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Dom Walmor partilha reflexão sobre as tragédias ambientais deste período chuvoso

O arcebispo dom Walmor Oliveira de Azevedo, em mensagem compartilhada nas redes sociais, pede que todos cultivem “santa indignação”: “Cultivemos santa indignação para exigir das autoridades tratamento adequado à natureza”, diz.

A seguir, a mensagem completa.

Saúde e paz

As tragédias ambientais e as perdas humanas e materiais, em razão das chuvas, devem suscitar também uma santa indignação, com adequada consciência ecológica. As chuvas não podem ser responsabilizadas pelas tragédias e perdas. As águas que caem alimentam nossas nascentes, fazem brotar vida da terra, são essenciais para saciar a sede e a fome de todos os seres vivos. As chuvas são dádivas de Deus. Urgente é rever o estilo de vida atual, lutar por esperadas e qualificadas ações governamentais, superando lacunas na infraestrutura, evitando o descaso pelo ser humano, que gera morte e destruição.

Cultivemos santa indignação para exigir das autoridades tratamento adequado à natureza, com legislações e atitudes que garantam habitação segura e digna para os mais pobres, privados do direito básico à moradia. Os governantes, legisladores e autoridades do poder judiciário também precisam cuidar para que não haja desrespeito à natureza, agredida constantemente por uma exploração predatória irracional, de mineradoras e hidrelétricas, principalmente em Minas Gerais. Os rios transbordam também em consequência de inadequado tratamento ambiental. E as cidades sofrem com a falta de investimentos em infraestrutura, sacrificando especialmente os mais pobres. As autoridades exijam e promovam urgente reparação dos desastres ecológicos provocados por empreendimentos que ferem a natureza.

Por nossas preces e ações solidárias urgentes, emergenciais, neste contexto em que tantos sofrem, cultivemos sempre uma santa indignação, para inspirar e iluminar a nossa cidadania – e, juntos, desde já, anunciar o reino de Deus, com mais paz para todos. Unidos às vítimas em sua dor e em seu luto, mobilizados com evangelizadores de nossa Igreja, homens e mulheres de boa vontade, vamos amparar os que sofrem, no horizonte da fraternidade e da amizade social. Vamos atuar por políticas públicas adequadas e inegociáveis, e acompanhar um plano de investimentos à altura dos reparos requeridos. As dolorosas lições destas circunstâncias sejam aprendidas por todos nós, na medida de nossas responsabilidades por um novo tempo, e a chuva caia sempre como benção de Deus.