Santuário Arquidiocesano

Paróquia Nossa Senhora de Lourdes (Lourdes)

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História da Basílica de Lourdes

A Basílica Nossa Senhora de Lourdes, localizada à rua da Bahia, 1596, no bairro de Lourdes, em Belo Horizonte, Minas Gerais, tem sua construção datada do ano de 1923.  Diversas atividades e comemorações marcaram e ainda marcam a celebração do seu centenário.

Antes da atual Basílica de Lourdes, mais precisamente no início do século XX, nos anos de 1913, existia uma pequena capela localizada à rua Aimorés, onde se venerava Nossa Senhora de Lourdes, entre as ruas da Bahia e Espírito Santo, hoje o Colégio Imaculada Conceição.  A pequena capela estava vinculada à Igreja da Boa Viagem, cujo pároco era o Monsenhor Francisco Martins Dias.

A imagem de Nossa Senhora de Lourdes, a mesma que é venerada na gruta localizada na parte interna da Basílica, chegou ao Brasil em 24 de junho de 1900, oriunda de Paris. Em 12 de julho de 1911, o Arcebispo de Mariana, cuja diocese pertencia à cidade de Belo Horizonte, Dom Silvério Gomes Pimenta, concedeu por meio de documento oficial aos Missionários Claretianos o uso perpétuo da capela.

Em agosto de 1911, chegaram os primeiros claretianos à cidade de Belo Horizonte, a saber, os padres Antônio Berenguer, Gregório Agoitia, Sebastião Pujol, este último nomeado primeiro vigário e pároco da recém-criada paróquia em 1923, e o irmão André Balselles, que logo se apresentaram comprometidos e devotados na construção da nova igreja e na formação de uma comunidade em honra à Nossa Senhora de Lourdes, passando a residir em uma casa em frente à capela adquirida em 1913.

Em julho de 1914, padre Ângelo, pároco à época, já conclamava o povo para a construção de uma nova igreja. Assim, em 1915, compraram o Palacete Olyntho, na esquina das ruas Aimorés e Bahia, que veio a se tornar o Instituto Claret. O plano era construir uma grande igreja que substituísse a capela, sendo lançada e abençoada em 3 de maio de 1916 a pedra fundamental da futura igreja.

Em 19 de março de 1923, Dom Antônio dos Santos Cabral, o primeiro Bispo de Belo Horizonte, assinou portaria criando a nova paróquia e lavrou a provisão de pároco a favor do padre Sebastião Pujol, Superior da Comunidade Claretiana, já residente em Belo Horizonte, que assumiu, ainda na antiga capela, no dia 13 de maio do mesmo ano. Exerceu a função de pároco no período de 1923 a 1925, durante o pontificado do Papa Pio XI. Posteriormente, voltou a assumir a paróquia no período de 1943 a 1945.

No intervalo entre 1925 e 1943, padre Hygino Chasco esteve à frente da paróquia. Em 1945, padre Roberto Pérez assumiu.

O PROJETO ARQUITETÔNICO

O autor do projeto arquitetônico da igreja foi Manoel Ferreira Tunes, e sua construção foi executada por Antônio Gonçalves Gravatá, Diretor de Obras Públicas da Prefeitura de Belo Horizonte, à época.

A Basílica de Nossa Senhora de Lourdes representa um grande monumento arquitetônico com uma estrutura externa magnífica, destacando-se a torre que possui uma profusa ornamentação de pináculos. A parte externa superior tem a função de iluminar a Igreja, semelhante às construções góticas espanholas.

No entorno e no interior da Basílica, prédio tombado pelo município, é impossível não se impressionar com sua imponência, cuja composição é formada por vitrais, luminárias, sinos, capelas, ornamentos, ícones dos santos, um belíssimo altar, a gruta de Nossa Senhora de Lourdes, o órgão de tubos adquirido em 1950 e muitos outros detalhes que a tornam particularmente querida em nossa cidade.

A planta da construção veio de Córdoba, Argentina, em estilo neogótico, com projeto elaborado pelo missionário Claretiano Echarri. Posteriormente, foram acrescidos o cruzeiro e duas naves laterais, conforme projeto de Manoel Ferreira Tunes.

A estrutura da Basílica é composta por três naves, com 47 metros de comprimento e 17 de largura, sendo 27 metros na parte sob o cruzeiro. A igreja possui 20 metros de altura, com torre de 54 metros e capacidade para 350 pessoas sentadas. No interior da igreja há três imagens de Nossa Senhora de Lourdes, a primeira em madeira, geralmente utilizada em procissões e coroações, a segunda esculpida em gesso, com 123 anos, localizada na Gruta de Lourdes e a terceira, no altar-mor, vinda do Rio de Janeiro para marcar a sagração da igreja à categoria de Basílica, pelo Papa Pio XII, no ano de 1958.

A Igreja de Nossa Senhora de Lourdes teve sua primeira missa celebrada em 25 de dezembro de 1922, quase um ano antes de ser inaugurada oficialmente, no dia 14 de outubro de 1923, pelas bênçãos solenes do VigárioGeral Monsenhor João Rodrigues de Oliveira.

A Gruta dedicada à Nossa Senhora de Lourdes foi construída no entorno da Basílica com pedras de minério, recriando o ambiente de fé e devoção, onde está exposta a imagem em gesso vinda de Paris, datada de 24 de junho de 1900, e inaugurada em 11 de fevereiro de 1925.

Em 19 de março de 1923, o primeiro Bispo de Belo Horizonte, Dom Antônio dos Santos Cabral, assinou uma importante portaria, criando a paróquia. A referida data foi consagrada como um marco da história do templo e em 13 de maio de 1923 o padre Sebastião Pujol tomou posse como primeiro pároco.

Em 16 de maio de 1958, o Papa Pio XII declarou Basílica Menor a Igreja de Nossa Senhora de Lourdes, por preencher os requisitos exigidos, como possuir exímias qualidades artísticas e relevante concentração religiosa e piedosa.

LIMITES DA PARÓQUIA

Conforme página 1 do Livro de Tombo n. 1, está consignado:

“A paróquia limitar-se-á com a de São José e Barro Preto. Pelas avenidas Álvares Cabral e São Francisco e com a da Boa Viagem. Começam seus limites na Avenida Álvares Cabral, sobe por ambos os lados da rua da Bahia, ao chegar a rua Tomé de Souza, por esta desce o traçado da nova paróquia até encontrar com a rua paralela à Avenida São Francisco, os limites paroquiais da Vila de Lima.”

