meu dia em oração
Pai, ajude-nos a compreender o caminho para a ressurreição
Vejam! O meu Servo vai ter sucesso, subirá e crescerá muito. Assim como muitos ficam espantados por causa dele – pois já não parecia mais gente, tinha perdido toda a sua aparência humana – assim também as nações numerosas levarão um susto. Diante dele os reis vão fechar a boca, pois verão uma coisa que nunca ouviram contar e compreenderão o que jamais ouviram. Quem acreditou em nossa mensagem? Para quem foi mostrado o Braço do Senhor? Ele cresceu como broto na presença do Senhor, como raiz em terra seca. Ele não tinha aparência nem beleza para atrair o nosso olhar, nem simpatia para que pudéssemos apreciá-lo. Desprezado e rejeitado pelos homens, Homem do sofrimento e experimentado na dor; como indivíduo de quem a gente esconde o rosto, Ele era desprezado e nem tomamos conhecimento dele. Todavia, eram as nossas doenças que Ele carregava, eram as nossas dores que Ele levava em suas costas. E nós achávamos que Ele era um Homem castigado, um Homem ferido por Deus e humilhado. Mas Ele estava sendo transpassado por causa de nossas revoltas, esmagado por nossos crimes. Caiu sobre Ele o castigo que nos deixaria quites; e por suas feridas é que veio a cura para nós. Todos nós estávamos perdidos como ovelhas, cada qual se desviava pelo seu próprio caminho, e o Senhor fez cair sobre Ele os crimes de todos nós. Foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; tal como cordeiro, Ele foi levado para o matadouro; como ovelha muda diante do tosquiador, Ele não abriu a boca. Foi preso, julgado injustamente; e quem se preocupou com a Vida dele? Pois foi cortado da terra dos vivos e ferido de morte por causa da revolta do meu povo. A sepultura dele foi colocada junto com a dos ímpios, e seu túmulo junto com o dos ricos, embora nunca tivesse cometido injustiça e nunca a mentira estivesse em sua Boca. No entanto, o Senhor queria esmaga-Lo com o sofrimento: se Ele entrega a sua Vida em reparação pelos pecados, então conhecerá os seus descendentes, prolongará a sua existência e, por meio dele, o Projeto do Senhor triunfará. Pelas amarguras suportadas, Ele verá a luz e ficará saciado. Pelo seu conhecimento, o meu Servo Justo devolverá a muitos a verdadeira Justiça, pois carregou o crime deles. Por isso eu lhe darei multidões como propriedade, e com os poderosos repartirá o despojo: porque entregou seu pescoço à morte e foi contado entre os pecadores, Ele carregou os pecados de muitos e intercedeu pelos pecadores. (Is 52,13-53,12)
1ª Leitura
Nós temos um Sumo Sacerdote eminente, que atravessou os Céus: Jesus, o Filho de Deus. Por isso, mantenhamos firme a Fé que professamos. De fato, não temos um Sumo Sacerdote incapaz de se compadecer de nossas fraquezas, pois Ele mesmo foi provado como nós, em todas as coisas, menos no pecado. Portanto, aproximemo-nos do Trono da Graça com plena confiança, a fim de alcançarmos Misericórdia, encontrarmos Graça e sermos ajudados no momento oportuno. Durante a sua vida na terra, Cristo fez orações e súplicas a Deus, em alta voz e com lágrimas, ao Deus que O podia salvar da morte. E Deus O escutou, porque Ele foi submisso. Embora sendo Filho de Deus, aprendeu a ser obediente através de seus sofrimentos. E, depois de perfeito, tornou-Se a Fonte da Salvação Eterna para todos aqueles que Lhe obedecem. (Hb 4,14-16;5,7-9)
Salmo ou Hino
Senhor, eu confio em Ti: «Tu és o meu Deus!» Em tuas Mãos está o meu destino: liberta-me dos inimigos que me perseguem! Faze brilhar tua Face sobre o teu servo. Salva-me! Sejam firmes, fortaleçam o coração, todos vocês que esperam no Senhor! Jesus deu um forte grito: «Pai, em tuas Mãos entrego o meu Espírito.» Dizendo isso, expirou. (Sl 31,2.6.12-13.15-17.25; Lc 23,46)
