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16ª Primavera de Museus: Memorial da Arquidiocese de BH atua na valorização e conservação do Patrimônio

O último texto da série de três artigos publicada pelo  Memorial da Arquidiocese de BH, dentro da programação da 16ª Primavera de Museus, nos descreve a história do Memorial da Arquidiocese e sua importante missão na conservação e valorização do patrimônio histórico, artístico e cultural dentro do processo de  Independência do Brasil.

O Memorial da Arquidiocese de Belo Horizonte participa da 16ª Primavera de Museus, evento nacional organizado pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e que reúne trabalhos de todo país. De 19 a 25 de setembro, o Memorial da Arquidiocese de Belo Horizonte apresenta ações e atividades educativas inspiradas pelo tema “Independências e museus: outros 200, outras histórias”.

Para ler o primeiro e interessante texto da série, clique aqui.
Acompanhe conosco o segundo artigo da série, clicando aqui.

“Pílulas da Memória” – Parte 3

O Memorial da Arquidiocese de Belo Horizonte [1]

A  Arquidiocese de Belo Horizonte foi criada em 1921 em decorrência do acelerado crescimento da nova capital mineira, passando a cuidar de importantes bens patrimoniais [2] que fazem parte da história do estado de Minas Gerais. Bens também relacionados com a cultura [3], a religião e a arquitetura ao longo do tempo. Sendo assim, em 2005, por meio do decreto n.º 04G/2005 de 22 de agosto, o Memorial da Arquidiocese de Belo Horizonte foi criado por Dom Walmor Oliveira de Azevedo, Arcebispo Metropolitano, com a finalidade de valorizar, preservar e conservar [4] os bens sob os cuidados da Arquidiocese, além da promover estudos relacionados às atividades exercidas.

O patrimônio artístico, cultural e histórico já existente no território da Arquidiocese justifica, por si, a criação do Memorial. Trata-se de vasto conteúdo arquitetônico, iconográfico e documental, herdado ou por nós construído. Temos herança dos séculos anteriores, especialmente do Barroco e um grande acervo construído ou gerado após a criação da Arquidiocese. Permanecemos construindo novos ambientes dedicados às comunidades de fé, a exemplo da Catedral Cristo Rei – cujas obras estão em andamento – e revitalizando preciosas heranças construídas por nossos antepassados, como o Santuário Basílica  Nossa Senhora da Piedade, em Caeté.

[1] Escrito por Ana Clara Tolentino Alkmim, estagiária no Memorial da Arquidiocese de Belo Horizonte/Museu Arquidiocesano de Arte Sacra, sob supervisão do Pe. Marcelo Ferreira do Carmo, coordenador do Museu Arquidiocesano de Arte Sacra/ Memorial da Arquidiocese de Belo Horizonte.
[2] Segundo o art. 216 da Constituição Federal, constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: I – As formas de expressão; II – Os modos de criar, fazer e viver; III – As criações científicas, artísticas e tecnológicas; IV – As obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais; V – Os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.
[3] Segundo o filósofo Johann Gottfried Herder (1744-1803), a cultura é a essência que define uma nação, que se manifesta através de todos os costumes, crenças e práticas, dando forma à linguagem, à arte, à religião e à história. A cultura é plural e não hierarquizável, sendo um processo cumulativo através dos anos.
[4 ] “Significa proteger uma coisa ou um conjunto de coisas de diferentes perigos, tais como a destruição, a degradação, a dissociação ou mesmo o roubo; essa proteção é assegurada especialmente pela reunião, o inventário, o acondicionamento, a segurança e a reparação” (Conceitos-chave da Museologia, 2013, página 79).

O Memorial da Arquidiocese de Belo Horizonte possui sua sede própria, desde 2010, na Rua Mármore, 500 – Bairro Santa Teresa. O Memorial conta com quatro setores: Arquivo Arquidiocesano, Inventário do Patrimônio, Museu Arquidiocesano de Arte Sacra e o Centro de Divulgação e Promoção Religiosa, onde o Arquivo Arquidiocesano tem como objetivo recolher, guardar, preservar e fazer a gestão dos documentos do acervo, composto por: documentos de caráter fotográfico, iconográfico, cartográfico e escritos pertencentes à Arquidiocese. Já o Inventário do Patrimônio Cultural é dedicado a fazer levantamento, análise, registro, conservação e divulgação do patrimônio da Arquidiocese, que são divididos em: Bens móveis, imóveis e integrados. O Museu Arquidiocesano, por sua vez, não foi completamente implantado, mas seu objetivo é reunir peças com valor cultural para conservá-las e organizar exposições.

A finalidade do Centro de Divulgação e Promoção Religiosa é promover a divulgação do patrimônio cultural da Arquidiocese por meio  de programas de caráter religioso, histórico e cultural, que podem estar ligados às paroquias e às comunidades em seu território. Tendo em vista que o patrimônio, de forma básica, são bens materiais ou imateriais que formam a identidade de um povo e ajudam a contar a sua história, a religião católica e suas igrejas eram importantes instrumentos sociais no período da colonização, sendo a
manifestação da fé cristã e católica a mais comum no território que viria a se tornar o Brasil. Devido a essas características, as igrejas do período colonial nos contam muito sobre seu tempo por meio da arte e da arquitetura. A Arquidiocese, com o trabalho de seu Memorial, contribui para a restauração das igrejas históricas e de seus bens, ou seja, em iniciativas que incluem a promoção da conservação e preservação.

 

Acervo museológico do Memorial da Arquidiocese de BH

Acervo arquivístico do Memorial da Arquidiocese de BH

REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF:
Senado Federal: Centro Gráfico, 1988.
DESVALLÉES, André. MAIRESSE, François. Conceitos-chave de museologia. Edição Brasileira.
ICOM, 2013.
HERDER, J. G. Também uma filosofia da história para a formação da humanidade. Tradução
portuguesa de Jose M. Justo. Lisboa: Edições Antígona, 1995.



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