Dessa forma, percebemos que a paróquia tinha dimensões bem menores. Atualmente, pelo mapa que temos, a paróquia passou a ter outros limites, conforme demonstrado a seguir: partindo do cruzamento da avenida Bias Fortes com a rua Guajajaras, seguindo-se até a avenida João Pinheiro e subindo até a Praça da Liberdade. Desce-se então pela rua Gonçalves Dias e segue-se pela rua da Bahia, cruzando as ruas Alvarenga Peixoto e Tomás Gonzaga até a rua Antônio Aleixo. Esse é o limite sul da paróquia, sabendo-se que o Minas Tênis Clube não fica dentro dos limites da Paróquia de Lourdes. Teremos de alcançar a rua Felipe dos Santos, que começa em frente à portaria esportiva do clube e seguir por ela até o n. 400, quando encontra com a rua Curitiba. Seguindo por esta ao encontro novamente da rua Gonçalves Dias com a rua Santa Catarina e prosseguindo até a rua Guajajaras, que fecha o traçado dos limites da Paróquia de Lourdes.

Observando-se o mapa, concluímos que a Igreja de Lourdes faz limite com a Paróquia São José, Boa Viagem, Santo Antônio, Nossa Senhora de Fátima e Nossa Senhora da Consolação e Correia. Antes mesmo da construção da igreja, tal era o entusiasmo dos padres claretianos em seus trabalhos, que o padre Ozamis, claretiano ilustre, já declarava o seguinte na Revista de Lourdes (1912-1915, p. 75): “aqui nesta santa Colina, onde a Virgem Maria quis assentar o seu trono, deverá levantar um vasto templo, se for possível, grandiosa Basílica, porque disse-o há pouco uma voz responsável: a capela de Lourdes não é uma figura decorativa da capital, é uma necessidade social!”

INSPIRADA PROFECIA

A obra prosseguia com entusiasmo, porém com alguns percalços. Ainda assim, a igreja foi aberta ao culto normal no dia 25 de dezembro de 1922, quando foi celebrada a primeira missa pelo Bispo Dom Cabral, com a presença de muitos fiéis.

Entretanto, a bela igreja só recebeu a bênção solene de inauguração das mãos do Revmo. Vigário-Geral Monsenhor João Rodrigues de Oliveira, no domingo, dia 14 de outubro de 1923.

O templo inaugurado ainda encontrava-se inacabado; faltava o reboco, a torre, os altares e outros retoques finais. A dívida era consideravelmente alta.

PLANTA E ESTILO DA BASÍLICA

O Sr. Antônio Gravatá assumiu, posteriormente, a direção da obra, construindo o zimbório, as naves laterais e a torre, cuja construção ocorreu no período de 1929 a 1930.

Em entrevista ao Jornal Estado de Minas, em agosto de 1929, o Sr. Gravatá declarou o seguinte: “toda a Igreja é em estilo gótico puríssimo, com suas agulhas e ogivas dispostas a formar um belíssimo conjunto arquitetônico.”

A torre foi feita, inicialmente, com uma cruz de quatro metros, porém foi retirada pelo risco de que viesse a cair pela força dos ventos. A cruz atual é menor e recebeu a bênção no dia 7 de outubro de 1929.

Comparando dados divergentes, foram assumidas as seguintes medidas:

Comprimento: 47 metros;

Largura: 17 metros (alargando-se para 27 metros na parte sob o cruzeiro);

Altura da nave central: 20 metros;

Torre: 54 metros;

Zimbório: 38 metros (equivale ao remate exterior da cúpula das grandes igrejas e edifícios, domo, abóbada, arcada, arqueamento, cúpula).

Toda construção obedecia ao puro estilo gótico, resultando numa verdadeira obra de arte, como descrito na Revista de Lourdes de 1923, p. 320.

A PARÓQUIA E O TÍTULO OFICIAL DE BASÍLICA

No ano de 1921, Belo Horizonte se torna Arquidiocese e, em março de 1923, a Igreja de Nossa Senhora de Lourdes é elevada à categoria de paróquia com todos os efeitos jurídicos, pois nesta data a Igreja de Lourdes ainda era conhecida como capela, santuário, basílica… segundo o Direito Canônico, simplesmente uma capela que pertencia à Paróquia da Boa Viagem.

No ano de 1958, foi comemorado o centenário das aparições de Nossa Senhora à Santa Bernadete e, na cidade de Lourdes, França, houve um Congresso Mariano Internacional. Em decorrência dessa importante data, o Arcebispo Dom João Rezende Costa, da Arquidiocese de Belo Horizonte, também comemorou o grande acontecimento com vários movimentos, celebrações, romarias e uma semana mariana pela chegada de uma imagem fac-símile (réplica) da original que está na Gruta de Massabielle.

A Igreja de Nossa Senhora de Lourdes também comemorou o fato condignamente, sendo realizada em 25 de março daquele ano jubilar, por Dom Francisco Prada, pároco de Lourdes, a cerimônia da sagração da igreja.

Quanto à coroação da imagem, esta foi adiada de maio para novembro, devido à enfermidade do Papa Pio XII. Dessa forma, no dia 1º de novembro de 1958, à tarde, a belíssima imagem de Nossa Senhora de Lourdes, que é venerada no altar-mor, foi levada em procissão solene até a Praça da Liberdade, onde foi celebrada uma missa presidida por Dom João Rezende Costa. Após a missa, o Sr. José Francisco Bias Fortes, Governador do Estado de Minas Gerais, e o Sr. Celso Mello de Azevedo, Prefeito Municipal, levaram a coroa de Nossa Senhora, desenhada e confeccionada em reprodução às linhas góticas da Basílica, e o terço para receber a bênção, seguida pela coroação feita por Dom João.

Na ocasião, dia 16 de maio de 1958, Dom João leu a bula papal Praecípua Laude, em que o Papa Pio XII declarou a Igreja de Lourdes como Basílica Menor.

Em geral, quem coroa a imagem de Nossa Senhora é o cabido do Vaticano.   Sempre uma delegação do Vaticano é escolhida para que outro Cardeal ou Bispo venha, de fato, fazê-la. A coroação da imagem de Nossa Senhora de Lourdes seria feita pelo Cardeal Dom Carlos de Vasconcelos Motta, tendo este recebido a delegação, porém, na ocasião, ele teve que viajar a Roma para participar do conclave que elegeu o Papa João XXIII. A delegação passou para o Arcebispo de Belo Horizonte, Dom João de Rezende Costa.

A bula ressalta a beleza de nossa Basílica em seu estilo gótico, fala da devoção do povo e destaca a gruta a qual todos conhecemos, na capela ao lado do altar-mor.

Cabe ressaltar que basílica é uma palavra de origem grega que deriva da palavra basileus, que significa rei. Os reis da Pérsia recebiam seus súditos em salas enormes que chamavam basílicas (salas do Rei). A partir do século IV, o número dos cristãos aumenta e para receber os fiéis em orações ou celebrações começaram a construir grandes templos, denominados Basílicas.

