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[Artigo] Deus vem ao nosso encontro e deseja a comunhão conosco – Neuza Silveria, Secretariado Arquidiocesano Bíblico-Catequético de Belo Horizonte

Deus é comunhão. O Deus que Jesus revelou é uma comunhão de amor. O Pai ama o Filho, e o Filho ama o Pai no Espírito Santo que os une pelo amor. Jesus é o Filho de Deus, gerado e não criado. Ele se coloca a serviço do Pai e recebe a força do espírito Santo. O espírito anima, dá vida a toda a criação do Pai e leva as pessoas a terem fé em Jesus. A Trindade toda sai de si para a salvação do ser humano.

O Cristianismo é assim. Uma religião centrada na vida e na pessoa de Jesus Cristo. Os principais ensinamentos do Cristianismo se encontram em seu livro sagrado: a Bíblia. Atualmente, o Cristianismo é a maior religião do mundo.

As pessoas cuja religião é o Cristianismo se chamam de cristãos. Cristão significa “pertencente a Cristo”, porque o objetivo do cristão é se tornar mais como Jesus. O Cristianismo é mais do que uma religião ou uma tradição. Na verdade, o Cristianismo é uma forma de viver e um relacionamento entre as pessoas constituindo uma comunidade cristã.

Nossa experiência religiosa é marcada por inúmeros símbolos que a compõem e a possibilitam. Toda religião precisa sempre de ritos, livros e objetos sagrados, sons e outros elementos que funcionem como pontes que levam a pessoa ao encontro do Transcendente ou lhe expressem essa relação espiritual.

No Cristianismo, os símbolos têm fundamental importância. É muito difícil, senão impossível, imaginar o Cristianismo católico sem a cruz, as velas, o incenso, o pão, o vinho, a água abençoada, o óleo, as imagens…Eles deixam transparecer o convite generoso de Deus à comunhão com Ele e seu desejo de que tenhamos uma vida feliz. Chamam-nos à profundidade do Mistério e despertam em nós a vontade de irmos ao seu encontro.

O símbolo sagrado tem o poder de representar, no seu aspecto sensível, realidades invisíveis. Deus, que não vemos e não tocamos, pode ser evocado e tornar-se presente na vida de quem crê, pela mediação simbólica. Eles ocupam dimensão importante da experiência ritual, poderão ser melhor compreendidos, se fizerem parte do dia-a-dia dos catequizandos e da assembleia celebrante. Para isso, a catequese pode e deve trabalhar com os sinais sagrados, introduzindo os catequizandos ao seu sentido, sem a pretensão de esgotá-lo.

O Ser humano, chamado a crer no Deus Trindade, tem como tarefa trabalhar e possibilitar o conhecimento da fé que introduz a pessoa na compreensão e experiência do mistério do Deus revelado por Jesus Cristo, da Sagrada Escritura, da Igreja e da Sagrada Tradição. Podemos dizer que a “porta da fé” está sempre aberta para nós.

 Quais as reais possibilidades de acesso à fé? Qual itinerário irá seguir?

A Fé é dom de Deus que nos é dada na liberdade de cada um. Por isso é necessário que cada um e cada uma que desejar viver a fé em Cristo Jesus, deve entrar pela porta da fé e percorrer itinerários pessoais que abram possibilidades de vivenciá-la.

A fé cristã tem sua centralidade na Pessoa de Jesus Cristo. Ela inicia-se e completa-se em Jesus Cristo (Hb 12,2), mas antes existe um discreto e silencioso itinerário aberto a todos os homens e as mulheres da terra. Conforme nos diz a Sagrada Escritura, na Primeira Carta de Pedro, “Sem terdes visto o Senhor, vós o amais. Sem que agora o estejais vendo, credes nele. Isto será para vós fonte de alegria indescritível e gloriosa, pois obtereis aquilo que desejais: a vossa salvação” (1Pd 1, 8-9). A salvação é a meta da nossa fé. Então podemos dizer, num sentido mais próprio, que não é possível conceber a vida humana sem fé.

Quando falamos em “fé” precisamos ir além do conceito que encontramos em nossos catecismos; ir além do Credo que professamos; a fé significa um ato de confiança elementar, constitutivo da nossa vida, pois desde o nascimento nós necessitamos dessa confiança. Ao nascer, a criança já identifica sua mãe, nela confia e se entrega, se aconchega. Fé é acreditar, confiar em alguém. É confiar na vida e isto supõe transpor limiar, ir além do fundamental, passar do medo da existência à confiança da vida. Mas ninguém passa sozinho. Sempre estamos a precisar de alguém que nos ajude a fazer a passagem. Sempre haverá um alguém antes de nós para ajudar-nos a afazê-la. Somos seres de confiança, embora necessitemos que alguém nos acompanhe e provoquem em nós o primeiro passo da fé. Desde o nascimento à fé.

Sabemos que percorrer esse caminho não é fácil. Mas ninguém irá fazer o itinerário no meu lugar. Dizemos ser esta fé elementar uma fé antropológica, uma fé que crê no valor da vida humana. É aquela fé comum a muitos homens e mulheres que encontramos no caminho da existência. Trata-se da confiança fundamental na vida que é provocada por Jesus, por sua presença, por aquilo que ele realiza, por sua bondade e sua proximidade. Essa fé é caminho para se chegar ao agir de Jesus. Ele é o caminho que possibilita o encontro pessoal com Deus.

 

Neuza Silveira de Souza
Coordenadora do Secretariado Arquidiocesano
Bíblico-Catequético de Belo Horizonte.

 

 

 

 



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