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A arte de planejar a pastoral do dizimo

É comum o brasileiro recorrer à automedicação assim como é normal os atendentes de farmácia atuarem como os “médicos de plantão”. Quando alguém é acometido de dor de garganta, prontamente são sugeridas pastilhas. Quando surgem dores musculares, são indicados medicamentos e similares, bem como antitérmicos para combater a febre. Em todos estes exemplos, os sintomas foram combatidos, porém não a causa principal.

A pastoral do dizimo tem queixas crônicas, que quase todos nós ouvimos com relativa freqüência nas nossas reuniões paroquiais. Vários fatores contribuem para estarmos nessa situação. Isso acontece porque a Pastoral do dizimo, a nível paroquial muitas vezes, não têm um planejamento claro, objetivo e sucinto. O planejamento não é solução mágica. Não resolve tudo, mas por outro lado ajuda a aproveitar melhor os recursos que temos principalmente porque o trabalho não é nosso e sim de Deus.

Na Pastoral do dizimo não basta trabalhar apenas com os problemas e sintomas é necessário um planejamento para detectá-los o que queremos.

No entanto, para uma dinâmica pastoral do dizimo faz-se necessário um planejamento. Realmente ninguém planeja alguma coisa para o nada. Ninguém planeja alguma coisa se não tiver objetivos simples e claros para serem atingidos. A arte de planejar não é recente.

Segundo o dicionário “Aurélio” planejamento é o ato ou efeito de planejar. É o processo que leva ao estabelecimento de um conjunto coordenado de ações visando à consecução de determinados objetivos. Planejar é elaborar um roteiro de ações para atingir um determinado fim.

No evangelho de São Lucas 10, 1-12 encontramos a instrução missionária de Jesus aos primeiros evangelizadores. Um roteiro das ações de Jesus para anunciar o seu projeto de evangelização: “O Reino de Deus”. Um protótipo de planejamento. Primeiro, Jesus, falou da necessidade da evangelização: “A messe é grande, os operários poucos”. Depois apresentou uma metodologia de ação: “Não leveis nem bolsa nem bolsa nem sacola nem sandálias”. Após apresentar uma dinâmica metodológica revela a mensagem essencial do seu planejamento de evangelização: “Anunciar o Reino de Deus, curando os enfermos e finalmente as dificuldades relacionadas a missão. “Eu vos envio como cordeiros no meio de lobos”.

No texto de São Lucas percebemos uma estrutura de evangelização dentro de um planejamento estratégico. Jesus estabeleceu uma serie de procedimentos, técnicas e estratégias para atingir o seu objetivo: Anunciar o Reino de Deus. A intenção de Jesus em instruir os seus primeiros evangelizadores foi em melhorar a gestão de recursos para uma evangelização de qualidade e excelência numa forma de pensar e agir.

O planejamento de Jesus constitui uma forma de pensar e agir: a partir da criação e do desenvolvimento de um fluxo sistêmico. Estabelecem-se ações e recursos que visem atingir as metas e os objetivos com o intuito de otimizar e alcançar resultados, sem a ocorrência de entropia.

Com estes recursos devemos planejar a nossa Pastoral do dizimo. Criar ações e melhorar a gestão de recursos que promovam a continuidade e o crescimento. É uma busca pela excelência como dizia Peter Drucker (era filósofo e administrador austríaco, sendo considerado o pai do  Marketing moderno e também pai da administração moderna. É o mais renomado dos pensadores de administração) “ O PLANEJAMENTO NÃO DIZ RESPEITO A DECISÕES FUTURAS, MAS ÀS IMPLICAÇÕES  FUTURAS DE DECISÕES PRESENTES”.

Dom Edson Oriolo
Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte



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