Santuário Arquidiocesano

Santuário Nossa Senhora da Conceição dos Pobres

07h

10h
18h
07h
19h
19h
- 1a Sexta-feira
18h
Todo mês - Todo dia 08 do mÊs

07h - Dias da semana e Domingo

10h - Sómente aos domingos

15h - Dias da semana (sábado não temos as 15h)

18h - Sábado e domingo a missa da noite é as 18h

19h - Dias da semana

Comunidade Sobradinho

Domingo
08h30

Comunidade Santa Edwiges

Domingo
17h

Comunidade Santa Teresinha

Quinta-feira
19h

Comunidade Vila Senhor dos Passos

Sábado
18h
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Na vida, precisamos aprender a desapegar para aliviar a alma

Uma das características humanas mais marcantes e evidentes, desde os primeiros meses de vida, é o desejo de reter as coisas para si. O bebê deseja ter toda a atenção e todos os cuidados da mãe; quando cresce um pouco, aprende a dizer “meu pai”, “meu brinquedo”, “meu leitinho” etc.

No Brasil, e talvez em toda a cultura ocidental, temos uma mania peculiar: costumamos chamar as pessoas que contratamos para nos prestarem serviços de “meu dentista”, “meu contador”, “minha cabeleireira”, “minha psicóloga”. Isso já faz parte da nossa cultura de forma tão arraigada, que nem nos apercebemos desse costume.

Sentimento de posse
Esses traços tanto humanos como culturais não nos educaram para situações de liberdade e desapego. Sentimo-nos proprietários não só de casas e carros, mas também de pessoas, empregos, relacionamentos e situações que não são nossas posses.

Muitas pessoas e situações são como entraves nos avanços que se deseja ter, funcionando como pesos que se leva, como âncoras que empurram para baixo e deixa a passada mais lenta e pesarosa.

Alguns se agarram a esses pesos como se fossem desabar, e a pessoa teme ficar sem o chão que está acostumado a pisar. É o emprego agressivo e desumano que desgasta física, mental e emocionalmente; é aquele amigo ou namorado exigente, controlador, que não consegue ver você sendo autêntico e livre nas situações do seu cotidiano; é aquele insulto que lhe fizeram tempos atrás, aquela oportunidade que lhe foi negada, aquele namoro que se rompeu, a demissão inesperada, o amigo que se afastou.

Nesse tipo de terreno, é possível encontrar pessoas olhando mais para baixo e para trás do que para frente. Quando alguém caminha dessa forma, costuma desequilibrar-se, trombar em objetos e, mais cedo ou mais tarde, acaba caindo no chão.

Reflita sobre sua postura
É claro que não podemos esquecer que pessoas não são descartáveis e empregos não vão e vem de um dia para o outro. Mas você já parou para pensar se não é o caso de dar um novo significado para algumas questões que lhe são pesadas? E o que dizer daquela mágoa, aquela raiva que você vem cultivando há tanto tempo?

Aos poucos, é possível que você perceba muita dificuldade para viver os dias, o brilho da vida ficando opaco e aquilo que antes fazia sentido, ficou fraco aí dentro. Experimente fazer uma avaliação das emoções que guarda, das pessoas que o cercam, dos assuntos que você conversa e das situações do seu cotidiano.

Faça, então, uma perguntinha simples a si mesmo: vivendo assim, estou sendo autêntico e sinto paz, noto que sou alguém melhor a cada dia? No caso de uma resposta negativa, veja a possibilidade de fazer uma boa faxina, começando por você. Aceitar é um primeiro passo grandioso, que faz toda a roda da transformação girar.

O que você precisa aceitar dentro de si? Que guardou uma mágoa, ofendeu alguém, que também errou naquela situação, ou que ninguém fez por mal e as pessoas tentaram o seu melhor? Ou talvez, precise aceitar que algumas coisas ainda são difíceis para você admitir, que a baixa autoestima lhe traz um sentimento de rejeição, que a agressividade tem sido uma fuga para lidar com frustrações ou que a fofoca o ajuda a desviar a atenção dos outros para longe dos defeitos que você deseja esconder.

Aceite e viva mais leve
Esse exame de consciência é um ato corajoso e extremamente libertador. Depois desse primeiro passo da aceitação, deixe ir. Pode dizer para a raiva que ela não lhe serve mais nesse momento; agradeça, porque ela o protegeu em algum momento, defendeu-o ou segurou-o para não cair muito fundo. No fim, nossas emoções sempre estão a serviço da nossa proteção, apenas precisamos ser mais conscientes para definir as que são adequadas e as que não.

Os sentimentos que o paralisam podem receber sua gratidão e despedida. Sim, despedir-se dos maus sentimentos é um processo necessário quando se descobre novas formas de lidar com as pessoas e situações que lhe pesam.

Com mais leveza, é possível sorrir mais, ser mais generoso, criativo, menos agressivo e cansado. O estresse fica lá fora e as mesmas coisas que lhe pesavam, passam a ser vistas sob o olhar da compreensão, da reconciliação e do perdão.

Milena Carbonari
Psicóloga pós-graduanda em Educação e terapeuta de EMDR (tratamento de traumas e fobias)

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