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[Artigo] O chamado para ser discípulo missionário, no mundo de hoje – Neuza Silveira

Para cumprir nossa missão com responsabilidade pessoal, a formação doutrinal, pastoral e espiritual deve ser sempre contínua, permanente e caminhar junto com a realidade que se transforma a cada dia. A formação continuada nos ajuda a dar testemunho de Cristo e dos valores do Reino no ambiente em que encontramos nas suas dimensões: social, econômica, política e cultural.

Nesse sentido, a formação espiritual deve ocupar um lugar privilegiado na vida de cada um, chamado a crescer na intimidade com Jesus Cristo, na conformidade com a vontade do Pai, na dedicação aos irmãos, na caridade e na justiça.

A formação bíblico-litúrgico-doutrinal dos fiéis leigos se faz necessária, não só no sentido de aprofundar a própria fé, mas pela exigência de despertar as pessoas para o mundo e os seus problemas levando aos outros um novo sentido de vida e provocando-os para uma reflexão que ajude a responder às interrogações que atormentam o homem e a sociedade de hoje.

Evangelizar para a missão, assim como Jesus evangelizou seus discípulos.

Nos Evangelhos podemos descobrir belas reflexões e experiências das primeiras comunidades sobre Jesus Cristo: sua pessoa, palavras, gestos e atitudes. Também encontramos as várias cartas que descrevem a vida e seus conflitos das comunidades cristãs.

Como as primeiras comunidades, também nós aprendemos o método utilizado por Jesus: sua pedagogia de como a palavra ilumina a vida. Percorrendo o caminho bíblico encontramo-nos com Jesus Cristo, e com ele aprendemos a fazer missão e descobrimos a grande notícia: Cristo ressuscitou. Nos Evangelhos encontramos as reflexões e experiências das primeiras comunidades sobre Jesus Cristo: sua pessoa, palavras, gestos e atitudes.

Ele nos convida a ser sal e luz para a construção do seu Reino. Jesus disse que não se acende uma luz para colocá-la debaixo da mesa, mas na luminária. Disse também que não se pode esconder uma cidade sobre uma montanha. Nesse sentido, o que se deve fazer é discernir a luz que brilha para Deus e o sal que salga para o bem. É para dar essa temperança ao mundo, através da prática de ações que abre caminho para o Reino de Deus que os jovens de hoje são convocados pela Igreja.

Alguns jovens já participam na vida da Igreja, integram grupos de serviço, tem iniciativas missionárias. Muitos, diz o Papa Francisco, são “caminheiros da fé”, felizes por levarem Jesus Cristo a cada esquina, a cada praça, a cada canto da terra. Essas ações práticas devem estar interligadas com o jeito de ser e fazer de Jesus, ou seja, com o método de Jesus.

Qual é o método de Jesus? Qual o seu jeito de falar, de tratar as pessoas? Qual a clareza da sua missão, a opção em prol dos pequenos, a crítica ao sistema opressor, o testemunho, as palavras, o jeito simples de falar do Reino e da missão?

Jesus é o método. “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14,6), ou seja, eu sou o método que gera vida, que liberta, que faz deste mundo “um novo céu e uma nova terra” (Ap 21,1).

Uma vida de espiritualidade, uma vida de fé, ajuda a realizar melhor o projeto missionário ao qual somos chamados a desenvolver e nos leva a aprender o sentido mais amplo, a verdadeira busca de Deus nos acontecimentos da vida cotidiana.

O povo de Deus na missão evangelizadora

Todo o povo de Deus é chamado por Cristo como Igreja, agentes destinatários da Boa Nova da Salvação, a exercer no mundo uma tarefa evangelizadora. O ordenamento de Jesus também é dirigido ao povo de hoje convidando-os à missão: “Ide e fazei que todas as nações se tornem discípulos, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-as a observar tudo quanto vos ordenei. E eis que estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos!” (Mt 28,19-20). Este é o convite de Jesus. E, devido às urgências presentes no momento, a Igreja, continuadora das ações de Jesus, convida a todos a peregrinar com ela na missão que nos é dada. Todos os leigos são chamados a ser protagonistas da nova evangelização, da promoção humana e da cultura cristã.

Os batizados, mas não evangelizados sejam os principais destinatários da nova evangelização. Assim a missão será concretizada quando todos os batizados responderem ao chamado de Cristo e se converterem em protagonistas da nova evangelização.

Para que isto aconteça, os leigos precisam estar bem estruturados com uma formação permanente e comprometidos com o Reino de Deus.

Neuza Silveira de Souza

Coordenadora do Secretariado Arquidiocesano Bíblico-Catequético de Belo Horizonte.

 



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