Hoje, o título de Basílica tem um significado peculiar. É concedido pelo Papa a algumas igrejas que preenchem determinados requisitos: qualidades artísticas, notória importância espiritual e histórica, bem como importância e destaque na vida pastoral e na devoção dos fiéis. Para receber o título de Basílica é de suma importância proceder a uma série de diligências, mediante certos ritos: documento oficial do Papa, sagração e coroação da imagem.

ORNAMENTOS ARTÍSTICOS DA BASÍLICA EM SUA PARTE EXTERNA

Na fachada da Basílica, observam-se peanhas em concreto (pequeno pedestal de base redonda ou quadrada, e que serve de suporte a um busto) encimadas por dosséis (armação saliente, forrada, franjada, que se coloca como enfeite sobre altares) para protegê-las, onde se pode ver sete imagens feitas em cimento, modeladas em Belo Horizonte, na M. Pongetti.

No alto, ao centro, destaca-se a imagem de Nossa Senhora de Lourdes, medindo 2,70 m (dois metros e setenta centímetros).

À direita de quem entra na Basílica, do centro para fora, estão as imagens de Santo Antônio Maria Claret (1807- 1870), fundador da Congregação dos Padres Claretianos; Santo Inácio de Loyola (1491-1556), fundador da Companhia de Jesus (Jesuítas) e Santa Teresa de Ávila (1515- 1582), que foi a grande reformadora do Convento do Carmelo. Os três santos nasceram na Espanha.

À esquerda, do centro para fora, estão: a estátua do Papa Pio IX, que proclamou o dogma da Assunção de Nossa Senhora; a imagem de Santo Afonso Maria de Ligório (1696-1878), fundador da Congregação do Santíssimo Redentor (Redentoristas) e, por fim, uma estátua com as insígnias do martírio de Santa Catarina de Alexandria. Neste caso, é possível pensar em um equívoco do escultor que teria confundido a referida santa com Santa Catarina de Sena, que junto aos demais santos supracitados são considerados os padroeiros dos claretianos. As seis imagens medem cada uma 2,20m (dois metros e vinte centímetros).

AS IMAGENS DO INTERIOR DO TEMPLO

Nas duas naves laterais da Basílica estão seis altares belamente trabalhados, que abrigam as imagens veneradas, dispostas na seguinte ordem, do lado esquerdo de quem entra no Templo:

Santo Antônio

Feita em gesso, sua imagem foi adquirida no Rio de Janeiro e benzida no dia 7 de setembro de 1913. Santo Antônio é chamado de Lisboa ou Pádua, nasceu na cidade de Lisboa, mas viveu grande parte da sua vida em Pádua, onde pregou o Evangelho e foi sepultado.

São José

Confeccionada em madeira, a imagem veio de Barcelona (Espanha) e foi benzida no dia 7 de setembro de 1913. São José foi escolhido por Deus para ser o protetor da Virgem Maria e pai terreno de Jesus. As duas imagens citadas já pertenciam à antiga Capela de Lourdes.

Nossa Senhora Aparecida

Sua festa é comemorada no dia 12 de outubro e sua história remonta a 1917, quando numa pescaria no Rio Paraíba, em São Paulo, foi milagrosamente encontrada por um humilde pescador.  A imagem original é conservada na Basílica de Nossa Senhora de Aparecida, na cidade de Aparecida do Norte. No dia 31 de maio de 1931, Nossa Senhora Aparecida foi aclamada oficialmente por toda nação brasileira como Rainha e Padroeira do Brasil e recebeu uma rosa de ouro enviada pelo Papa Pio VI.

O GRUPO DAS IMAGENS DO CALVÁRIO

Cristo Crucificado

Imagem comprada na Casa Sucena, no Rio de Janeiro e benzida no dia 13 de abril de 1924.

Nossa Senhora das Dores

Sua festa é celebrada no dia 15 de setembro. Maria, a Mãe das Dores, esteve de pé ao lado da cruz do seu Divino Filho, até recebê-lo em seus braços, depois de morto.

São João Evangelista

A imagem recebeu a bênção no dia 21 de junho de 1931; na Basílica, São João Evangelista é festejado no dia 27 de dezembro. João foi o discípulo amado que esteve presente no momento da crucificação a quem Jesus entregou sua mãe e foi também o autor do 4° Evangelho e do livro do Apocalipse. Sob o altar, numa urna de vidro, vê-se a imagem de Cristo morto, a qual foi benzida no dia 6 de abril de 1930, num Domingo da Paixão. Tal imagem foi adquirida em Porto Alegre.

Do lado direito, a partir da porta principal da igreja, estão os outros três altares centrais:

Santa Teresinha do Menino Jesus

Sua imagem foi confeccionada em gesso e mede 1,5m (um metro e meio). Chegou da França em 1925 e foi benzida no dia 2 de janeiro de 1926, dia do aniversário de Santa Teresinha. Sobre sua origem há duas versões: a primeira relata que veio de Paris e foi escolhida pela Madre Superiora do Convento, que era irmã de Santa Teresinha. A segunda versão diz que a imagem foi modelada em Lisieux (França), sob orientação de uma de suas irmãs.

Teresinha nasceu em Alençon (França) em 1873 e aos 16 anos entrou para o Convento como monja carmelita. Morreu em 30 de setembro, com 24 anos, depois de uma vida de extrema santidade. Foi canonizada em maio de 1925 pelo Papa Pio XI e, apesar de nunca ter se ausentado do convento, foi declarada Padroeira das Missões em 1927 e considerada Doutora da Igreja por sua humildade e sua maneira singular de alcançar a santidade, praticando a chamada infância espiritual.”

Santo Antônio Maria Claret

Fundador da Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria. Foi beatificado em 1934 e canonizado em 1950. A imagem de gesso foi entronizada na Basílica na época de sua canonização. Antônio Claret nasceu em Sallent, Diocese de Vic, na Espanha, em 1807. Sacerdote, apóstolo e missionário, seus trabalhos continuam por meio de seus padres em mais de 70 países. Foi Arcebispo de Santiago de Cuba e voltando à Espanha foi chamado a ser confessor da Rainha Isabel II.  Morreu pobremente no exílio, aos 64 anos, em 24 de outubro de 1870. Sua canonização ocorreu pelo Papa Pio XII, em 7 de maio de 1950. No dia de sua canonização, o Papa disse: “Claret, pequeno no tamanho, mas gigante no coração”.

