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[Artigo] Como viver o amor fundamental de Deus – Neuza Silveira 

 

Assim Jesus disse: “Amarás o Senhor, Teu Deus, de todo o coração, de toda tua alma e de todo o teu pensamento. Amarás a teu próximo como a ti mesmo”.

Jesus, ao ensinar a viver o amor fundamental, está cumprindo o que diz a Palavra dirigida a todo o seu povo: “Escute, povo de Israel! O Senhor, e somente o Senhor, é nosso Deus” (Dt 6,4). Daí, entendemos quer o amor a Deus e ao irmão se apreende e se exercita, antes de tudo, na experiência da escuta do filho à voz do Pai. Jesus nos convida a ouvir o Pai, fazer sua vontade, importar-se com ele, a valorizar as coisas que ele diz. Dessa forma, é que se percorre o caminho do aprendizado do amor cujo ápice será a participação no mistério da cruz.

Como viver o amor de Deus?

Na família – Viver esse amor de Deus é procurar vivê-lo na família em uma demonstração de carinho, compreensão, perdão e dedicação para com todos. Na família se compreende que não se poder viver sozinho. São chamados para construir uma relação de experiência de amor no seio familiar. Feitos à imagem e semelhança de Deus e unidos em comunhão de afeto e de pensamento tornam-se, pela fidelidade do seu amor, e através das alegrias e sacrifícios da sua vocação, testemunhas daquele mistério de amor que Deus revelou ao mundo com sua morte e ressurreição.

Na comunidade – Saindo do âmbito familiar, mas se agregando a uma família maior chamada comunidade, somos chamados a nos ajudar, a nos respeitar, assumir o que é de todos promovendo o bem comum. Celebramos e partilhamos juntos. A partilha nos faz comunidade e esta experiência na celebração eucarística nos convida ao compromisso para com os outros. Não se pode participar da eucaristia sem participar da vida da comunidade.

No mundo – Expandir esse amor ao universo é perceber a criação de Deus como um todo e respeitá-la. Saber que Deus está presente em toda a sua criação: em mim, nos outros, nos fatos da vida e nos acontecimentos. Tudo isso se torna caminho que me leva a ele. Os cristãos, resgatando o tempo presente, promovem com empenho o bem do matrimônio e da família, cooperando uns com os outros, superando as dificuldades de acordo com os novos tempos.

Na oração – Viver o amor de Deus na oração que me fortalece e me liga a Ele. Ter a Palavra de Deus como luz para o meu caminho. A Palavra que foi revelada por Jesus Cristo e continua sendo atualizada em minha vida pelo Espírito Santo. Uma oração pessoal que agrada a Deus: O meu diálogo pessoal com ele, o jejum e a esmola. Um jeito cristão de celebrar a vida, de celebrar a comunhão com Deus e com os irmãos e irmãs, com a natureza e consigo mesmo é a oração em comunidade, principalmente a grande oração da Igreja, a Celebração Eucarística.

No meu relacionar-se com Deus – Na experiência do amor todos são convidados a se relacionar bem com Deus. Esta relação acontece quando se entende o valor real da vida. Assim entenderemos o que Jesus disse: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna. (Jo, 3,16).

Ao nos interessarmos por Deus, começaremos a entender que são as nossas relações aqui, para com os outros, que ajudam ou impedem esse relacionamento. Se as nossas relações de amor são voltadas para o outro é fácil amar a Deus pelo que ele é e perceber o seu amor. Mas quando não conseguimos amar as pessoas pelo que elas são, amar a Deus pelo que ele é se torna difícil.

Se a prática das pessoas é amar e valorizar às outras pelo que elas têm, assim se torna difícil o relacionamento com Deus, pois vai valorizá-lo pelo o que ele tem, e não pelo que ele é. Dessa forma a aproximação que se faz de Deus é para alcançar algo que deseja para si e acaba não percebendo tantas outras coisas que ele está oferecendo.

Vamos refletir:

Como está a minha prática do amor aos irmãos? À natureza? Sei que muitos convidados de Jesus não aceitaram o seu convite porque estavam ocupados com outros interesses. E eu? Estou disposto(a) a aceitá-lo na minha vida?

Neuza Silveira de Souza.

Coordenadora do secretariado Arquidiocesano Bíblico-Catequético de Belo Horizonte