Evangelho do dia
Logo depois, Jesus saiu com seus discípulos, e foi para o outro lado do riacho do Cedron, onde havia um jardim. Ele entrou no jardim com os discípulos. Jesus já tinha Se reunido aí muitas vezes com seus discípulos. Por isso, Judas, que estava traindo Jesus, também conhecia o lugar. Judas arrumou uma tropa e alguns guardas dos chefes dos sacerdotes e fariseus e chegou ao jardim com lanternas, tochas e armas. Então Jesus, sabendo tudo o que Lhe ia acontecer, saiu e perguntou a eles: «Quem é que vocês estão procurando?» Eles responderam: «Jesus de Nazaré.» Jesus disse: «Sou eu.» Judas, que estava traindo Jesus, também estava com eles. Quando Jesus disse: «Sou eu», eles recuaram e caíram no chão. Então Jesus perguntou de novo: «Quem é que vocês estão procurando?» Eles responderam: «Jesus de Nazaré.» Jesus falou: «Já lhes disse que Sou Eu. Se vocês estão Me procurando, deixem os outros ir embora.» Era para se cumprir a Escritura que diz: «Não perdi nenhum daqueles que Me deste.» Simão Pedro tinha uma espada. Desembainhou a espada e feriu o empregado do sumo sacerdote, decepando-lhe a orelha direita. O nome do empregado era Malco. Mas Jesus disse a Pedro: «Guarde a espada na bainha. Por acaso Eu não vou beber o cálice que o Pai Me deu?» Então a tropa, o comandante e os guardas das autoridades dos judeus prenderam e amarraram Jesus. A primeira coisa que fizeram foi levar Jesus até Anás, que era sogro de Caifás, sumo sacerdote naquele ano. Caifás é aquele que tinha dado um conselho aos judeus: «É preciso que um homem morra pelo povo.» Simão Pedro e o outro discípulo seguiam Jesus. Esse discípulo era conhecido do sumo sacerdote, e entrou com Jesus no pátio do chefe dos sacerdotes. Mas Pedro ficou fora, perto da porta. Então o outro discípulo, que era conhecido do sumo sacerdote, saiu, conversou com a porteira e levou Pedro para dentro. A empregada, que tomava conta da porta, perguntou a Pedro: «Você não é também um discípulo desse Homem?» Pedro disse: «Eu não.» Os empregados e os guardas estavam fazendo uma fogueira para se esquentar, porque fazia frio. Pedro ficou se esquentando junto com eles. Então o sumo sacerdote interrogou Jesus a respeito dos seus discípulos e do seu ensinamento. E Jesus respondeu: «Eu falei às claras para o mundo. Eu sempre ensinei nas sinagogas e no Templo, onde todos os judeus se reúnem. Não falei nada escondido. Por que você Me interroga? Pergunte aos que ouviram o que Eu lhes falei. Eles sabem o que Eu disse.» Quando Jesus falou isso, um dos guardas que estavam aí deu uma bofetada em Jesus e disse: «É assim que respondes ao sumo sacerdote?» Jesus respondeu: «Se falei mal, mostre o que há de mal. Mas se falei bem, por que você bate em Mim?» Então Anás mandou Jesus amarrado para o sumo sacerdote Caifás. Simão Pedro ainda estava lá fora se esquentando. Perguntaram a ele: «Você também não é um dos discípulos dele?» Pedro negou: «Eu não.» Então um dos empregados do sumo sacerdote, parente daquele a quem Pedro tinha decepado a orelha, disse: «Por acaso eu não vi você no jardim com ele?» Pedro negou de novo. E, na mesma hora, o galo cantou. De Caifás levaram Jesus para o palácio do governador. Era de manhã. Mas eles não entraram no palácio, pois não queriam ficar impuros, para poderem comer a ceia pascal. Então Pilatos saiu para fora e conversou com eles: «Que acusação vocês apresentam contra esse Homem?» Eles responderam: «Se Ele não fosse malfeitor, não O teríamos trazido até aqui.» Pilatos disse: «Encarreguem-se vocês mesmos de julgá-Lo, conforme a Lei de vocês.» Os judeus responderam: «Não temos permissão de condenar ninguém à morte.» Era para se cumprir o que Jesus tinha dito, significando o tipo de morte com que Ele deveria morrer. Então Pilatos