Prosseguindo pela nave central da Basílica, chegamos ao transepto que abriga à esquerda o altar do Coração de Jesus e à direita o altar do Coração de Maria, ambos os altares executados em mármore branco com ornamentos em mármore de outros tipos e coloridos, praticamente iguais, com exceção dos trabalhos no frontal da mesa e na porta do sacrário, provavelmente obra do mesmo artista.

As imagens do Coração de Jesus e do Coração de Maria feitas de madeira vindas da Espanha e de grande beleza artística pertenceram à antiga Capela de Lourdes. A imagem do Coração de Jesus foi benzida no primeiro domingo de junho de 1913 e sua festa é celebrada oito dias após a festa de Corpus Christi. Cabe salientar que as imagens do Coração de Jesus são sempre esculpidas de acordo com a aparição de Jesus à Santa Margarida Maria de Alacoque.

Numa anotação, no livro do Tombo n. l da Paróquia, encontra-se a data da fundação da seção feminina do Apostolado da Oração, em 27 de janeiro de 1924, com autorização diocesana do Arcebispo Dom Antônio dos Santos Cabral. A cópia do ato encontra-se conservado no Museu Paroquial.

A festa do Coração de Maria é celebrada na Basílica sempre no segundo sábado do mês de junho.

A NAVE CENTRAL

A nave central da Basílica apresenta os 14 (quatorze) quadros da Via-Sacra ou caminho percorrido por Jesus, desde o Pretório até o Calvário. Cada quadro, confeccionado em gesso, pintados de bege claro e detalhes azul e dourado, é conhecido como estação (destacione), recordando os passos da Via Dolorosa de Jesus. As paradas diante de cada estação nos ajudam a meditar profundamente sobre a Paixão e Morte do Senhor. Algumas são lembradas no Evangelho, outras originadas na tradição católica e na devoção popular. Os referidos quadros substituíram os anteriores na época da restauração.

Além dos quadros da Via-Sacra na nave central da Basílica, há belíssimos vitrais que merecem ser admirados pelos fiéis e visitantes. Veja-se:

Entrando na Basílica pela esquerda:

  • Maria Santíssima abraça seu filho Jesus, antes de levá-lo à sepultura;
  • Jesus crucificado; Maria amparada por São João Evangelista e Madalena aos pés da cruz;
  • Jesus encontra sua Mãe no caminho para o Calvário;
  • Jesus ressuscita o filho da viúva de Naim;

Sobre o altar do Coração de Jesus:

  • Jesus, o Bom Pastor, e a ovelha perdida;
  • Agonia de Jesus no Horto das Oliveiras;
  • Jesus e os Discípulos de Emaús;

Entrando na Basílica pela direita:

  • A Ressurreição de Jesus;
  • O nascimento do Menino Jesus;
  • A visita da Virgem Maria à Santa Isabel;
  • Santo Antônio Maria Claret aos pés de Nossa Senhora;

Sobre o altar do Imaculado Coração de Maria:

  • Anunciação de Maria;
  • Consagração do mundo ao Coração de Maria pelo Papa Pio XII, em 31 de outubro de 1942;
  • Assunção de Maria.

CAPELA-MOR (OU PRESBITÉRIO)

O altar-mor foi feito em mármore branco, com detalhes em mármores de várias colorações na mesa e no retábulo.

O centro é ocupado pelo nicho com baldaquino que abriga a imagem de Nossa Senhora de Lourdes, a mesma que foi benzida no dia da inauguração solene da Basílica (14 de novembro de 1923) e que foi levada solenemente à Praça da Liberdade para ser coroada, quando da elevação da Igreja à categoria de Basílica Menor.

A imagem de Maria foi esculpida em madeira e possui 2m (dois metros).  Foi comprada na Casa Sucena (Rio de Janeiro).

Ladeando o altar, as imagens de dois anjos adoradores sustentam os candelabros.

São cinco os vitrais que ornam o interior do zimbório, a começar pela esquerda:

  • “Elevamos a Igreja de Lourdes à dignidade de Basílica Menor. ” (Destaca-se a Figura do Papa Pio XII que concedeu esse privilégio);
  • Glorificação de Santa Bernadete;
  • Coroação de Nossa Senhora de Lourdes ao céu;
  • A benção dos doentes no Santuário de Lourdes, na França, com o Santíssimo no hostensório;
  • A Imaculada Conceição – Pio IX que definiu esse dogma.

altar usado para a celebração é uma obra confeccionada em mármore branco. Em alguns momentos, a luz do sol atravessa os vitrais e lança reflexos multicoloridos sobre o altar e alguns bancos mais próximos.

A GRUTA DA BASÍLICA – GRUTA DE NOSSA SENHORA DE LOURDES

Do lado esquerdo do presbitério, encontra-se a Gruta de Nossa Senhora de Lourdes, que, na Basílica, procura recriar o local onde, em 1858, por diversas vezes, a Virgem Maria apareceu à humilde jovenzinha, Bernadete Soubirous.

Foi construído um nicho de pedras de minério onde se apoia a imagem da Virgem de Lourdes feita em gesso, vinda de Paris, que chegou à estação ferroviária de Belo Horizonte no dia 24 de junho de 1900. Vale destacar que a imagem foi recentemente restaurada pela artista Luzia Marta, especialista em arte sacra. Pelas pedras da gruta, escorre um fio de água que cai em uma espécie de bacia ou tanque de pedras.

A partir de 1902, a imagem de Nossa Senhora passou a ser venerada na recém-inaugurada Capela de Lourdes, localizada na rua Aimorés.  A gruta, como não podia deixar de ser, apresenta também a imagem de Santa Bernadete, ajoelhada num patamar aos pés da Virgem.

Inaugurada em 11 de fevereiro de 1925, a gruta desde então, tem sido objeto de piedosa devoção dos fiéis que, constantemente, buscam auxílio da Virgem de Lourdes.

A capela da gruta ostenta pinturas de piedosa devoção dos fiéis, como pinturas de anjos músicos e painéis com a paisagem da cidade de Lourdes e de seu belíssimo Santuário, ambos de autoria de Bottcher, em 1940.

Ao lado da gruta, há um espaço para o velário onde são acesas as velas devocionais.  Neste compartimento existe um único vitral, do qual se conhece o doador – oferta da viúva de Michael E. Farah. Este vitral representa uma multidão diante da Basílica de Lourdes (Belo Horizonte), com suas velas acesas.

Na gruta há um livro exposto para depoimento dos fiéis, onde constam relatos impressionantes de inúmeras graças e bênçãos alcançadas.

A OUTRA CAPELA 

Do lado direito da capela-mor ou presbitério, encontra-se a capela com a imagem de Santo Expedito, doada por um devoto.

