Santuário Arquidiocesano

Santuário Nossa Senhora da Conceição dos Pobres

07h

10h
18h
07h
19h
19h
- 1a Sexta-feira
18h
Todo mês - Todo dia 08 do mÊs

07h - Dias da semana e Domingo

10h - Sómente aos domingos

15h - Dias da semana (sábado não temos as 15h)

18h - Sábado e domingo a missa da noite é as 18h

19h - Dias da semana

Comunidade Sobradinho

Domingo
08h30

Comunidade Santa Edwiges

Domingo
17h

Comunidade Santa Teresinha

Quinta-feira
19h

Comunidade Vila Senhor dos Passos

Sábado
18h

Dá-me um copo de cólera e enche meu peito de fúria, que ainda não estou suficientemente indignado. Dá-me um gole de raiva que bata seco no estômago e me faça transpirar ansioso ou me faça chorar. É que a embriaguez do asco não me é suficiente. Ainda estou inibido.

Travado no canto, não reajo. Acostumei-me aos tapas e deboches. Submisso, subserviente, subjugado. Mesmo grande, fui tornado pequeno. E o poder que tenho me foi sendo sugado aos poucos. Quem cresce enredado acostuma-se à limitação dos movimentos e não sabe o que é liberdade. Sofrendo, sempre ri e sorri – de alegria e nervoso.

Hoje vivo dividido e minha alegria é furtiva. Por tamanha opressão, encontro-me confuso, dividido, desesperançado. Em mim há gritos da barbárie que vez e outra emerge (ou na qual me submerjo). Tenho medo.

Minha cura está numa taça de indignação. Só ela pode me fazer levantar e reunir forças para a grande libertação. Embriagado, posso tomar a faca e cortar minha própria carne para extirpar o mal que nela cresceu; típica anestesia de cirurgias rudimentares. Nada drástico para quem é rude. Nunca fui civilizado, só domesticado. Quem me vê em margens plácidas imagina que vim de berço esplêndido, mas sou feroz.

A paz não é ausência de conflitos. Sem uma boa dose de revolta não há mobilização para se restaurar da degradação sofrida. É preciso estar indignado para se mover e sair do lugar. Quem tudo releva acaba vítima e suscetível a toda sorte de injustiça. Apesar disso, é preciso que se saiba que a raiva sem causa é apenas destruição; com um porquê, torna-se motivo do agir. Contudo, o objetivo ainda deve fulgurar para que tal embriaguez não se torne um estado permanente como a fúria do surto de um louco. O bem, a paz e a justiça são o fim.

Si vis pacem, para bellum.

Gilmar Pereira
Mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP, graduado em Filosofia pelo CES-JF e em Teologia pela FAJE.

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