Santuário Arquidiocesano

Paróquia Nossa Senhora de Lourdes (Lourdes)

07h30

09h
10h30
12h
18h
20h
07h
18h
07h
18h
07h
18h
07h
18h
07h
18h
07h30
16h45

Diálogo entre as gerações fortifica a família

Ouça o conteúdo

O Papa Francisco, ao prosseguir com a sua catequese na Audiência Geral, nessa quarta-feira (02/03), dedicou-se  ao tema “Longevidade: símbolo e oportunidade“.

Para o Pontífice, “a aliança entre as duas gerações extremas da vida, crianças e idosos, também ajuda as outras duas, jovens e adultos, a criar laços entre si para tornar a existência de todos mais rica em humanidade”.

Ritmos mais lentos não significam tempos de inércia

“É como se a transmissão da vida humana, tão nova no universo criado, exigisse uma iniciação lenta e prolongada. Tudo é novo, no início da história de uma criatura que é espírito e vida, consciência e liberdade, sensibilidade e responsabilidade. Durante este longo período de tempo, a qualidade espiritual do homem é também lentamente cultivada. Os tempos de transmissão são mais curtos, mas os tempos de assimilação requerem sempre paciência”, disse o Papa, acrescentando:

O excesso de velocidade, que agora ofusca  todas as fases da nossa vida, torna cada experiência mais superficial e menos “nutriente”. Os jovens são vítimas inconscientes desta divisão entre o tempo do relógio e os tempos da vida, que requerem uma adequada “fermentação”. Uma vida longa permite experimentar estes longos tempos e os danos da pressa.

Segundo o Papa, “a velhice certamente impõe ritmos mais lentos: mas não são apenas tempos de inércia. De fato, a medida destes ritmos abre, para todos, espaços de significado da vida desconhecidos pela obsessão da velocidade. A perda de contato com os ritmos lentos da velhice fecha estes espaços para todos. Foi neste contexto que quis instituir a festa dos avós no último domingo de julho”, sublinhou o Papa Francisco.

A velocidade nos coloca numa centrífuga

De acordo com o Pontífice, “é necessário o diálogo entre as gerações, se não há conversa entre jovens, idosos e adultos, cada geração permanece isolada e não pode transmitir a mensagem”. Um jovem que não está ligado às suas raízes que são os avós, não recebe a força, como a árvore, das raízes, e cresce mal, doente e sem referência. É preciso buscar como uma exigência humana o diálogo entre as gerações.

O Papa Francisco também explicou que “a cidade moderna tende a ser hostil  (com idosos e crianças)  e possui espírito do descarte. A velocidade nos coloca numa centrífuga que nos varre como confetes. Perdemos completamente de vista o todo. Cada um agarra-se ao seu pedacinho, flutuando sobre os fluxos da cidade-mercado, para a qual ritmos lentos são perdas e velocidade é dinheiro. A velocidade excessiva pulveriza a vida, não a torna mais intensa. A sabedoria nos pede para perder tempo”.

diálogo

O ritmo dos idosos nos ajudam

O Papa ressaltou a necessidade de perder tempo com os filhos, com as crianças, pois “este diálogo é fundamental para a sociedade”. Portanto, perder tempo com as crianças e também com os idosos, fortifica a família humana”. Segundo o Santo Padre, “crianças e idosos nos dão outra capacidade de ver a vida”.

A pandemia em que ainda somos forçados a viver impôs – com bastante sofrimento, infelizmente – um bloqueio ao culto obtuso da velocidade. E neste período, os avós funcionaram como uma barreira à “desidratação” afetiva dos mais jovens. A visível aliança de gerações, que harmoniza os tempos e ritmos, restitui-nos a esperança de não vivermos a vida em vão. E restitui a cada um de nós o amor pelas nossas vidas vulneráveis, bloqueando o caminho para a obsessão da velocidade, que simplesmente as consome.

Segundo o Pontífice, “os ritmos da velhice são um recurso indispensável para apreender o significado da vida marcada pelo tempo. Os idosos têm o seu ritmo, mas são ritmos que nos ajudam.

A aliança das gerações é indispensável

O Papa sublinhou que “hoje, verifica-se uma maior longevidade da vida humana. Isto nos dá a oportunidade de incrementar a aliança entre todos os tempos da vida. O sentido da vida não está somente na idade adulta, vai do nascimento até à morte e você tem de ser capaz de cultivar relações afetivas. Assim a sua maturidade será mais rica, mais forte”.

“Que o Espírito nos conceda inteligência e força para esta reforma: a prepotência do tempo do relógio deve ser convertida na beleza dos ritmos da vida. Esta é a reforma que devemos fazer em nossos corações, na família, e na sociedade. A aliança das gerações é indispensável. Numa sociedade em que os idosos, jovens e adultos não se falam, é uma sociedade sem futuro. Que Deus nos ajude a encontrar a música adequada para esta harmonização entre as diferentes idades, concluiu o Papa Francisco.