“… vós sois uma carta de Cristo confiada a nosso ministério, escrita não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, nos vossos corações” (2Cor 3,3)
Todos e todas as catequistas são chamados, pela essência de sua vocação, a olhar para Jesus e inspirar-se na sua prática. Jesus é o modelo de catequista que nos confere uma identidade e nos molda o coração à sua semelhança. Olhando para Jesus, para o seu jeito de ser e fazer não conseguimos ficar parados, pois o seu agir nos encanta e nos transmite princípios e valores capazes de nos provocar para o exercício do nosso ministério, impulsionando-nos para exercer bem a nossa missão e nela encontrar nossa realização e alegria.
Jesus, como modelo de um catequista missionário, percorria as casas, vilas e cidades acompanhado de um grupo de amigos. Seu agir e sua postura eram marcadas pelo entusiasmo e pelo vigor profético, trazendo consigo as ideias de transformação das pessoas e de mudanças das estruturas e da sociedade.
Florescemos como a flor do campo quando ao roçar-lhe um vento, desaparece, (Sl 103,15-16), para deixar o amor de Deus florescer no coração do outro. |
Assim também somos nós catequistas, envolvidos na catequese como ministério vital, pessoas que atendem ao chamado da comunidade para ser instrumentos de instrução, de formação e de transformação. Precisamos estar atentos a todos aqueles que nos procuram nas paróquias, mas também atentos a todos aqueles que não nos procuram, por sermos nós quem devemos ir ao seu encontro. Somos chamados a estar atentos à realidade de cada um, considerando que todos nós somos semeados pela graça quando partilhamos nossas experiências. Que florescemos “como a flor do campo” quando ao roçar-lhe um vento, desaparece, (Sl 103,15-16), para deixar o amor de Deus florescer no coração do outro. Nós, catequistas, mostramos nosso amor ao nos dispor a nos doar, a fim de nutrir o crescimento espiritual de outras pessoas e de nós mesmos, contribuindo para a edificação do corpo de Cristo no nosso meio.
O Papa Francisco está sempre a nos dizer que devemos ter coragem, sermos ousados, comprometidos e caminhar com alegria, ir além, mas, mais do que além, ir para o meio e lá plantar e deixar frutificar.
Na alegria de evangelizar, lembremos as palavras do profeta Isaias que diz:
Pois, como desce a chuva ou a neve, do alto dos céus,
Não voltando para lá sem ter saturado a terra, sem tê-la feito dar à luz e deitar botões,
Sem ter dado semente ao semeador e alimento ao que come,
Assim se comporta a minha palavra
Desde que sai da minha boca:
Ela não volta para mim sem resultado,
Sem ter executado o que me agrada
E coroado de êxito aquilo para que eu a enviara. (Is 55,10-11)
A Palavra do Senhor não falha e nós, catequistas, pelo ensino e partilha, compartilhamos essa promessa. Esta é a nossa missão.
Que continuemos nessa jornada que é realmente uma peregrinação. Aceitemos o convite do Papa Francisco que convoca a todo o povo de Deus a continuar a missão de levar ao mundo a esperança e a salvação: ser sinal do amor de Deus que chama a todos à amizade com Ele; ser fermento que faz levedar toda a massa, sal que dá sabor e que preserva da corrupção, ser luz que ilumina.
Parabéns a você Catequistas, pelo seu dia, pelo nosso dia. Que todos juntos possamos ser Igreja “Povo de Deus”, e nas nossas relações uns com os outros e todos formemos um corpo vital “Corpo de Cristo” e como pedras vivas do edifício de Deus, profundamente unidas a Cristo, pedra fundamental, constituímos em “Templo do Espírito”.
Partícipes do processo de Iniciação Cristã, somos configurados com o Senhor e nos tornamos um sinal vivo da sua presença e do seu amor.
Neuza Silveira de Souza
coordenadora da Comissão Arquidiocesana de Catequese de Belo Horizonte