[Artigo] A Catedral Cristo Rei

Hebert Gerson Soares Júnior[1]

inventario@pucminas.br

                                                                                                Maristela Costa Martiniano[2]

                                                                                                   memorialarquivista@arquidiocesebh.org.br

 

O projeto da Catedral Cristo Rei, cuja origem pode ser apontada ainda nos tempos de Dom Antônio dos Santos Cabral, se efetiva a partir de 2004, desde o início do episcopado de D. Walmor Oliveira de Azevedo. Após uma conversa anterior com o arquiteto Oscar Niemeyer, no ano de 2005 o Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte, solicita a ele uma concepção arquitetônica para a construção da nova Catedral, que se pretendia construir.

As primeiras ideias, de caráter arrojado, são apresentadas já no ano seguinte a este encontro, e, consequentemente, é iniciado um extenso processo até a assinatura do contrato do projeto para um Conjunto Arquitetônico da Catedral de Cristo Rei, que ocorreu em 2010. Já a apresentação do projeto à comunidade foi realizada em 2011, e, em 2012 realizada a assinatura do Termo de Intenções.

 

Figura 01 – Modelagem tridimensional do Conjunto Arquitetônico da Catedral Cristo Rei, projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer. Fonte: https://catedralcristorei.arquidiocesebh.org.br/a-catedral/historia/, acesso em agosto/2021.

 

Segundo palavras do próprio arquiteto, que faleceu em dezembro de 2012 e não chegou a ver o início das obras:

O terreno que me foi apresentado se localiza em frente à avenida que liga Pampulha ao aeroporto. Possui inclinação muito acentuada, o que me possibilitou desenhar três pavimentos abaixo da avenida, gerando assim uma grande praça, que abrigará todo o programa de apoio necessário. Essa praça compreende a catedral com espaço para 3.000 pessoas e um altar externo, situado na outra extremidade, permitindo que cerca de 20.000 fiéis possam assistir à missa e a outros eventos.

A catedral é uma cúpula de 60 m de diâmetro, suspensa por duas estruturas que se elevam a 100 m de altura.

 Desenhei esta catedral com o mesmo entusiasmo com que projetei a de Brasília ou aquela destinada ao Caminho Niemeyer, e Niterói. [3]

A igreja terá planta circular, com cobertura em cúpula apoiada em anel sustentado por dois pórticos e de onde também surge estrutura de aproximadamente 100 metros de altura, transformando o local no maior marco da paisagem local. O entorno recebe espelho d’água com cruzeiro à direita da entrada principal. À esquerda, de modo mais recuado, será edificado o campanário, e ao fundo, o altar externo (Concha Acústica da Amizade). Tudo está disposto em esplanada, sob a qual se organizam setores administrativos, sociais e culturais da Cúria Metropolitana.

Paralelamente às obras que começaram em 2013, com os trabalhos de terraplanagem, seguidos da fundação e toda a parte estrutural, houve a benção do canteiro de obras e desde então algumas peregrinações. Foi instalada no local a Tenda Cristo Rei com a intenção estabelecer a ponte de pertencimento da obra com os fiéis. A Tenda Cristo Rei serviu como arcabouço de recepção de missas, confissões, orações do terço e outras atividades que buscavam aproximar a Catedral da comunidade.

Figura 02 – Início das obras. Benção das máquinas. Fonte: https://catedralcristorei.arquidiocesebh.org.br/a-catedral/historia/, acesso em agosto/2021.

A Catedral Cristo Rei prima por abordar de modo abrangente os aspectos espiritual, educativo, social e cultural. Demonstrando o cuidado com a comunidade, foi realizado um estudo sobre o impacto da chegada da Catedral à vizinhança; como resultado o entorno percebeu a obra como de grande valor de fé e valorização arquitetônica para região.

Para dar fôlego à construção, as doações dos fiéis se tornaram parte importante e foram feitas de várias e valiosas formas: a campanha Faço Parte, a Praça das Família, as campanhas nas paróquias. Também a confecção de cofres por crianças que juntaram moedas para entregar em mãos à Dom Walmor. Carinho que o Arcebispo recebeu e guardou com muito amor.

Durante toda a construção estão sendo recolhidos os documentos da obra. São plantas, folders, correspondências, vídeos, e objetos que serão capazes de contar a história da Catedral, que farão parte do acervo expositivo das futuras instalações da Rede Catedral de Cultura, que irá abrigar o Memorial da Arquidiocese de Belo Horizonte. A edificação não é somente física: ela envolve o zelo da equipe multidisciplinar da Mitra Arquidiocesana que almeja o estabelecimento desse templo como o local de acolhimento e fé.

A celebração da primeira Missa ocorreu por ocasião da festa de Cristo Rei, no ano de 2018, em um dos espaços sob o templo que permanece em obras. No ano de 2021, dentro das comemorações do centenário da Arquidiocese de Belo Horizonte, um evento marcou a transferência do título de Catedral da Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem/Santuário Arquidiocesano de Adoração Perpétua ao Santíssimo Sacramento, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, para a Igreja de Cristo Rei, localizada na região de Venda Nova.

Convidamos todos para visitarem o site da Catedral Cristo Rei: catedralcristorei.arquidiocesebh.org.br para apreciar o avanço das edificações. As missas podem ser assistidas no canal da TV Horizonte (canal 30 HDTV). O Terço Perpétuo pode ser acompanhado pela página do Facebook, em Catedral Cristo Rei BH. Seguindo os protocolos de saúde, para a missa presencial é necessário o agendamento prévio, que pode ser feito pelo WhatsApp (31) 98979-0167 ou pelo telefone (31) 3269-3100. As missas acontecem aos domingos em três horários: 8h, 10h e 30minutos e às 17h.

 

Referências:

https://catedralcristorei.arquidiocesebh.org.br/, acesso em agosto de 2021.

http://www.niemeyer.org.br/, acesso em agosto de 2021.

Extraído de http://www.niemeyer.org.br/obra/pro603, acesso em agosto de 2021.

[1] Possui graduação em Arquitetura e Urbanismo pela PUC-Minas (2014), e pós-graduação em Patologia, Terapia e Manutenção de Edificações (2018) pela mesma universidade. Mestrando do Programa de pós-graduação em Artes (PPG-Artes), da Escola de Belas-Artes da UFMG. Integra o corpo técnico de colaboradores do Memorial da Arquidiocese de Belo Horizonte/Inventário do Patrimônio Cultural.

[2] Possui graduação em Arquivologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (2014), mestrado em Ciência da Informação (2017) pela mesma universidade. Integra o corpo técnico de colaboradores do Memorial da Arquidiocese de Belo Horizonte/Arquivo Arquidiocesano de Belo Horizonte.

[3] Extraído de http://www.niemeyer.org.br/obra/pro603, acesso em 13/08/2021.