entrou de novo no palácio. Chamou Jesus e perguntou: «Tu és o rei dos judeus?» Jesus respondeu: «Você diz isso por si mesmo, ou foram outros que lhe disseram isso a meu respeito?» Pilatos falou: «Por acaso eu sou judeu? O teu povo e os chefes dos sacerdotes Te entregaram a mim. O que fizeste?» Jesus respondeu: «O meu Reino não é deste mundo. Se o meu Reino fosse deste mundo, os meus guardas lutariam para que Eu não fosse entregue às autoridades dos judeus. Mas agora o meu Reino não é daqui.» Pilatos disse a Jesus: «Então Tu és Rei?» Jesus respondeu: «Você está dizendo que Eu sou Rei. Eu nasci e vim ao mundo para dar testemunho da Verdade. Todo aquele que está com a Verdade, ouve a minha Voz.» Pilatos disse: «O que é a Verdade?» Ao dizer isso, Pilatos saiu ao encontro das autoridades dos judeus, e lhes disse: «Eu não encontro nele nenhum motivo de condenação. Contudo, existe um costume entre vocês: que eu lhes solte alguém na Páscoa. Vocês querem que eu lhes solte o Rei dos Judeus?» Então eles começaram a gritar de novo: «Ele não. Solte Barrabás.» Barrabás era um bandido. Então Pilatos pegou Jesus e O mandou flagelar. Os soldados trançaram uma coroa de espinhos e a colocaram na cabeça de Jesus. Vestiram Jesus com um manto vermelho. Aproximaram-se dele e diziam: «Salve, Rei dos Judeus!» E Lhe davam bofetadas. Pilatos saiu de novo e disse: «Vejam. Eu vou mandar trazer aqui fora o Homem, para que vocês saibam que não encontro nenhuma culpa nele.» Então Jesus foi para fora. Levava a coroa de espinhos e o manto vermelho. Pilatos disse-lhes: «Eis o Homem!» Vendo Jesus, os chefes dos sacerdotes e os guardas começaram a gritar: «Crucifique. Crucifique.» Pilatos disse-lhes: «Encarreguem-se vocês mesmos de crucificá-Lo, pois eu não encontro nenhum crime nele.» Os judeus responderam: «Nós temos uma Lei, e segundo a Lei Ele deve morrer, porque Se fez Filho de Deus.» Quando ouviu essas palavras, Pilatos ficou com mais medo ainda. Pilatos entrou outra vez no palácio e perguntou a Jesus: «De onde és Tu?» Jesus ficou calado. Então Pilatos perguntou: «Não me respondes? Não sabes que tenho autoridade para Te soltar e autoridade para Te crucificar?» Jesus respondeu: «Você não teria nenhuma autoridade sobre Mim, se ela não lhe fosse dada por Deus. Por isso, aquele que Me entregou a você, tem pecado maior.» Por causa disso, Pilatos se esforçava para soltar Jesus. Mas os judeus gritavam: «Se você soltar esse Homem, você não é amigo de César. Todo aquele que pretende ser rei, se coloca contra César.» Ouvindo essas palavras, Pilatos levou Jesus para fora. Fez que Jesus se sentasse numa cadeira de juiz, no lugar chamado «Pavimento», que em hebraico se diz «Gábata.» Era véspera da Páscoa, por volta do meio-dia. Pilatos disse aos judeus: «Aqui está o Rei de vocês.» Eles começaram a gritar: «Fora! Fora! Crucifique.» Pilatos perguntou: «Mas eu vou crucificar o Rei de vocês?» Os chefes dos sacerdotes responderam: «Não temos outro rei além de César.» Então, finalmente, Pilatos entregou Jesus a eles para que fosse crucificado. Jesus carregou a cruz nas costas e saiu para um lugar chamado «Lugar da Caveira», que em hebraico se diz «Gólgota.» E aí crucificaram Jesus com outros dois homens, um de cada lado, e Jesus no meio. Pilatos mandou também escrever um letreiro e colocou-o na cruz. Estava escrito: JESUS NAZARENO, O REI DOS JUDEUS. Muitos judeus puderam ver o letreiro, porque o lugar em que Jesus foi crucificado ficava perto da cidade. O letreiro estava escrito em hebraico, latim e grego. Então os chefes dos sacerdotes dos judeus disseram a Pilatos: «Não deixe escrito: ‘O Rei dos Judeus’, mas coloque: ‘Este Homem disse: Eu sou Rei dos Judeus’.» Mas Pilatos respondeu: «O que escrevi, está escrito.» Quando crucificaram