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3ª Romaria pela Ecologia Integral a Brumadinho: homenagem aos mortos, ato pela vida

Um momento de silêncio, vivido na abertura da Missa presidida por dom Walmor Oliveira de Azevedo, em memória dos 272 mortos na tragédia-crime ocorrida em Brumadinho, tocou o coração daqueles que se uniram para participar da 3ª Romaria pela Ecologia Integral a Brumadinho, neste 25 de janeiro, três anos do rompimento da barragem com rejeitos de mineração que impactou todo o vale do Rio Paraopeba, com graves consequências socioambientais.

No silêncio foram lembrados os mortos, “guardados na memória do coração e da saudade”, nas palavras do Arcebispo. “Este momento seja uma grande reverência e exercício que inspire construtores da sociedade pluralista a lutar pela vida”. Dom Walmor prosseguiu: “A dor seja iluminada pela fé. Os irmãos que morreram estão na presença de Deus, porque Deus é amor”.

As preces dos peregrinos reunidos no Santuário Arquidiocesano Nossa Senhora do Rosário foram, assim, lamento pelas vítimas, mas também caminho que leva à renovação das forças, buscando contribuir para mudar o mundo. “Nossa esperança não se arrefece, pois está Nele, o Deus da Vida. Por isso precisamos caminhar missionariamente para construir uma sociedade ao sabor do Evangelho”, explicou dom Walmor, orientando cada um a ser forte “porque a nossa luta é grande, o caminho é extenso e não podemos desistir.”

Dor que só aumenta

Andreza Rodrigues, sob o sol forte, caminhou do Santuário Arquidiocesano Nossa Senhora do Rosário ao letreiro de Brumadinho, na grande procissão que reuniu familiares das vítimas para homenagear aqueles que perderam a vida na tragédia. O filho dela, Bruno Rocha Rodrigues, era analista de sistemas da Vale e foi encontrado somente seis meses após o rompimento da barragem. Andreza recorda com detalhes da última conversa com o filho, que lhe pediu para fritar um peixe e prometeu arrumar o quarto, assim que começassem as suas férias.

“A dor é muito grande e só aumenta”, partilhou Andreza, enquanto caminhava, e prosseguiu: “São três anos de impunidade, mas não vou desistir. Prometi ao meu filho continuar a lutar. Encontro forças na fé” .  Na Romaria, ela carregava um grande cartaz, com a foto do filho e das outras mais de 200 vítimas fatais, pedindo por justiça e mudança nas leis, para evitar que novas tragédias se repitam.

O bispo auxiliar dom Vicente Ferreira, no letreiro da cidade, cantou a sua composição que se tornou hino de solidariedade às famílias e vítimas da tragédia. Pediu para que todos repetissem a pequena frase, de duas palavras, que bem resume o desejo comum a todos os romeiros, estampada na camisa amarela, uniforme da peregrinação: “Memória e Justiça”.



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