meu dia em oração
Ramos da Paixão
Apresentei as costas para os que me queriam bater e nem escondi o meu rosto dos insultos e escarros. O Senhor me ajuda, por isso não me sinto humilhado; endureço o meu rosto como pedra, porque sei que não vou me sentir fracassado. (Is 50,4-7)
1ª Leitura
Ele tinha a condição divina, mas não se apegou à sua igualdade com Deus. Pelo contrário, esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de servo e tornando-se semelhante aos homens. Assim, apresentando-se como simples homem, humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz! Por isso, Deus o exaltou grandemente, e lhe deu o Nome que está acima de qualquer outro nome; para que, ao nome de Jesus, se dobre todo joelho no céu, na terra e sob a terra; e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai. (Fl 2,6-11)
Salmo ou Hino
Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste? Todos os que me veem zombam de mim: «Ele recorreu ao Senhor… Pois que o Senhor o salve! Que o liberte, se é que o ama!» Posso contar todos os meus ossos. As pessoas repartem minhas vestes, e sorteiam a minha túnica. Tu, porém, Senhor, não fiques longe! Força minha, vem socorrer-me depressa!» (Sl 22,2a.8-9.17-18a.19-20.23-24)
Evangelho do dia
Faltavam dois dias para a festa da Páscoa e para a festa dos Ázimos. Os chefes dos sacerdotes e os doutores da Lei procuravam um modo esperto de prender Jesus e depois matá-lo. Eles diziam: «A fim de que, durante a festa, não haja confusão no meio do povo.» Jesus estava em Betânia, na casa de Simão, o leproso. Enquanto faziam a refeição, chegou uma mulher com um vaso de alabastro, cheio de um perfume de nardo puro, muito caro. Ela quebrou o vaso, e derramou o perfume na cabeça de Jesus. Alguns que aí estavam ficaram com raiva, e comentavam: «Por que desperdiçar esse perfume? O perfume poderia ser vendido por mais de trezentas moedas de prata, que poderiam ser dadas aos pobres.» E criticavam a mulher. Mas Jesus disse a eles: «Deixem-na. Por que vocês a aborrecem? Ela está me fazendo uma coisa muito boa. Vocês terão sempre os pobres com vocês, e poderão fazer-lhes o bem quando quiserem. Mas eu não vou estar sempre com vocês. Ela fez o que podia: derramou perfume em meu corpo, preparando-o para a sepultura. Eu garanto a vocês: por toda a parte, onde a Boa Notícia for pregada, também contarão o que ela fez, e ela será lembrada.» Judas Iscariotes, um dos doze discípulos, foi ter com os chefes dos sacerdotes, para entregar Jesus. Eles ficaram muito contentes quando ouviram isso, e prometeram dar dinheiro a Judas. Então Judas começou a procurar uma boa oportunidade para entregar Jesus. No primeiro dia dos Ázimos, quando matavam os cordeiros para a Páscoa, os discípulos perguntaram a Jesus: «Onde queres que vamos preparar para que comas a Páscoa?» Jesus mandou então dois de seus discípulos, dizendo: «Vão à cidade. Um homem carregando um jarro de água virá ao encontro de vocês. Sigam-no e digam ao dono da casa onde ele entrar: ‘O Mestre manda dizer: Onde é a sala em que eu e os meus discípulos vamos comer a Páscoa?’ Então ele mostrará para vocês, no andar de cima, uma sala grande, arrumada com almofadas. Preparem aí tudo para nós.» Os discípulos saíram e foram à cidade. Encontraram tudo como Jesus havia dito. E prepararam a Páscoa. Ao cair da tarde, Jesus chegou com os Doze. Enquanto estavam à mesa comendo, Jesus disse: «Eu garanto a vocês: um de vocês vai me trair. É alguém que come comigo.» Os discípulos começaram a ficar tristes e, um depois do outro, perguntaram a Jesus: «Será que sou eu?» Jesus lhes disse: «É um dos Doze. É aquele que põe comigo a mão no prato. O Filho do Homem vai morrer, conforme diz a Escritura sobre ele. Contudo, ai daquele que trair o