Sua festa é celebrada em 19 de abril e sua devoção existe desde o século VII quando era cultuado na Germânia e na Sicília. Acredita-se que Expedito pertencia ao exército romano, por isso é considerado patrono dos militares. Querendo converter-se à fé cristã, foi tentado pelo demônio na forma de um corvo que grasnava ao seu ouvido: “Crás! Crás!(Amanhã! Amanhã!). O Santo respondia: “Hodie! Hodie! ”, que significa hoje em latim. Hoje! Agora! Já! Tal resposta significou a urgência da sua decisão.  Por isso, é invocado nas causas inadiáveis.

Algum tempo mais tarde, foi entronizada na capela a imagem de Nossa Senhora Missionária da Boa Esperança, visando a um projeto de peregrinação; daí seu nome “Missionária” ou “Visitadora“.

Em seguida, passa-se para uma sala onde se encontra o confessionário, antiga peça de madeira trabalhada que, algumas vezes, é utilizado. Nesta sala estão duas imagens: São João Batista, adquirida em 1931, e São Judas Tadeu, discípulo de Jesus, irmão de Tiago Apóstolo e primo de Jesus. Escritos antigos comprovam que ele tinha pregado o Evangelho na Ásia Menor, Síria, Pérsia e Palestina, onde foi martirizado. Deixou-nos uma carta (Epístola de São Judas). É invocado nas causas de desespero e sua festa é celebrada no dia 28 de outubro.

Segue-se por mais duas salas até alcançar a sacristia e a sala onde os padres se paramentam. Nestas salas guardam-se móveis e objetos de uso nas celebrações.

O DINAMISMO E A MÍSTICA DA CONSTRUÇÃO – DEPOIMENTO  

Vejamos o depoimento do padre João Batista Megale, Pároco da Basílica, em novembro de 1992:

“Lendo a história da construção da Basílica, vemos emergir uma força mística que não pode ser enquadrada num cronograma, numa medida, numa apresentação qualificativa. Sente-se a presença desta força nos inúmeros trabalhos que, ao correr dos anos, das interrupções, foram cavando os alicerces, levantando as paredes, lançando ao céu a torre e o zimbório, tecendo em filigranas os coruchéus, estendendo o piso, cobrindo de reboco os tijolos, ornando o interior de altares e santos, mobiliando as naves de bancos e confessionários, filtrando o sol através de vitrais, inundando de melodias as naves ao som do órgão, levando mensagens ao longo do repique dos sinos, tecendo coroas de ouro para afronte da padroeira levada pelas praças, em solenes procissões.

Contou-se com verbas estaduais e municipais, mas as grandes fontes foram as inúmeras iniciativas de grupos e pessoas: barraquinhas nas avenidas, na Praça da Liberdade, cadernetas, listas, tômbolas, quermesses, rifas, espetáculo no teatro Municipal. Quantas pessoas, quantas comissões, quantos grupos se formaram e campanhas se empreenderam…

Os Missionários Claretianos, ao correr dos anos, iam-se revezando na coordenação dos trabalhos, na responsabilidade de angariar donativos.

Passaram dificuldades quando as dívidas eram grandes e houve missionário que foi de porta em porta esmolando. Mas de um modo particular, em todo este burburinho é, o povo fiel e devoto que aparece como herói anônimo que faz sacrifícios, comparece às promoções e festividades e toma parte ativa nas campanhas.

A construção da Basílica não se deu de maneira contínua. Houve interrupções mais ou menos prolongadas, em razão de problemas técnicos, de falta de dinheiro, da primeira guerra mundial etc.

Construir um templo é algo de nunca acabar e supõe constantes empreendimentos. A construção, a restauração, a manutenção de um templo reproduz em pedras e argamassas o processo da Igreja Viva que é o povo de Deus, que caminha, retrocede, toma novo impulso, se renova, mas sempre em direção da Terra Prometida.

Fazendo memória dos anos de construção, queremos prestar homenagem a todas as gerações que nos legaram tão belo patrimônio artístico e espiritual.

A força mística presente em tudo, ontem, hoje, unindo as gerações, é uma só: amor e devoção a Nossa Senhora. ”

RESTAURAÇÃO DA BASÍLICA

Desde que foi construída (1916-1923), a Basílica de Lourdes ainda não tinha passado por uma restauração tão ampla como a que teve em final de junho de 1990. Foram dois anos de luta ininterrupta, corajosa e cheia de entusiasmo.

No início, formou-se uma comissão coordenadora, atuando com grande disponibilidade, competência e dedicação. Para a arrecadação de fundos, contou-se com doações espontâneas, carnês, promoções especiais e ingressos do movimento paroquial. A obra teve o apoio confortante da Congregação Claretiana e, em especial, da Comunidade Claretiana de nossa Basílica. A Arquidiocese também prestou fraterno e caloroso incentivo.

Por fim, mas não em último lugar, coube aos paroquianos e aos amigos de Nossa Senhora e da Basílica a etapa da restauração mais importante, o que ocorreu de várias formas.

Nos dias 5, 6 e 7 de dezembro de 1992, foi celebrado o Tríduo em comemoração ao término da restauração da Basílica. No dia 8 de dezembro, festa da Imaculada Conceição, foram celebradas várias missas em agradecimento. Às 18 horas, houve a missa solene de ação de graças presidida por Dom Serafim Fernandes de Araújo, Arcebispo Metropolitano, e, após à missa, realizou-se a procissão luminosa e a coroação da imagem de Nossa Senhora de Lourdes.

A mencionada restauração foi realizada no período em que o padre João Batista Megale era o pároco da Basílica, a quem devemos grande parte desse resumo histórico.

O RELÓGIO DA TORRE

A negociação com a firma Condolo Labourau Decourt, do Rio de Janeiro, para aquisição do relógio da torre da Basílica de Lourdes, estendeu-se de julho a setembro de 1929. Toda correspondência daqui enviada foi assinada pelo Sr. Antônio Gonçalves Gravatá, engenheiro civil, encarregado da construção da torre. Ele escrevia em nome do padre Victor Artabe, CMF, então superior da Congregação dos Filhos do Imaculado Coração de Maria e vigário da freguesia de Lourdes.

O relógio apresenta apenas um mostrador luminoso com diâmetro de 1,25m, ponteiros e números romanos em metal, batendo horas e quartos de horas. Custou na moeda corrente da época 10.350.000 (dez mil, trezentos e cinquenta réis). Conforme o contrato, o relógio foi instalado na torre no dia 2 de fevereiro de 1930.

 OS SINOS DA BASÍLICA DE LOURDES 

Na Revista de Lourdes n. 195, publicada pelos padres do Coração de Maria, em Belo Horizonte, referente a janeiro/1930, lê-se assim: “esperamos a vinda próxima dos grandes sinos de bronze, procedentes da mais acreditada fundição da Espanha, com mais de mil quilos para fazer-se ouvir em toda a cidade de Belo Horizonte.

