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A ação Evangelizadora a partir de Jesus Cristo

“Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa-Nova a toda a criatura!” (Mc 16,15) e ao encontrar as pessoas pelo caminho, faça como Filipe fez ao se deparar com o Eunuco: aproxime-se e se deixe convidar, crie a oportunidade para proclamar a Palavra, para explicar as escrituras a quem prec isa de ajuda (At 8,30-31.35).

A Igreja é chamada a anunciar a Boa-Nova de Jesus, a propagar a Palavra de Deus, tornando viva a Escritura Sagrada por meio  proclamação e da pregação.

Vários são os sentidos da expressão “Palavra de Deus”.  Pensando-a como conceito trinitário, por exemplo, sugere comunicabilidade divina. Assim como a Bíblia usa a linguagem de modo muito variado, a questão da verdade pode ser respondida de diferentes modos, em diferentes níveis de entendimento.  Mas ao considerar um entendimento da Bíblia como “verdade proveniente de Deus” é preciso cuidado para não deixar  de apreciar passagens em que Deus não fala diretamente  com o homem.
 

Surge, então o questionamento:  a verdade bíblica é verdade para quem? E a resposta: a verdade da bíblia é a verdade salvífica para todos. A escritura ensina a verdade que Deus desejou colocar nos escritos sagrados , em seu projeto de salvação. Assim, para o catequista,  perspectiva querigmática deve ser a de retomar o primeiro anúncio dentro do contexto da história da salvação.

É fundamental considerar que tanto a doutrina cristã, quanto a vida de Jesus foram escritas não apenas para serem lembradas, mas para serem pregadas. Vale recordar que pregar a verdade, no sentido bíblico, significa falar sobre a verdade de Deus, indissoluvelmente ligada à sua fidelidade.  A verdade das Escrituras é constatada quando se perceber  nas passagens escritas, que Deus manifesta fidelidade a seu povo, levando-o a uma união amorosa consigo mesmo.

A verdade Bíblica chega àqueles que desejam entender a Palavra de Deus escrita na Bíblia e na vida. Desde as datas dos escritos do Novo testamento, muito tempo se passou, muitas e variadas orientações para a leitura dos textos bíblicos se desenvolveram, mas a pergunta de Filipe feita ao “eunuco” naquele dia em que eles se encontraram no caminho, ela permanece até hoje: “Tu compreendes o que está lendo?” e a resposta do eunuco que também permanece atualíssima no meio de nós: Como poderia, se ninguém me orienta?” Como posso compreender a Palavra, interpretá-la, se não conheço um método de leitura?  Que passos devo dar?

Ler e interpretar a leitura bíblica

Cada pessoa que lê a Bíblia faz sua leitura  a partir de seu lugar, ou seja, de sua realidade, do seu jeito, para realizar seus anseios, tirar suas duvidas, para rezar a Palavra de Deus. Primeiramente, é preciso ler, reler, meditar, pesquisar, conversar, dialogar, compartilhar. Existem várias formas e finalidades da leitura bíblica. Ao fazer a leitura vão surgindo perguntas, dúvidas, dificuldades e então precisamos procurar alguém para nos explicar.

Segundo o frei Carlos Mesters, doutor em Teologia Bíblica, quando alguém vai explicar a Bíblia ás pessoas, precisa se orientar por um duplo critério: primeiro levar em consideração as exigências da realidade que hoje vivemos. Se a Bíblia tem seu valor e mensagem é para nós que a vivemos hoje esta nossa vida, pois não há outros para receberem, viverem e transmitir a mensagem. Um segundo critério é levar em consideração as exigências da revelação, expressas na própria bíblia e na fé da Igreja.

A Bíblia contém a Palavra de Deus e, por isso mesmo, tem as exigências que não dependem de nós e que devem ser respeitadas, para que a Bíblia possa ser realmente Bíblia para nós. Devemos confrontar as exigências da realidade com as exigências da revelação, não apenas como um processo metodológico, mas para escutar a voz do povo e poder, por meio dela, descobrir o que Deus tem a nos dizer. Escutar a voz do povo porque ele é o veículo da revelação divina.

A Bíblia não é um livro fácil e quem  a explica precisa entrar em sintonia com a vida das pessoas, e não é tanto para rever, responder uma ou outra questão relacionada com a Bíblia, ou  trocar uma peça da doutrina e ou da liturgia. É mais uma questão de mudar a sua orientação fundamental, de apontá-la novamente em direção à vida para acompanhar as mudanças que se operam na vida das pessoas.

De acordo com as urgências da ação evangelizadora da Igreja, percebemos que o caminho para a evangelização e amadurecimento da fé se constrói ao fazer a opção fundamental à Jesus Cristo, conhecê-lo, optar por segui-lo, mas como?

Toda a nossa vida de fé cristã está voltada para a vida em comunidade, vida litúrgica, aberta ao diálogo e ao anúncio. Nesse sentido, o povo de Deus precisa abeirar-se das Sagradas Escrituras na sua relação com a Tradição viva da Igreja, reconhecendo nelas a própria Palavra de Deus.

Observamos que todo o sentido da nossa vida de fé é a partir de Jesus Cristo. Ele é a Palavra de Deus encarnada. Portanto, ignorar as Escrituras é ignorar o próprio  Cristo. A Bíblia tem como objetivo despertar as pessoas para a presença amiga de Deus em sua vida. Não um Deus qualquer, mas um Deus vivo e verdadeiro.
Para conhecer a Deus, tomar conhecimento das coisas sobre Ele, precisa-se ler e interpretar corretamente a  Palavra de Deus e para chegar à interpretação adequada dos textos bíblicos vamos procurar quem pode nos orintar.

Neuza Silveira de Souza
Coordenadora da Comissão Bíblico-catequética de BH

 



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