Filho do Homem! Seria melhor que nunca tivesse nascido!» Enquanto comiam, Jesus tomou um pão e, tendo pronunciado a bênção, o partiu, distribuiu a eles, e disse: «Tomem, isto é o meu corpo.» Em seguida, tomou um cálice, agradeceu e deu a eles. E todos eles beberam. E Jesus lhes disse: «Isto é o meu sangue, o sangue da aliança, que é derramado em favor de muitos. Eu garanto a vocês: nunca mais beberei do fruto da videira, até o dia em que beberei o vinho novo no Reino de Deus.» Depois de terem cantado salmos, foram para o monte das Oliveiras. Então Jesus disse aos discípulos: «Vocês todos vão ficar desorientados, porque a Escritura diz: ‘Ferirei o pastor, e as ovelhas se dispersarão’. Mas, depois de ressuscitar, eu irei à frente de vocês para a Galileia.» Pedro declarou a Jesus: «Mesmo que todos fiquem desorientados, eu não ficarei.» Jesus disse a Pedro: «Eu garanto a você: ainda hoje, esta noite, antes que o galo cante duas vezes, você me negará três vezes.» Mas Pedro repetiu com mais força: «Ainda que eu tenha de morrer contigo, mesmo assim não te negarei.» E todos disseram a mesma coisa. Eles chegaram a um lugar chamado Getsêmani. Então Jesus disse aos discípulos: «Sentem-se aqui, enquanto eu vou rezar.» Jesus levou consigo Pedro, Tiago e João, e começou a ficar com medo e angústia. Então disse a eles: «Minha alma está numa tristeza de morte. Fiquem aqui e vigiem.» Jesus foi um pouco mais adiante, prostrou-se por terra e pedia que, se fosse possível, aquela hora se afastasse dele. Ele rezava: «Abba! Pai! Tudo é possível para ti! Afasta de mim este cálice! Contudo, não seja o que eu quero, e sim o que tu queres.» Depois Jesus voltou, encontrou os três discípulos dormindo, e disse a Pedro: «Simão, você está dormindo? Você não pôde vigiar nem sequer uma hora? Vigiem e rezem, para não cair na tentação! Porque o espírito está pronto para resistir, mas a carne é fraca.» Jesus se afastou de novo e rezou, repetindo as mesmas palavras. Voltou novamente, e encontrou os discípulos dormindo, porque seus olhos estavam pesados de sono. E eles não sabiam o que dizer a Jesus. Então Jesus voltou pela terceira vez, e disse: «Agora vocês podem dormir e descansar. Basta! Chegou a hora! Eis que o Filho do Homem vai ser entregue ao poder dos pecadores. Levantem-se! Vamos! Aquele que vai me trair já está chegando.» Logo mais, enquanto Jesus ainda falava, chegou Judas, um dos Doze, com uma multidão armada de espadas e paus. Iam da parte dos chefes dos sacerdotes, dos doutores da Lei e dos anciãos do povo. O traidor tinha combinado com eles um sinal, dizendo: «Jesus é aquele que eu beijar. Prendam, e levem bem guardado.» Judas logo se aproximou de Jesus, dizendo: «Mestre!» E o beijou. Então eles lançaram as mãos sobre Jesus, e o prenderam. Mas um dos presentes puxou a espada, e feriu o empregado do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha. Jesus perguntou: «Vocês saíram com espadas e paus para me prender, como se eu fosse um bandido? Todos os dias eu estava com vocês no Templo, ensinando, e vocês não me prenderam. Mas, isso é para se cumprirem as Escrituras.» Então todos fugiram, abandonando Jesus. Um jovem, vestido só com um lençol, estava seguindo Jesus, e eles o prenderam. Mas o jovem largou o lençol, e fugiu nu. Então eles levaram Jesus à casa do sumo sacerdote. E se reuniram todos os chefes dos sacerdotes, os anciãos e os doutores da Lei. Pedro seguiu Jesus de longe, e entrou no pátio da casa do sumo sacerdote. Sentou-se junto com os guardas, e se esquentava junto ao fogo. Ora, os chefes dos sacerdotes e todo o Sinédrio procuravam contra Jesus algum testemunho, a fim de o condenar à morte. E nada encontraram, porque muitos testemunhavam falsamente contra Jesus, mas os