O dia 27 de abril de 1930, domingo, foi marcado por festas durante a bênção e a sagração dos três sinos da torre da Basílica. Às 9 horas da manhã, houve uma missa presidida por Dom Antônio dos Santos Cabral, Arcebispo de Belo Horizonte, acolitado pelo padre Daniel Cherry.

Após a missa, sob um toldo montado em frente à Basílica, passou-se ao ato da sagração e benção dos sinos, cujos paraninfos foram o Sr. Antônio Carlos, Chefe do Governo do Estado e sua esposa, além de outras autoridades e inúmeras pessoas notáveis. Uma multidão reuniu-se em frente ao Templo. Nessa ocasião, foi oferecida às pessoas presentes uma delicada lembrança com os seguintes dizeres:

“Levamos o nome de Imaculada Conceição, Sacratíssimo Coração de Jesus, Coração Imaculado de Maria e, temos por missão, cantar os dias festivos e alegres do catolicismo, dobrar nas horas tristes de luto e das lágrimas, e despertar os sentimentos religiosos dormidos no coração do pecador. Rolando em nossas vozes subirão ao céu os brados da fé cantando: Viva Jesus – Viva Maria! e pelos imensos e grandiosos horizontes desta formosa cidade ecoarão cada dia repetindo: Glória a Jesus – Glória a Maria!”.

De acordo com a Revista de Lourdes, acima citada, no dia 3 de maio de 1930, os sinos espalharam no ar os sons harmoniosos de seu bronze, anunciando sua inauguração oficial, do alto da torre da Basílica de Lourdes, no 14º aniversário de lançamento da pedra fundamental do Santuário e dia dedicado à Santa Cruz. Houve grande entusiasmo e aplausos quando o sacristão Lourenço fez tocar as Ave-Marias, como era de praxe em todas as igrejas dos padres claretianos.

Ouvindo os sinos, muitas pessoas correram entusiasmadas…

ORGÃO DE TUBOS

É fruto do sonho da geração que o construiu, sobretudo dos que cuidaram da música evoluída a ponto de as missas e outros ofícios assistidos com alegria e o prazer de ouvir a melhor que se fazia na cidade.

O primeiro grupo musical foi dirigido por Dona Ester Franzen de Lima, de origem paulista e aqui chegada por laços de casamento, como esposa do Dr. Bernardino de Lima. Sua filha e sucessora neste trabalho, Maria Auxiliadora Franzen de Lima, foi a responsável direta pela aquisição do órgão, com a cooperação de toda a comunidade e, segundo ela, com a colaboração também do Presidente Juscelino Kubitschek.

Dona Maria Auxiliadora dirigiu o Coral Regina Coeli, fundado por sua mãe, e tocou na Basílica por mais de 50 anos, até 1973 aproximadamente. Junto com ela o professor Valter R. Cardoso, que dirigiu o Coral Pio X, atuando até 1966, também por mais de meio século. São ambos grandes referenciais da música na Basílica de Lourdes, sempre se revezavam nas missas, bênçãos, novenas, Semana Santa e Natal.

Em 1972, Dona Guilhermina Chagas Cardoso Valadares, professora do Conservatório de Niterói e exímia instrumentista, atuou na Basílica até sua morte em 1992. Seu filho, o professor José Geraldo Chagas Valadares, junto com os professores Estela Groshwsky, Nísia Horta e Antônio Olímpio Nogueira são os atuais organistas da Basílica.

O órgão foi fabricado em Crema, na Itália, por Giovanni Tamburini, um grande organeiro que produziu milhares de instrumentos de altíssima qualidade, dentre os quais, os da Basílica de São Pedro, no Vaticano, do Teatro Municipal de São Paulo e dos Salesianos de Niterói – o maior da América do Sul.

Distingue-se, especialmente, pela beleza e suavidade do som. Possui dois teclados, pedaleira, fileiras de registros mais acoplamentos, combinação livre, pedais de expressão e de aumento, e transpositor – o primeiro fabricado por Tamburini, por instâncias e correspondência com o professor Valter R. Cardoso, com mais de 900 tubos sonoros.

No dia 30 de janeiro de 1949, padre Raimundo Jofre, então vigário, falou aos fiéis nas missas sobre a ideia de uma campanha para a compra do órgão.

Já no domingo, 24 de dezembro de 1950, Dom Cabral procedia à benção do instrumento.

O primeiro recital foi realizado por Ângelo Camin, de São Paulo, e muitos outros organis

tas recitalistas passaram pela Igreja.

Diversas foram as reformas e os trabalhos de manutenção do instrumento, o maior deles, no início dos anos 60, que o instalou, conforme vemos hoje na parte superior anterior da abertura do coro. A última grande restauração foi realizada no período de fevereiro a setembro de 2004. A manutenção periódica, atualmente, é de responsabilidade do organeiro paulista Ricardo Clérice que, pela sua excelência, também cuida, dentre outros, dos órgãos da Capela do Colégio Santa Marcelina, da Pampulha, do Santuário do Caraça, das cidades de Matipó e Formiga, tendo, ainda, restaurado instrumentos da Catedral da Sé e do Teatro Municipal de São Paulo.

CAPELA DA RESSURREIÇÃO 

Em 2001, o padre Batista Megale, Pároco da Basílica de Nossa Senhora de Lourdes, foi transferido. Assumiu a paróquia o jovem padre Welington Cardoso Brandão, sendo empossado em maio de 2001. Dotado de um espírito amante da beleza, pensou e empreendeu a recuperação do porão da Basílica para transformá-lo em um lugar aproveitável para exercício de devoção.

Com arte e bom gosto, fez surgir ali o conjunto de salas que receberam o nome de Capela da Ressurreição.

Entra-se pela sacristia numa primeira sala que funciona como “cripta”, pois ali estão expostas, ao longo da parede, as fotos dos paroquianos, amigos e devotos de Nossa Senhora de Lourdes, já falecidos, cujos parentes desejam que sua lembrança seja cultuada no local. A missa que inaugurou o conjunto foi celebrada no dia 15 de julho de 2003, pelas almas representadas; além disso, no último sábado de cada mês, às 7h30, é celebrada uma missa especial, convidando todos os familiares e amigos para participar.

Adiante, vê-se a antiga pia batismal, esculpida em pedra, usada quando o Batismo era ministrado na entrada da Basílica.

A seguir, chega-se numa saleta onde estão expostas miniaturas das fachadas de diversas igrejas históricas de Minas Gerais. À direita está uma sala onde se mostram, de maneira emocionante e harmoniosa, as três fases da vida de Cristo: o nascimento em Belém na manjedoura, a paixão e morte na cruz e a ressurreição. É esta sala que dá nome a todo o conjunto.

