Santuário Arquidiocesano

Santuário Nossa Senhora da Conceição dos Pobres

07h

10h
18h
07h
19h
19h
- 1a Sexta-feira
18h
Todo mês - Todo dia 08 do mÊs

07h - Dias da semana e Domingo

10h - Sómente aos domingos

15h - Dias da semana (sábado não temos as 15h)

18h - Sábado e domingo a missa da noite é as 18h

19h - Dias da semana

Comunidade Sobradinho

Domingo
08h30

Comunidade Santa Edwiges

Domingo
17h

Comunidade Santa Teresinha

Quinta-feira
19h

Comunidade Vila Senhor dos Passos

Sábado
18h
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DE QUE MATÉRIA FOMOS FEITOS?

Há palavras irrecuperáveis, ou quase. Passividade é uma delas, indica, logo de saída, um tom, um modo de ser que ninguém vê com bons olhos. Pelo contrário, recomenda-se que sejamos ativos e, mais, pró-ativos. Proatividade, se já não é, não demorará a ser recomendada como um programa gerador de sucesso. Contra a inércia, a indecisão, a hesitação, há sempre os que bradam em favor da proatividade. Isso, está bem, faz algum sentido. Mas não tanto como vem sendo costume pensar.

 

Há qualquer coisa na vida que passa ao largo da atividade. Em parte, é assim mesmo, construímos nossa biografia. Optamos ou recusamos, optamos e recusamos e, pouco a pouco, vamos dando forma a nós mesmo. Mas sob essa superfície não há um rumor de fundo, vindo de camadas muito remotas de nossa existência, que nos lembra que não comandamos a existência, que não somos senhores de nós mesmos, que somos peregrinos sempre surpreendidos entre uma origem e um fim que permanecem ocultos? Não há em cada um de nós, espaços aos quais pertencemos e que, mesmo presentes a todo o tempo, permanecem inomináveis? Apesar do esforço continuado de estabelecer margens e limites, um esforço quase sempre marcado pelo receio, não há em nós, e não haverá sempre, territórios tão íntimos quanto desconhecidos?  E diante da existência disso que não podendo ser alcançado nos alcança, não nos cabe uma certa reverência, uma  passividade atenta, uma escuta refinada, um padecimento consentido? Talvez passividade, que sempre entendemos como o contrário, o contrário vazio, da ação, possa, quem sabe, em muitas circunstâncias ser vista como uma forma ainda mais refinada de ação, a difícil arte de se haver com o que, sendo nós mesmos, nos excede. Se não me engano, é de George Steiner a lembrança de que nos momentos decisivos somos estrangeiros a nós mesmos. Pois é.

 

Para pensar um pouco mais: “Nunca um homem está mais ativo que quando nada faz, nunca está menos só do que quando a sós consigo mesmo” (Catão,  segundo Cícero, citado por Hannah Arendt)

 

Ricardo Fenati

Equipe do Centro Loyola

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