testemunhos deles não estavam de acordo. Alguns se levantaram e testemunharam falsamente contra Jesus, dizendo: «Nós o ouvimos dizer: ‘Vou destruir esse templo feito por homens, e em três dias construirei um outro, que não será feito pelos homens!’» Mas, nem mesmo assim o testemunho deles estava de acordo. Então o sumo sacerdote levantou-se e, no meio de todos, interrogou a Jesus: «Nada tens a responder aos que testemunham contra ti?» Mas Jesus continuou calado, e nada respondeu. O sumo sacerdote o interrogou de novo: «És tu o Messias, o Filho do Deus Bendito?» Jesus respondeu: «Eu sou. E vocês verão o Filho do Homem sentado à direita do Todo-poderoso, e vindo sobre as nuvens do céu.» Então o sumo sacerdote rasgou as próprias vestes, e disse: «Que necessidade temos ainda de testemunhas? Vocês ouviram a blasfêmia! O que parece a vocês?» Então todos eles decretaram que Jesus era réu de morte. Então alguns começaram a cuspir em Jesus. Cobriram o rosto de Jesus e o esbofeteavam, dizendo: «Faze uma profecia!» E os guardas lhe davam bofetadas. Pedro estava embaixo, no pátio. Chegou então uma criada do sumo sacerdote, e quando viu Pedro se esquentando, olhou bem para ele, e disse: «Você também estava com Jesus Nazareno!» Mas Pedro negou: «Não sei, nem compreendo o que você diz!» E o galo cantou. A criada viu Pedro, e começou a dizer novamente aos que estavam perto: «Esse aí é um deles!» Mas Pedro negou outra vez. Pouco depois, os que estavam junto diziam novamente a Pedro: «É claro que você é um deles, pois você é da Galileia.» Então Pedro começou a maldizer e a jurar, dizendo: «Nem conheço esse homem de quem vocês estão falando!» Nesse instante, o galo cantou pela segunda vez. Pedro se lembrou de que Jesus lhe havia dito: «Antes que o galo cante duas vezes, você me negará três vezes.» Então Pedro começou a chorar. De manhã, os chefes dos sacerdotes, com os anciãos, os doutores da Lei e todo o Sinédrio, prepararam um conselho. Amarraram Jesus, o levaram e entregaram a Pilatos. Pilatos interrogou a Jesus: «Tu és o rei dos judeus?» Jesus respondeu: «É você que está dizendo isso.» E os chefes dos sacerdotes faziam muitas acusações contra Jesus. Pilatos o interrogou novamente: «Nada tens a responder? Vê de quanta coisa te acusam!» Mas Jesus não respondeu mais nada, e Pilatos ficou impressionado. Na festa da Páscoa, Pilatos soltava o prisioneiro que eles pedissem. Nesse tempo, um homem chamado Barrabás estava preso junto com os rebeldes, que tinham cometido um assassinato na revolta. A multidão subiu, e começou a pedir que Pilatos fizesse como costumava. Pilatos perguntou: «Vocês querem que eu solte o rei dos judeus?» Pilatos bem sabia que os chefes dos sacerdotes haviam entregado Jesus por inveja. Porém os chefes dos sacerdotes atiçaram a multidão para que Pilatos soltasse Barrabás. Pilatos perguntou de novo: «O que farei então com Jesus que vocês chamam de rei dos judeus?» Mas eles gritaram de novo: «Crucifique!» Pilatos perguntou: «Mas, que mal fez ele?» Eles, porém, gritaram com mais força: «Crucifique!» Pilatos queria agradar à multidão. Soltou Barrabás, mandou flagelar Jesus e o entregou para ser crucificado. Então os soldados levaram Jesus para o pátio, dentro do palácio do governador, e convocaram toda a tropa. Vestiram Jesus com um manto vermelho, teceram uma coroa de espinhos e lha puseram na cabeça. Depois começaram a cumprimentá-lo: «Salve, rei dos judeus!» E batiam-lhe na cabeça com uma vara. Cuspiam nele e, dobrando os joelhos, prestavam-lhe homenagem. Depois de zombarem de Jesus, tiraram-lhe o manto vermelho, o vestiram de novo com as próprias roupas dele, e o levaram para fora, a fim de o crucificarem. Passava por aí um homem, chamado Simão Cireneu, pai de Alexandre e