Dom Antônio dos Santos Cabral – Arcebispo Emérito – in memorian
Dom Antônio dos Santos Cabral percorreu uma longa trajetória até tornar-se o primeiro Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte. Estudou no Seminário Santa Teresa,em Salvador (BA). Foi ordenado padre no dia 1º de novembro de 1907 e regressou a Propriá (SE), sua cidade natal, onde trabalhou como coadjutor do cônego Rosa,de 1907 a 1912. Tornou-se pároco em 1912 e exerceu esse ministério até 1918.
Graças ao excelente trabalho realizado, Dom Cabral foi nomeado cônego capitular da Sé de Aracaju (SE) e recebeu do Papa Bento XV, em janeiro de 1914, o título de monsenhor. Pouco tempo depois, seu nome seria lembrado para bispo. Para surpresa de muitos, Dom Cabral rejeitou duas vezes, em abril de 1916 e depois em junho de 1917, sua indicação para bispo de Natal (RN). Mas em obediência à Igreja aceitou o desafio. Em 1º de outubro de 1917 foi publicada a bula do Sumo Pontífice Bento XV, que o nomeou bispo de Natal.
De Natal para Belo Horizonte
A Sagração de Dom Cabral foi realizada na Catedral Metropolitana, em 14 de abril de 1918. Incansável, criou dezenas de instituições católicas na capital do Rio Grande do Norte. Ordenou sacerdotes, iniciou a construção do Seminário e da nova catedral. Em 1922, a Santa Sé o transferiu para a recém criada Diocese de Belo Horizonte. Sua chegada à capital mineira aconteceu no dia 30 de abril.
Com o espírito empreendedor que o caracterizava, dom Cabral edificou as bases da Arquidiocese de Belo Horizonte. Adquiriu um imóvel na Rua Espírito Santo, onde passou a funcionar a Cúria. Deu início a várias paróquias e instituiu o Seminário Arquidiocesano Coração Eucarístico de Jesus, que inicialmente ficava na Rua Rio Grande do Norte.
Posteriormente, dom Cabral comprou uma antiga fazenda no bairro Bela Vista (atualmente bairro Dom Cabral), onde construiu o novo prédio do Seminário. Tempos depois, parte desse prédio se transformaria na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas). O primeiro arcebispo também foi responsável pela edificação do Palácio Cristo Rei.
O idealizador da Catedral Cristo Rei
O primeiro arcebispo de Belo Horizonte foi quem idealizou a construção da Catedral Cristo Rei, que originalmente ficaria na Avenida Afonso Pena. Em 1957, começou a ter problemas de saúde e morreu em 1967, aos 80 anos de idade.
Brasão Episcopal
Uma das coisas mais belas na vida cristã é que a graça não aniquila nem destrói a natureza. Em cada santo, em cada cristão que vive sob o influxo da graça, em cada um se pode reconhecer o homem, com seu temperamento, com seus gostos, com suas preferências. É o próprio Deus respeitando o homem.
Encontramos um exemplo palpável desta realidade em Dom Antônio dos Santos Cabral. Até nas suas armas se lhe descobre a face do temperamento. Lá está o São Francisco, com o barquinho a vela enfunado, assim mesmo como povoou a sua vivacidade infantil. É o símbolo da Pátria , deste sagrado amor ao Brasil.
Na parte superior do escudo, sobrepondo-se ao símbolo da Pátria– ficam os símbolos da fé, como afirmativa de que aos interesses da terra se sobrepõem os interesses do céu. Lá estão eles, os dois símbolos augustos –o da Santíssima Virgem e o da Eucaristia, como dois brasões que escudam sua vida.
Maria, a mais terna e admirável das mães, cuja devoção vale para todos como um penhor de salvação. E a Eucaristia, vida e alimento nosso, paixão máxima de todas as almas de apóstolo. Dom Cabral quis colocar a Eucaristia como instrumento vivificador de todos os seus empreendimentos: “PER EUCHARISTIAM VIVAT IN NOBIS CHRISTUS“. É um lema que, realmente, informou toda sua atividade.