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[Artigo] Jesus mestre , o bom educador – Neuza Silveira, Secretariado Bíblico-catequético de Belo Horizonte

A arte de pensar é o tesouro dos sábios

Olhemos para nossa realidade. O que vemos? O que ouvimos?
A realidade nos convoca a olharmos ao redor de nós mesmos e perceber a crise que ronda os processos de formação de pessoas, utilizando-se de informações repetitivas que já não mais despertam ou aguçam suas curiosidades. Já não mais se sabe gerar ideias novas, originais. Muitas vezes elas só ficam em nossas mentes ou no imaginário. É preciso deixá-las fluir, ir além do imaginário , para que se torne  realidade capaz de transformar o ambiente no qual se estabelece. É preciso movimentar o comodismo de nossos passos e nos colocar a caminho. Um percurso nada fácil de percorrer, por se tratar dos caminhos do coração e do espírito humano.

O “ser cristão” nos convida a viver a vida no Espírito. A nos transformar com o seguimento de Jesus. Ele veio não para reformar o ser humano, mas para produzir um ser humano novo. Assim como Jesus assumiu a missão que o Pai lhe confiou até as últimas consequências, nós, depois dele, nos colocando no seu seguimento, também nos sentimos movidos pelo mesmo Espírito que o movia e que só pode nos conduzir a um lugar: ao Pai que nos criou e que nos espera.

Pelos caminhos somos chamados a produzir esperança para os desesperados, os que perderam a motivação para continuar fazendo o caminho, os que vivem ansiosos, na expectativa do que poderá vir. Esperança também para os felizes, pois seus dias também findarão, deixarão de ouvir os cantos dos pássaros, de receber o amor dos irmãos. Somos chamados a produzir esperança, pois ela é nutriente do nosso interior. É ela um sentimento que impulsiona o ser humano a sempre olhar para o futuro.

Impulsionado pela esperança e movido pelo Espírito

A revelação nos diz que o Espírito que nos move é Espírito do Pai e do Filho e torna-se Espírito no ser humano. Faz do ser humano seu Templo, inspira-o, cristifica-o, diviniza-o, configura-o ao Filho e o faz filho ele também, possibilitando-lhe então chamar Deus de Pai, como Jesus chamava.

Jesus, o grande mestre, sempre acolhe com carinho, fala com brandura. Poder e delicadeza andam juntos no agir de Jesus. Sua inteligência era assombrosa. Falava com os olhos e com as palavras. Encantava a todos, mas também incomodava a muitos. Muitos não o compreenderam, pois não falavam a linguagem do coração. Hoje Jesus ainda reúne bilhões de admiradores, mas ainda continua sendo desconhecido para muitos.

Jesus desejava ter discípulos para revelar os mistérios da vida, dar a conhecer os segredos da existência. Jesus queria esculpir em seus discípulos a arte de pensar, da tolerância, da solidariedade, da capacidade de se colocar no lugar dos outros. O mestre queria formar pensadores na grande universidade da vida, a conhecer o alfabeto do amor para ajudar aos outros a amar em meio aos conflitos da vida. E Ele acreditou. Acreditou em cada ser humano, apesar das falhas cometidas. Grandes foram seus ensinamentos.

Muitas pessoas ainda o buscam. Seu chamado ainda ecoa no coração daqueles que abrem suas portas e deixam as palavras entrarem. É um chamado constante que fascina e seduz. É um chamado que, embalados pelo som inaudível das palavras, sentem-se estimulados a serem pescadores de seres humanos. Muitos ainda deixam seus barcos, suas redes e as expectativas do mundo moderno e saem para as periferias existências tornando-se líderes espirituais e seguidores do mestre. Saem e vão anunciar a Palavra apreendida no coração. Continuam acreditando e firmes na esperança de que o melhor está por vir.

É pela pregação da Palavra que todos podem ter acesso à fé, chegando a conhecer o Deus único e verdadeiro e a Jesus Cristo. O ministério da Palavra, pela atuação do Espírito, revela-se no carisma da profecia, tão necessário à sociedade contemporânea, permeada de individualismo e consumismo, relativismo e indiferença.

A voz da Palavra é a revelação – É a voz de Deus que ressoa nas origens da criação, quebrando o silêncio do nada e dando origem às maravilhas do universo. É a voz que desce às páginas das sagradas Escrituras, que agora lemos à luz do Espírito Santo; É a voz de Deus proclamada na boca daqueles que ousam ser discípulos de Jesus, o Mestre.

Neuza Silveira de Souza
Coordenadora do Secretariado Arquidiocesano Bíblico-Catequético de Belo Horizonte



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