Mensagem do bispo
A qual conversão a Quaresma nos convida, pessoalmente e como comunidade?
Quaisquer que sejam as lutas no caminho de fé e conversão de cada um de nós, sabemos a meta para a qual somos todos chamados: “todo discípulo bem formado será como o seu mestre” (Lc 6,40).
Para isso, é-nos dado contemplar, acolher e viver a riqueza imensa de graça que nosso Mestre e Senhor nos oferece nele mesmo e em sua Igreja. O convite do Papa Francisco a redescobrirmos o “todos juntos” (a sinodalidade) no nosso caminho eclesial nos abre a esse traço da fisionomia de Cristo que Ele quer fazer resplandecer em nós, seu Corpo, seus discípulos, seus amigos: a vida em comunidade, vida de serviço. Assim viveu Jesus, em nosso favor.
Assim chama a viver os seus discípulos, seguindo seus passos (ler Mc 8,34-36; 1Jo 2,6).
É verdade que Jesus quer encontrar-nos na oração pessoal, na solidão de nossa intimidade aberta à sua graça. Mas ele manifesta sua decisão de encontrar-nos também juntos: “onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou no meio deles” (Mt 18,20); “eu estou no meio de vós” (Lc 22,27). Reunamo-nos, pois, em seu nome, isto é, por causa dele e do jeito que ele quer e nos ensinou, para escutar e aprender seus ensinamentos (ler Mc 4,10-11), para cuidarmos uns dos outros no amor mútuo (ler Jo 13,34-35), enfim, para o seu serviço (ler Jo 13,12-15; Mt 25,34-36).
Vida em comunidade, vida de serviço.
As pequenas comunidades em nossas paróquias, mesmo os grupos de pastoral, de oração e movimentos eclesiais, o convívio entre nós ministros ordenados, tudo isso é um imenso dom como espaço para vivermos essa graça: Jesus Salvador e Servidor no meio de nós, nosso Mestre de vida de comunhão e serviço.
Eu estou no meio de vós como aquele que serve” (Lc 22,27).
Dom Júlio César Gomes Moreira
Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte e referencial para Região Episcopal Nossa Senhora da Conceição
