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Jesus sempre esteve atento à realidade de seu tempo

E nós? Como estamos percorrendo o caminho da fé?

Jesus e os Apóstolos colocavam Deus e o mundo em estreita relação. O que podemos entender com isso?

Jesus estava sempre atento a tudo o que acontecia ao seu redor. Ele estava bem por dentro da vida. Viveu profundamente nossa história e nela anunciou o Reino. Olhando nas páginas dos Evangelhos percebemos como ele está sempre a afirmar que ninguém pode ir até ele e “com ele” se não for atraído pelo Pai. Suas palavras nos demonstram que “ir a Jesus, encontra-lo conhecê-lo e caminhar com ele é um dom” que Deus nos concede. Assim podemos desenvolver esse dom e continuar o caminho de Jesus. Assim diz o Papa Francisco: “Devemos continuar o caminho de Jesus, prosseguir sempre, sem nos desencorajar”.

Como percorrer esse caminho?

Se caminharmos um pouquinho com ele podemos perceber que, mesmo nas multidões, no meio dos conflitos, Jesus percebia e atendia àqueles que dele se aproximavam e desejavam sua atenção.  Uma realidade muito importante que se concretiza a partir do seu jeito de ser é que ele não deixava nada para depois. Diante das contradições e injustiças ele toma posição. Vejamos:

  • Jesus, no caminho para Jerusalém, quando se aproximava de Jericó, teve um encontro. Alguém que grita por ele. Quer se aproximar. Os apóstolos tentam impedir, mas Jesus escuta, pára e dá atenção àquele que o chama. É o cego de Jericó que quer ver. E Jesus realiza essa ação.
  • Jesus, continuou o seu caminho. Tendo entrado em Jericó, atravessava a cidade. Um morador da cidade chamado Zaqueu, rico e chefe dos publicanos queria ver quem era Jesus. E por isso corre e sobe em uma árvore para vê-lo passar. Aqui, também, é Jesus quem toma a iniciativa ao ver a atitude de Zaqueu. É Jesus quem o vê primeiro, fala com ele e se oferece para ir almoçar em sua casa. Esse acontecimento deixa os seus discípulos sem nada compreender, mas Jesus sabia que seria muito importante voltar sua atenção para Zaqueu.

 

Assim como o cego de Jericó e Zaqueu tinham se colocado no caminho, também nós precisamos estar sempre no caminho, que é Jesus. Lembremo-nos do Salmo que diz: “Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho.” (Sl. 119,105).

Pode-se encontrar no Evangelho de Jesus, segundo Mateus 7,13-14 e Lucas 13, 23-24 um esclarecimento sobre o que Jesus fala sobre estar no caminho. Jesus fala de dois caminhos. Refere-se a uma exortação. Na narrativa de Lucas, alguém perguntou a Jesus: “Senhor, é verdade que são poucos aqueles que se salvam?” E Jesus respondeu aos que o acompanhavam: “Façam todo esforço possível para entrar pela porta estrita, porque eu lhes digo: muitos tentarão entrar e não conseguirão”; Em Mateus, esta exortação se encontra no final do sermão da montanha: “entrem pela porta estreita, porque é larga a porta e espaçoso o caminho que levam para a perdição e são muitos os que entram por ela!”.

A imagem do caminho está em diversas passagens bíblicas e traz a ideia de caminhos opostos, o caminho da vida e o caminho da morte. O caminho nem sempre está feito, pronto, mas se apresenta como uma pista, uma possibilidade que deve ser analisada. Assim também é a porta. Uma porta estreita e uma porta larga. Quando Jesus fala de caminho estreito, e ou porta estreita, para ele tem um significado. A porta estreita é aquela pela qual entra na vida eterna, isto é, no reino do céu. O caminho que a ela conduz é pouco frequentado, porque é mais difícil. Não são caminhos prontos, mas como trilhas nas montanhas, difícil de serem utilizadas e perigosas. Jesus falava para aqueles a quem fora enviado. Depois de sua morte, e em seu nome, os apóstolos levaram a palavra a todos os homens e mulheres que desejaram ouvir e acolher.

Deixando- nos guiar por Jesus, colocamo-nos no seu caminho. Um verdadeiro caminho, que muitas vezes não é fácil, tem espinhos, muitas pedras e é estreito. Sempre que acharmos que não aguentamos mais, Jesus nos estende a mão, levanta-nos, abraça-nos e ajuda-nos a caminhar.

Jesus está ao nosso lado e caminha conosco.

Nós, cristãos, temos uma visão própria da realidade humana, que nos vem de Jesus Cristo porque é nele que se revela a dimensão mais profunda do ser humano. Então, deixemo-nos ser levada por ele. E, mais uma vez, como diz o Papa Francisco: “a nossa fé é viver a alegria que ela nos proporciona, a alegria de ter encontrado Jesus, a alegria que só Jesus nos dá”.

Aproveitemos esse tempo quaresmal, tempo que nos convida à oração e à penitência. Também nos convida para nos colocar no caminho dos mais necessitados. Precisamos estar atentos à nossa realidade

Nos acontecimentos e fatos da vida nós vamos realizando o nosso agir, sempre olhando para o agir de Jesus. Ele é o nosso modelo. Peçamos ao Senhor que nos faça crescer nesta fé que nos torna alegres. Esta fé que começa sempre com o encontro com Jesus e prossegue sempre na vida com os pequenos encontros cotidianos, com Jesus.

Neuza Silveira de Souza

Coordenadora do Secretariado Arquidiocesano Bíblico-Catequético de Belo Horizonte

 



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