Prosseguindo, entra-se numa sala onde estão expostas belas imagens da Virgem Maria, representando muitas de suas numerosas invocações. Esta sala e as demais mostram lindos vitrais por onde penetram luz exterior, proporcionando uma bela iluminação natural. Os ambientes são iluminados por eletricidade, possuindo aparelho purificador de ar e antimofo.

Em outra sala, estão expostos os quadros da Via-Sacra que ornavam a nave central da Basílica antes da restauração e que foram substituídos por outros mais condizentes com a pintura pós-reforma. São quadros muito belos, montados com azulejos dourados, sobre os quais são pintadas em cores vivas as cenas da Via-Sacra.

Na última sala do conjunto, por ocasião do falecimento do padre João Batista Megale, no dia 8 de setembro de 2008, foi montada, em sua memória, como carinhosa homenagem de seus irmãos claretianos, uma exposição de fotografias, livros de sua autoria, cadernos de anotações e objetos pessoais do saudoso padre.

MUSEU PADRE SEBASTIÃO PUJOL 

No dia 15 de julho de 2003, também foi criado pelo pároco padre Welington o Museu da Basílica que recebeu como justa homenagem o nome de seu primeiro pároco, padre Sebastião Pujol (de 1923 a 1925 e de 1943 a 1945).

Nesse espaço, estão expostas as plantas originais que serviram de modelo para a construção da Basílica, imagens antigas, quadros com bênçãos, fotos antigas e atuais da história da Basílica, móveis e objetos em uso atualmente, além de fotos de todos os párocos anteriores.

Na porta de entrada, vê-se uma placa com a data da criação do museu e com os seguintes dados:

PARÓQUIA NOSSA SENHORA DE LOURDES

Museu Padre Sebastião Pujol,CMF

Delegação Independente do Brasil Central

Pe. Antônio Itamar da Silva, Superior Delegado, Comunidade de Belo Horizonte:

Pe. Marcos A. Mendes

Pe. Márcio S. de Souza;

Pe. Welington C. Brandão;

Ir. Jaime de Paula e Conselho Pastoral Paroquial.

CAMINHO DE LUZ 

Do lado esquerdo de quem entra na Basílica, encontra-se o espaço denominado “Caminho de luz”, um pequeno e bem cuidado jardim, com dois bancos à espera dos visitantes. Ao longo das três paredes, na barra, contemplam-se as estações da Via-Sacra. São 14 passos tradicionais do caminho de Jesus até o Calvário e o mais recente sugerido e acrescentado pelo Papa João Paulo II: a Ressurreição de Jesus. Os quadros foram pintados pelo Sr. Cleber Ramos, pintor popular, de estilo primitivista. O trabalho foi realizado em lajotas de pedra, misto de acrílico e látex para a pintura, o que permite sua exposição ao sol e à chuva, sem danos.

Os quadros apresentados possuem características e traços modernistas, cujos personagens se vestem com trajes atuais. As cenas são mostradas em logradouros conhecidos de Belo Horizonte. Desde sua criação, em 2003, esse espaço pode ser usado para a prática devocional da Via-Sacra, um lugar tranquilo, que propicia muita paz para a oração.

JARDIM DE MARIA/ESPAÇO ROSÁRIO/CAPELA DO SANTÍSSIMO

Entrando pela Secretaria da Paróquia ou pelo portão lateral, chega-se ao Jardim de Rosas, onde se venera uma imagem de Nossa Senhora de Lourdes, por isso esse espaço é chamado Jardim de Maria.

À esquerda, encontra-se um espaço coberto onde se podem contemplar as gravuras referentes aos mistérios do Santo Rosário e muitos paroquianos costumam praticar essa devoção no local. Adiante, por uma porta aberta, permanentemente, entra-se na Capela do Santíssimo Sacramento.

Em determinados dias, o Santíssimo é transportado em procissão para essa capelinha e lá permanece exposto ao longo do dia. Os fiéis podem visitá-lo e permanecer algum tempo em oração, silenciosamente.

SECRETARIA PAROQUIAL

Outras dependências

Ainda no primeiro andar, fazendo parte do Centro Paroquial, estão a Secretaria Geral de Casamento, o Gabinete do Pároco, a sala de espera e uma sala onde se guardam doações para cestas básicas. Em uma sala de fundo, denominada “Santa Bernadete”, ficam as imagens da Virgem de Lourdes e de Santa Bernadete, além de cópias de fotografias de pessoas ligadas a Bernadete, de lugares e objetos de seu uso e de trabalhos de suas próprias mãos.

No primeiro pavimento, tem também um refeitório amplo, claro e arejado, a cozinha e os sanitários.

No segundo andar, o espaço comporta um auditório, a sala de reuniões, multimídia, da Pastoral da Música (onde são guardados os instrumentos e as partituras), a biblioteca e o acervo bibliográfico.

Numa sala contígua, funciona um Arquivo Histórico criado em dezembro de 2003 para preservar livros que contêm atas, relatórios de acontecimentos históricos da Basílica, assentamentos de batizados e casamentos, livro tombo e revistas de Lourdes publicadas pela paróquia no período de julho de 1911 a dezembro de 1935, encadernadas em 11 volumes. E, ainda, boletins paroquiais semanais reunidos em 65 volumes, no período de 1968 a 2001. Nessa sala, encontram-se álbuns fotográficos de eventos paroquiais, além de muitos livros de estimado valor.

Noutra ala, localizam-se o almoxarifado das pastorais e mais quatro salas usadas para reuniões e trabalhos e, ainda, uma sala reservada ao Coral Mater Dei.

A paróquia conta com várias pastorais, a saber: Pastoral da Criança; Catequese Infantil e de Perseverança; Catequese de Crisma; Legião de Maria; Apostolado da Oração; Liturgia; Pastoral do Batismo e da Crisma; Pastoral do Dízimo; Arquiconfraria do Imaculado Coração de Maria; Irmandade Verbum Dei e Pascom.

No terceiro andar, consta um arquivo morto com documentos paroquiais, processos matrimoniais e, ainda, um almoxarifado com objetos usados nas celebrações e festas.

Prédio Anexo 

Inaugurado no dia 6 de maio de 1976 pelo padre João Batista Megale. No prédio anexo funciona o Centro Social Santa Bernadete, que oferece vários cursos e serviços para as comunidades carentes da grande BH, são eles: médico, farmácia, dentista, psicólogo, aulas de música, cursos de línguas estrangeiras, aulas de artes (manuais, entre outras) e um salão de beleza para treinamento.

