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Um conto cativante: Padre André Lage indica o livro “O cavaleiro preso na armadura”

Padre André Lage, reitor do Santuário Arquidiocesano São Judas Tadeu

Um conto cativante: O cavaleiro preso na armadura, do escritor norte-americano Robert Fisher traz grande sabedoria de vida e de autoconhecimento em suas páginas. Este é o livro indicado esta semana, na nossa seção Dica Literária, por padre André Lage, pároco e reitor do Santuário Arquidiocesano São Judas Tadeu, presidente das Obras Sociais São Judas Tadeu e também  membro da Academia de Ciências e Letras de Sabará.

O livro conta a história daquele que era o cavaleiro mais corajoso do reino. Um homem sempre pronto para qualquer batalha, disposto a defender sua honra e ajudar quem fosse preciso: esqueceu de si, dos seus e se fechou no seu mundo. Sua armadura, pontua padre André, era a única imagem que todos enxergavam no cavaleiro, até mesmo sua mulher e seu filho. “O cavaleiro preso na armadura narra a dificuldade que muitas vezes temos em nos mostrar exatamente como somos, em baixar nossas armas e revelar nosso rosto. O homem desta fábula acaba sem querer se distanciando das pessoas que ama e perdendo sua verdadeira identidade”, diz padre André, ao nos apresentar um pouquinho dessa obra.

Seguindo a história, quando o cavaleiro percebe que não consegue mais se desvencilhar da armadura, parte em busca da libertação. Padre André observa que o personagem percorrendo a “Trilha da Verdade segue rumo ao autoconhecimento, buscando sua verdadeira face há tempos escondida, e reencontrando o sentimento que havia guardado na armadura por toda a vida.” Padre André explica que no  nosso tempo presente, “o cavaleiro preso na armadura” representa e fala diretamente a todos que se sentem presos aos compromissos e responsabilidades do mundo moderno, esquecendo aqueles que amam e deixando de lado seus verdadeiros desejos. “Essa leitura permite uma revisão de vida; permite identificar onde precisamos amadurecer, qualificar e evoluir como seres humanos humanizados”, reforça padre André, observando que a leitura é cativante: “Vale a pena libertar-se. É necessário e importante ser você para a vida ter sentido. Uma vida vivida significa amar absolutamente sem fraudes na liberdade do seu eu que é parte do todo da existência humana”, reflete.

De modo geral, além dos livros de formação e de sua área, padre André adora romances literários, contos, poesias. Recentemente teve a oportunidade de iniciar leituras do 64º prêmio Literatura Jabuti, descobrindo o autor Jerferson Tenório com o romance: O avesso da pele.

Padre André nasceu em Belo Horizonte, onde ingressou para o Seminário Arquidiocesano Coração Eucarístico de Jesus (Sacej). Recorda-se que desde os 9 anos passou a gostar, de modo especial, dos livros: “Pelas histórias, desenhos, rabiscos que nos levavam a outros mundos; realidades de sonhos; e tantas outras que somente a imaginação poderia conceber através das leituras”, costuma dizer. Além de autores de filosofia e teologia, autores como Machado de Assis; Carlos Drummond de Andrade; Nicolas Spark; Clarice Lispector; Guimarães Rosa… Nesta Dica Literária, padre André lembra também de leituras que sempre, quando relidas, trazem uma novidade como o Pequeno Príncipe (Antoine de Saint-Exupéry); A droga da obediência (Pedro Bandeira); A Hora da Estrela (Clarice Lispector); A Arte de Morrer (Jean-ives Leloup); O Senhor dos Anéis (Trilogia J. R. R. Tolkien).