Santuário Arquidiocesano

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[Artigo] NATAL: A celebração para o amor para os cristãos- Neuza Silveira

“Maria, a mãe que cuidou de Jesus, agora cuida com carinho e preocupação materna deste mundo ferido”. (Papa Francisco. Encíclica Laudato Si’, n. 241)

O amor é cheio de pequenos gestos de cuidados mútuos, manifestando-se em todas as ações que procuram construir um mundo melhor. O amor à sociedade e o compromisso pelo bem comum são uma forma eminente de caridade, que toca não só as relações entre os indivíduos, mas também “as macrorrelações, como relacionamentos sociais, econômicos, políticos”. Por isso, a Igreja propôs ao mundo o ideal de uma “civilização do amor”. O amor social é a chave para um desenvolvimento autêntico: “Para tornar a sociedade mais humana, mais digna da pessoa, é necessário valorizar o amor na vida social – nos planos político, econômico, cultural – fazendo dele a norma constante e suprema do agir”(LS 231).

O texto acima foi retirado da Encíclica Laudato Si’ do Papa Francisco. Fala de Amor. E o que pode ser o “Natal” senão amor. Neste dia de Natal celebramos o “AMOR”. O grande amor de Deus. Um Deus que se movimenta, sai de si para ser o que ele não é. Ele sai de si e se torna uma criatura no meio de nós. Um Deus que desce, que entra no mundo para que o mundo seja divinizado. Uma criatura diferente, um Filho que vem para junto ao nosso convívio nos revelar o grandioso amor do Pai Criador.

Deus se encarna – mistério da encarnação – Deus se doa no seu filho Jesus e vem estar no meio de nós e nos salvar do pecado, nos curar das feridas produzidas pelo próprio mundo e nos fazermos felizes. E o que Ele espera de nós? Que abramos nossos corações para Ele poder entrar.

Todos os anos celebramos o Natal. Esse tempo festivo, alegre, preparativos, procuras de presentes, felicitações, troca de cartões, encontros com as famílias, ceia natalina e até mesmo fogos artificiais. Assim é a comemoração de Natal para muitas pessoas. Ultimamente, muitos nem se lembra da “Missa do Galo. Tudo isto é muito importante, simbólico, representativo, mas para além de tudo isso, existe um outro lado.

O Natal tem um significado simples e profundo: celebra-se o Natal para comemorar o momento histórico em que Deus veio à terra em forma de criança para revelar seu amor pela humanidade. Um amor intenso, gratuito e incondicional. Um amor carregado do seu sentido teológico: oferecer-nos o perdão dos pecados, a esperança de uma vida eterna e nos possibilitar a subida ao Céu. Este amor é para todos. Para aqueles que estão celebrando seu nascimento; para aqueles que às vezes até esquece do presente para o aniversariante e, principalmente, para aqueles que ficaram esquecidos nas plataformas das calçadas, nas esquinas das ruas e nos becos sem saídas.

Todo ser humano é reconhecido como a figura ideal conforme o desígnio de Deus. Toda a história humana, não só a do povo judeu retratada na bíblia, mas também toda nossa história, desde os confins da terra e para além da eternidade. Todos têm a realização de sua história, na história do Filho do Homem, que traz a humanidade de volta ao esplendor de sua origem primeira. Para melhor compreender-se, basta buscar as palavras citadas no Salmo 8, 4-9, pelo salmista.

“Quando vejo os teus céus, obra dos teus dedos /a lua e as estrelas, as coisas que criastes,

que é o homem para dele te lembrares / o Filho do homem, para que o visites,

Tu o fizeste pouco menor que os anjos / de glória e de honra o coroaste,

e o constituíste acima das obras de tuas mãos / tudo se sujeitaste aos seus pés,

todas as ovelhas e os bois / além de todos os animais do campo.

Os pássaros do céu e os peixes do mar / e todo ser que percorre as veredas dos mares”.

O nascimento de Jesus que celebramos junto com Maria, é celebrar a presença de Deus entre nós e ter a certeza de que com Ele e para Ele, nada é impossível. Assim como Maria se colocou à disposição de Deus, doando todo seu amor, dizendo o seu “sim”, assim, também, coloquemos nós, com todo nosso amor, à disposição de Seu Filho, Filho de Deus, ressuscitado, que está permanentemente, no meio de nós e “em nós”.

FELIZ NATAL.

 

Neuza Silveira de Souza. Coordenadora do Secretariado Arquidiocesano Bíblico-Catequético de Belo Horizonte.