No térreo, temos um salão denominado Santa Bernadete, com capacidade para grandes reuniões, festa junina e recepções. No segundo andar funciona a sala de costura e bordados, a cargo da Pastoral Social, voltada para a assistência aos pobres, com doações mantidas pela organização de um bazar anual.

Toda a área em frente à Basílica é limitada por uma grade de ferro, com portões que se abrem nos horários das atividades.

Do lado esquerdo da Basílica, esquina com a rua Aimorés, temos uma parte ajardinada com canteiros gramados, doze palmeiras imperiais e, ainda, algumas árvores, como os flamboyants.

Diante de todo o exposto, esperamos que os estimados paroquianos, amigos e visitantes possam conhecer melhor nossa Paróquia/Basílica de Nossa Senhora de Lourdes.

 Estaremos sempre prontos e entusiasmados para recebê-los!

DATAS IMPORTANTES DA PARÓQUIA NOSSA SENHORA DE LOURDES 

FEVEREIRO: 

Dia 11 de fevereiro de 1921 – Aniversário de criação da Diocese de Belo Horizonte, pelo Papa Bento XV, e elevada à condição de Arquidiocese e Sede Metropolitana, em 1924, pelo Papa Pio XI; Festa de Nossa Senhora de Lourdes.

Dia 25 de fevereiro de 1934 – Beatificação do Padre Antônio Maria Claret por Pio XII (1934)

ABRIL: 

Dia 16 – Morte de Bernadete aos 35 anos em Nevers, França.

MAIO

Dia 03 de maio de 1916 – Bênção da pedra fundamental da Basílica de Lourdes em Belo Horizonte;

Dia 07 de maio de 1950 – Canonização de Santo Antônio Maria Claret pelo Papa Pio XII;

Dia 13 de maio de 1923 – Posse do 1º pároco da Paróquia de Lourdes, Pe. Sebastião Pujol;

Dia 28 de maio de 1898-  Fundação da Revista Ave-Maria;

JUNHO:

Dia 03 de junho de 1858 – Primeira Comunhão de Santa Bernadete;

Dia 24 de junho de 1900 –  Chega a Belo Horizonte a imagem de Nossa Senhora de Lourdes, que se encontra na Gruta da Basílica;

JULHO: 

Dia 16 de julho de 1858 – 18ª e última aparição de Nossa Senhora de Lourdes a Bernadete; 1849 – Antônio Maria Claret funda a Congregação dos Missionários Claretianos em Vic, na Espanha.    

OUTUBRO: 

Dia 12 de outubro Festa de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil;

Dia 14 de outubro de 1923 – Inauguração solene da Igreja de Lourdes em Belo Horizonte;

Dia 24 de outubro de 1870 – Festa de Santo Antônio Maria Claret (ano de seu falecimento, em Fontfroide, França);

Dia 25 de outubro de 1992 – Beatificação dos 51 Mártires Claretianos, em Roma.

NOVEMBRO: 

Dia 1 de novembro de 1958 – A Igreja de Lourdes é declarada Basílica Menor;

Dia 19 de novembro de 1895 – Chegada dos Missionários Claretianos ao Brasil;

Dia 20 de novembro – Beatificação do Padre Andrés Solá, Mártir Claretiano.

DEZEMBRO: 

Dia 08 de dezembro de 1933 – Canonização de Santa Bernadete em Roma;

Dia 18 de dezembro de 1858 – Aparições de Nossa Senhora a Santa Bernadete, na Gruta de Massabielle, Cidade de Lourdes (França). 

Outros fatos da aparição de Nossa Senhora de Lourdes a Bernadete:

Dia 4 de fevereiro – Bernadete volta à gruta. Aparição silenciosa. 

Dia 11 de fevereiro – Bernadete vai recolher gravetos na gruta. A Senhora aparece a ela. Nenhuma palavra. É um encontro de coração para coração.

Dia 18 de fevereiro – Bernadete pede à Senhora que escreva o nome dela. A Senhora sorri e diz: “O que eu vos tenho a dizer não precisa ser escrito” e acrescenta: Quereis ter a bondade de vir aqui durante quinze dias. Não vos prometo fazer feliz neste mundo, mas no outro“. 

Dia 19 de fevereiro – Oito pessoas estão na gruta, entre as quais a mãe e a tia de Bernadete, Bernarda. O rosto tranquilo de Bernadete dá segurança a todos.

Dia 20 de fevereiro – Estão presentes na gruta cerca de 30 pessoas.

Dia 21 de fevereiro – Há mais de cem pessoas e a polícia está presente. Bernadete é convocada para comparecer na Delegacia de Polícia.

Dia 23 de fevereiro – Estrade, um cobrador de impostos, está presente, a pedido do pároco, Pe. Peyramale, para ver o que está acontecendo.

Dia 24 de fevereiro – Há mais de 300 pessoas na gruta. Pela primeira vez Bernadete chora e explica: “A Senhora está triste”. Ela disse: Penitência e rezai pela conversão dos pecadores”.

Dia 25 de fevereiro – Bernadete choca por suas atitudes. Ela cava a terra com a mão e descobre uma pequena fonte de onde brota uma água lodosa. Ela bebe e seu rosto fica todo sujo. Ela come o mato que havia ali, por quê? A Senhora lhe havia dito: “Vós não vos importaríeis de beijar a terra, de caminhar de joelhos pelos pecadores? – Ide beber nessa fonte e nela vos lavar”.

Dia 27 de fevereiro – A Senhora voltou!

Dia 28 de fevereiro – Há mais de 1000 pessoas. Bernadete é interrogada por várias autoridades. Não se encontra nada contra ela.

Dia 1º de março – Bernadete repete os gestos de penitência. Dá-se o primeiro fato extraordinário. Uma mulher, Catarina Latapie, é curada da mão paralisada, após colocá-la na água da fonte.

Dia 02 de março – A Senhora diz a Bernadete: ” Ide dizer ao sacerdote para construir aqui uma capela e que se venha em procissão”.

Dia 03 de março – Mesmo pedido anterior.

Dia 04 de março – Mais de 10.000 pessoas. Longo êxtase de Bernadete.

Dia 25 de março  A Senhora diz seu nome a Bernadete: “Eu sou a Imaculada Conceição”.

Dia 07 de abril A vela acesa na mão de Bernadete se derrete, mas ela não se queima.

Dia 16 de julho – A última aparição. Bernadete afirma: “Ela (Nossa Senhora) está mais bonita do que nunca”. Bernadete estava do outro lado do rio.

Dia 18 de janeiro de 1862 A Igreja declara: “A Virgem realmente apareceu a Bernadete”.

 

REFERÊNCIA:

Arquivos da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes.