30 de junho de 1903 deverá ter sido um dia comum para o mundo, mas para o lar de Antônio Evangelista Marques Guimarães e Elisa Carolina de Jesus Guimarães era motivo de comemoração, festa, alegria, pois, nascera o pequeno que logo após receberia o nome de EPHRAIM.
Família numerosa e abençoada, pois, dos nove irmãos (uma falecida ainda pequena) os seis homens se tornaram sacerdotes e as duas irmãs se casaram. O pequeno Ephraim nascido em Morro Vermelho, distrito da cidade de Caeté – Minas Gerais berço desta riqueza para a Igreja, seguiu o exemplo dos irmãos mais velhos, ingressando, ele Ephraim no Seminário vindo a ordenar-se sacerdote em 1935.
Inicialmente foi pároco na cidade de Crucilândia – Minas Gerais e logo em seguida transferido para a Paróquia Santíssimo Sacramento em Taquaraçu de Minas, cidade que muito deve à sua memória por ter sido um dos grandes lutadores pela emancipação da mesma, ficando como Pároco por 56 anos, até o seu falecimento em 22 de abril de 1991. Família tradicional educou seus filhos na moral e religião pautadas nos mais altos valores.
A vida do Padre Ephraim Evangelista Marques Guimarães em Taquaraçu de Minas resumiu-se nos afazeres totais da evangelização, a seu modo, cumprimento de suas tarefas sacerdotais, mas atendendo a todos que o procuravam, extremamente rigoroso, porém, muito doce em seus ensinamentos, dedicava-se ao artesanato, pintura, composições de músicas religiosas e escritor, embora não se tenha conservados arquivos, admirador das plantas e as cultivava no quintal da casa Paroquial bem como aos animais de várias espécies.
Personalidade forte, obediente às autoridades eclesiais, porém, sem ser subserviente, amante torcedor do Cruzeiro Esporte Clube causa de pilhéria entre ele e o Sr. Arcebispo Metropolitano Dom Serafim Fernandes de Araújo – Atleticano (sempre bem humoradas de ambas as partes), suas peculiaridades: pescaria, cigarro de palha e fumo de rolo, cerveja gelada, sua vida simples mas sempre voltada para as orações.
Sacerdote, exerceu seu ministério por mais de três gerações ministrando os sacramentos a pais, filhos e netos e assistindo a todos os paroquianos em suas necessidades espirituais mesmo que fosse preciso se deslocar em lombos de animais para ministrar os sacramentos onde quer que fosse. Nos cuidados com a Igreja templo do Santíssimo Sacramento não permitia uso de roupas indecorosas, mulheres com decotes, calças esportes, sem mangas compridas, e para qualquer celebração as mesmas deveriam usar véus ou echarpe. Os homens deveriam sempre estar bem trajados.
O sacramento do matrimônio era celebrado sempre às quintas feiras às 11h às vezes com as portas da Igreja fechadas ao público. Transmitia em suas homilias os mais profundos ensinamentos sempre em tom marcante e correto. Sua FÉ inabalável em Nossa Senhora e ao Santíssimo Sacramento – a Eucaristia – levando-o a compor uma belíssima oração intitulada “ORAÇÃO À SAGRADA HÓSTIA” rezada até hoje em nossas Adorações ao Santíssimo Sacramento, tradição da Paróquia e desde 2014 distribuída por ocasião da Festa de Corpus Christi. Existem muitos depoimentos de paroquianos por graças alcançadas por sua intercessão (milagres) ainda não catalogadas e ou documentadas. A pequena vida de um grande e santo homem.
Escrito por Maria de Lourdes Marques Cruz – 29/06/2020.