Carta dos Bispos aos Presbíteros e Declaração sobre o Momento Político Nacional são os dois primeiros documentos aprovados pela 48ª Assembleia Geral da CNBB, que termina amanhã, em Brasília. O primeiro documento teve 230 “sim” de 249 votantes; já o segundo foi aprovado com 253 ‘sim’ de um total de 254 votos.
Carta aos padres
Na carta aos padres, os bispos enaltecem o trabalho dos padres. “Conhecemos de perto seus sacrifícios que, às vezes, alcançam o heroísmo, na busca cotidiana de fidelidade à missão evangelizadora”, diz a carta.
Numa referência aos abusos sexuais contra menores envolvendo padres, os bispos dizem que estes “comportamentos abusivos” de alguns presbíteros atingiram “a credibilidade dos sacerdotes e a grandeza do dom que nos foi confiado”. “Amargura e sofrimento, confusão e mesmo indignação, invadiram o íntimo de muitos cristãos e das pessoas que amam a justiça, a verdade e a coerência de vida”.
Os bispos reafirmam sua confiança nos padres. “Queremos reafirmar nossa satisfação e confiança pela multidão de presbíteros que, identificados com Cristo, compartilham as alegrais e as esperanças, as tristezas e as angústias as comunidades que lhes são confiadas”.
Momento Político
Composta por 11 parágrafos, a Declaração sobre o Momento Político Nacional começa recordando fatos e eventos que marcam o cenário eclesial e nacional como a assembleia da CNBB, o jubileu de ouro da capital federal e da arquidiocese de Brasília, o Congresso Eucarístico Nacional e o a realidade política do país, como sua política internacional, o PNDH-3 e a votação do Projeto Ficha Limpa.
Na Declaração, a CNBB revela sua preocupação com “os grandes projetos, sobretudo na Amazônia” que não levam “devidamente em conta suas consequências sociais e ambientais”.
Os bispos afirmam que permanece o desafio “de uma autêntica reforma agrária” e destacam a urgência de uma “profunda reforma política, iluminada por critérios éticos, com a participação das diversas instâncias da sociedade civil organizada, fortalecendo a Democracia direta com a indispensável regulamentação do Artigo 14 da Constituição Federal, relativo a plebiscito, referendo e iniciativa popular de lei”.
Para os bispos, a campanha eleitoral deste ano é oportunidade para “empenho de todos na reflexão sobre o que precisa ser levado adiante com responsabilidade e o que deve ser modificado, em vista de um Projeto nacional com participação popular”.
Ao final, os religiosos convocam o povo a expressar sua cidadania nas próximas eleições através do “voto ético, esclarecido e consciente” a fim de que sejam superados “possíveis desencantos com a política”.