Infância Feliz
Dom Walmor recorda-se com alegria da infância, em Cocos, no interior da Bahia, vivida junto aos seus quatro irmãos. Infância simples e alegre, própria das crianças nascidas nas pequenas cidades. Ainda menino, aprendeu com os pais, João Augusto de Azevedo e Maria Conceição Oliveira de Azevedo, os fundamentos da fé cristã. Participava dos momentos de oração e, nas ocasiões solenes, quando a cidade recebia um sacerdote, partilhava com todos uma grande alegria. A exemplo de tantas outras cidades do interior do país, naquela época, Cocos não tinha padre. E nesse ambiente de simplicidade e genuína fé, é que dom Walmor vivenciou o despertar de sua vocação. Após concluir o curso Primário, no Grupo Escolar Sebastião Augusto de Azevedo, cursou o Ginásio no Seminário Diocesano São José (1966-1968) e Instituto de Educação Anísio Teixeira (1969), em Caetité, Bahia.
Gratidão aos professores e instituições de ensino
O desejo de anunciar sempre mais o Evangelho incentivou dom Walmor a se dedicar com intensidade tanto à vida pastoral quanto aos estudos, sempre grato às instituições onde teve a oportunidade de enriquecer sua formação acadêmica: a Pontifícia Universidade Gregoriana (Roma, Itália), que lhe conferiu o doutorado em Teologia Bíblica; o Pontifício Instituto Bíblico (Roma, Itália), o mestrado em Ciências Bíblicas; o Seminário Arquidiocesano Santo Antônio, em Juiz de Fora (MG), onde cursou Filosofia e Teologia; e a Faculdade Dom Bosco de Filosofia, Ciências e Letras, em São João Del Rei (MG).
A partilha de conhecimentos com os fiéis, a quem o Arcebispo atribui o seu mais rico aprendizado, remete dom Walmor aos tempos em que foi pároco da Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Benfica e da Paróquia do Bom Pastor, na Arquidiocese de Juiz de Fora; coordenador da Região Pastoral Nossa Senhora de Lourdes; coordenador Arquidiocesano da Pastoral Vocacional e reitor do Seminário Arquidiocesano Santo Antônio. No campo acadêmico, teve a oportunidade de lecionar as disciplinas Ciências Bíblicas, Teologia e Lógica II; coordenou os cursos de Filosofia e Teologia. Foi professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (1987-1998) e da PUC Minas, em Belo Horizonte (1986-1990). Lecionou no mestrado em Teologia da PUC Rio (1992, 1994 e 1995). Dom Walmor trabalhou na tradução oficial da Bíblia da CNBB, referência para a Igreja Católica no Brasil.
O primeiro servidor
Dom Walmor percorreu um bonito caminho até a nomeação para bispo auxiliar da Arquidiocese de Salvador, por São João Paulo II e a ordenação episcopal, pela imposição das mãos do cardeal dom Frei Lucas Moreira Neves, no dia 10 de maio de 1998. Na capital baiana, empenhou-se para qualificar ainda mais a formação de padres e diáconos.
Seis anos depois, dom Walmor é nomeado Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte por São João Paulo II. Inicia seu ministério na capital mineira no dia 26 de março de 2004, se apresentando sempre como primeiro servidor. Dom Walmor, então, faz da Cúria Metropolitana uma família, onde cada bispo auxiliar é acolhido como irmão, amado e orientado como filho.
Em outubro de 2008, é escolhido para ser um dos quatro representantes do Brasil na XII Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, realizada em Roma.
O amor a Deus e à Igreja se reflete na incansável dedicação e acolhimento às indicações para novos serviços. Assim, passa a integrar a Congregação para as Igrejas Orientais, no mês de fevereiro de 2014, nomeado pelo Papa Francisco, a partir do trabalho realizado pelo Arcebispo, desde 2010, quando se tornou referencial para os fiéis católicos de Rito Oriental residentes no Brasil e desprovidos de ordinário do próprio rito.
Nomeado pelo Papa Bento XVI, dom Walmor também é membro da Congregação para a Doutrina da Fé, desde 2009. Na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, o Arcebispo presidiu a Comissão para a Doutrina da Fé durante os exercícios 2003 a 2007 e de 2007 a 2011, com importante contribuição na nova tradução da Bíblia da CNBB. Também exerceu a presidência do Regional Leste II da CNBB – Minas Gerais e Espírito Santo.
Trabalhador incansável, com sua cativante simplicidade, dom Walmor foi acolhido entre os membros da Academia Mineira de Letras e agraciado com os títulos de Cidadão Honorário de Minas Gerais, dos municípios de Caeté, Ribeirão das Neves, Contagem, Nova Lima, Santa Luzia e muitas outras cidades mineiras. É associado honorário do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais. A Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (Faje), em uma bonita homenagem, no ano de 2012, conferiu a dom Walmor o título de Doutor Honoris Causa. Visivelmente emocionado, recebeu da Faculdade Arquidiocesana de Mariana a Comenda Dom Luciano Mendes de Almeida, com quem conviveu durante o tempo que trabalhou na CNBB.