Há 250 anos, em 1767, um português, chamado Antônio da Silva Bracarena, começou a construir a singela Igreja que hoje é a Ermida da Padroeira de Minas Gerais. Bracarena assumiu esse desafio tocado pelo relato de um milagre. Conta a tradição que uma jovem, surda e muda, passou a falar e a ouvir após testemunhar uma aparição de Nossa Senhora, no alto da Serra da Piedade. Sua história tornou-se conhecida em toda a região, atraindo peregrinos para o território dedicado à Maria, Mãe da Piedade. Bracarena estava no Brasil em busca de riquezas, mas ouve o relato desse milagre e se converte. Decide viver como eremita no alto da Serra e investir tudo o que possuía na construção da pequena igreja, a Ermida da Padroeira. Também inicia a construção de um rústico eremitério – lugar para receber os romeiros.
Antes de sua conversão, Bracarena trabalhava na construção de igrejas e, exercendo esse ofício, conheceu Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, que, anos depois, seria reconhecido como o mestre do barroco mineiro. Pediu ao amigo que concebesse uma imagem de Nossa Senhora da Piedade para o altar da capela que estava sendo construída no alto da Serra. Não sabia Bracarena que, anos depois, Aleijadinho seria reconhecido como mestre do barroco mineiro. E a imagem que ainda hoje está no altar da Ermida, um dos primeiros trabalhos de Aleijadinho, conquistaria reconhecimento internacional, pela importância religiosa, cultural e artística.
Em 1960, a partir de decreto do Papa João XXIII, Nossa Senhora da Piedade torna-se oficialmente a Padroeira de Minas Gerais, um reconhecimento à grande devoção do povo mineiro e aos muitos peregrinos que, todos os anos, visitam o Santuário, no alto da Serra da Piedade.