Rufo. Ele voltava do campo para a cidade. Então os soldados obrigaram Simão a carregar a cruz de Jesus. Levaram Jesus para o lugar chamado Gólgota, que quer dizer «lugar da Caveira». Deram-lhe vinho misturado com mirra, mas Jesus não tomou. Eles o crucificaram, e repartiram as roupas dele, fazendo um sorteio, para ver a parte de cada um. Eram nove horas da manhã quando crucificaram Jesus. E aí estava uma inscrição, com o motivo da condenação: «O Rei dos judeus.» Com ele crucificaram dois bandidos, um à direita e outro à esquerda. Desse modo cumpriu-se a Escritura que diz: «Ele foi incluído entre os fora-da-lei.» As pessoas que passavam por aí o insultavam, balançando a cabeça e dizendo: «Ei! Você que ia destruir o Templo, e construí-lo de novo em três dias, salve-se a si mesmo! Desça da cruz!» Do mesmo modo, os chefes dos sacerdotes, junto com os doutores da Lei, zombavam dele dizendo: «a outros ele salvou… A si mesmo não pode salvar! O Messias, o rei de Israel… Desça agora da cruz, para que vejamos e acreditemos!» Os que foram crucificados com Jesus também o insultavam. Ao chegar o meio-dia, até às três horas da tarde, houve escuridão sobre toda a terra. Pelas três horas da tarde, Jesus deu um forte grito: «Eloi, Eloi, lamá sabactâni?», que quer dizer: «Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?» Alguns dos que estavam aí junto, ouvindo isso, disseram: «Vejam, ele está chamando Elias!» Alguém, correndo, encheu de vinagre uma esponja, colocou-a na ponta de uma vara, e deu para Jesus beber, dizendo: «Deixem, vamos ver se Elias vem tirá-lo da cruz!» Então Jesus lançou um forte grito, e morreu. Nesse momento, a cortina do santuário se rasgou de alto a baixo, em duas partes. O oficial do exército, que estava bem na frente da cruz, viu como Jesus havia expirado, e disse: «De fato, esse homem era mesmo Filho de Deus!» Aí estavam também algumas mulheres, olhando de longe. Entre elas estavam Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, o menor, e de Joset, e Salomé. Elas haviam acompanhado e servido a Jesus, desde quando ele estava na Galileia. Muitas outras mulheres estavam aí, pois tinham ido com Jesus a Jerusalém. Ao entardecer, como era o dia da Preparação, isto é, a véspera do sábado, chegou José de Arimateia. Ele era membro importante do Sinédrio, e também esperava o Reino de Deus. José encheu-se de coragem, foi a Pilatos, e pediu o corpo de Jesus. Pilatos ficou admirado que Jesus já tivesse morrido. Chamou o oficial do exército, e perguntou se Jesus já estava morto. Depois de informado pelo oficial, Pilatos mandou entregar o cadáver a José. José comprou um lençol de linho, desceu o corpo da cruz, e o enrolou no lençol. Em seguida, colocou Jesus num túmulo, que tinha sido cavado na rocha, e rolou uma pedra para fechar a entrada do túmulo. Maria Madalena e Maria, mãe de Joset, ficaram olhando onde Jesus tinha sido colocado. (Mc 14,1-15.47)
Vivendo a Palavra
Era necessário que o vaso de alabastro se partisse para exalar o perfume e o nardo puríssimo invadisse a casa inteira. A metáfora prefigura o grande mistério da nossa fé: Jesus morreria em breve, mas o seu corpo sofrido, descido ao sepulcro, ressuscitaria glorioso para permanecer para sempre entre nós como sinal e perfume do Reino de Amor.
Oração Final
Pai Santo, faze-nos crianças encantadas e agradecidas diante do mistério do Cristo encarnado em Jesus de Nazaré, que viveu, amou, morreu, ressuscitou e permanece eternamente conosco. Não permitas, Pai querido, que nos acostumemos com a Verdade, mas que sigamos pela Vida afora o Caminho de Jesus, nosso Irmão que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Como foi seu momento de oração?
Que mensagem ficou em seu coração? Deixe seus comentários.