jesus.
O missionário precisa ainda descobrir e valorizar os “passos evangélicos” das pessoas e culturas. E isto a Igreja demora em aprender! É que esses passos são humanos, vacilantes e sempre misturados. São as chamadas “sementes do Verbo” que Deus semeia em toda parte. Esta sensibilidade eclesial, além de ser de difícil aprendizado, tem muitas exigências e implicações.
Basta assinalar a necessidade de “sair de si” e prestar atenção aos valores e intenções do outro que é “diferente”. É muito mais fácil julgar, impor e abafar.
A sensibilidade para com tudo que tem um sabor evangélico vai unida à confiança na ação de Deus. O missionário acredita que, antes de ele partir em missão, o Senhor “já” está presente e trabalhando nos lugares para onde ele se dirige. Se o Senhor está agindo, mais cedo ou mais tarde vai rastrear os vestígios da sua passagem.
Podemos meditar o que foi falado em três textos onde constam três encontros de Jesus: com a samaritana, com Zaqueu e com Saulo de Tarso.
Buscando a luz da Palavra
* Jo 4 Nós mesmos o ouvimos e sabemos que ele é verdadeiramente o Salvador do mundo.
* Lc 19,1-10 Zaqueu, desce depressa: hoje preciso ficar na tua casa.
* At 9,1-10; Gl 1,11-23
Ajudando a refletir
1. Qual é a história da sua alegria evangélica?
2. Que “passos evangélicos” você encontra na juventude atual?
3. E na nossa cultura urbana?
Pe. Manuel E. Iglesias, SJ
Equipe de Espiritualidade Inaciana de BH