Jesus, os soldados repartiram as roupas dele em quatro partes. Uma parte para cada soldado. Deixaram de lado a túnica. Era uma túnica sem costura, feita de uma peça única, de cima até em baixo. Então eles combinaram: «Não vamos repartir a túnica. Vamos tirar a sorte, para ver com quem fica.» Isso era para se cumprir a Escritura que diz: «Repartiram minha roupa e sortearam minha túnica.» E foi assim que os soldados fizeram. A mãe de Jesus, a irmã da mãe dele, Maria de Cléofas, e Maria Madalena estavam junto à cruz. Jesus viu a mãe e, ao lado dela, o discípulo que Ele amava. Então disse à mãe: «Mulher, eis aí o seu filho.» Depois disse ao discípulo: «Eis aí a sua mãe.» E dessa hora em diante, o discípulo a recebeu em sua casa. Depois disso, sabendo que tudo estava realizado, para que se cumprisse a Escritura, Jesus disse: «Tenho sede.» Havia aí uma jarra cheia de vinagre. Amarraram uma esponja ensopada de vinagre numa vara, e aproximaram a esponja da boca de Jesus. Ele tomou o vinagre e disse: «Tudo está realizado.» E, inclinando a cabeça, entregou o Espírito. Era dia de preparativos para a Páscoa. Os judeus queriam evitar que os corpos ficassem na cruz durante o sábado, porque esse sábado era muito solene para eles. Então pediram que Pilatos mandasse quebrar as pernas dos crucificados e os tirasse da cruz. Os soldados foram e quebraram as pernas de um e depois do outro, que estavam crucificados com Jesus. E se aproximaram de Jesus. Vendo que já estava morto, não lhe quebraram as pernas, mas um soldado lhe atravessou o lado com uma lança, e imediatamente saiu sangue e água. E aquele que viu, dá testemunho, e o seu testemunho é verdadeiro. E ele sabe que diz a Verdade, para que também vocês acreditem. Aconteceu isso para se cumprir a Escritura que diz: «Não quebraram nenhum osso dele.» E outra passagem que diz: «Olharão para aquele que transpassaram.» José de Arimatéia era discípulo de Jesus, mas às escondidas, porque ele tinha medo das autoridades dos judeus. Depois disso, ele foi pedir a Pilatos para retirar o Corpo de Jesus. Pilatos deu a autorização. Então ele foi e retirou o Corpo de Jesus. Nicodemos também foi. Nicodemos era aquele que antes tinha ido de noite encontrar-se com Jesus. Levou mais de trinta quilos de uma mistura de mirra e resina perfumada. Então eles pegaram o Corpo de Jesus e O enrolaram com panos de linho junto com os perfumes, do jeito que os judeus costumam sepultar. No lugar onde Jesus fora crucificado havia um jardim, onde estava um túmulo, em que ninguém ainda tinha sido sepultado. Então, por causa do dia de preparativos para a Páscoa e porque o túmulo estava perto, lá colocaram Jesus. (Jo 18,1-19,42)
Vivendo a Palavra
Eis a lição-síntese que Jesus quis ensinar com sua vida e nós, seus discípulos, devemos seguir: Ele encontrou os obstáculos inevitáveis que se opõem à caminhada humana. Vivendo-os intensamente, acolhendo-os e se identificando com eles, passou além deles. Jesus fez dos obstáculos, caminhos novos. Para Ele, a própria morte foi uma passagem – a Páscoa para a Ressurreição. Façamos o mesmo!
Oração Final
Diante do Crucificado, São João da Cruz orou assim:
«Não me move, meu Deus, para querer-Te,
o Céu que me hás um dia prometido.
Nem me move o inferno, tão temido,
para deixar por isso de ofender-Te.
Tu me moves, meu Deus, move-me ver-Te
cravado numa cruz e escarnecido,
move-me ver teu Corpo tão ferido,
move-me por fim, as afrontas e a tua morte…
Tu me moves, meu Deus, de tal maneira,
que ainda que não houvesse Céu, eu Te amaria;
e ainda que não houvesse inferno, temeria!
Nada tens que dar-me por querer-Te,
pois se ainda que o que espero não esperasse,
o mesmo que Te quero, quereria!»
Pai, Tu és a Fonte da nossa Paz! Que o teu Espírito nos faça compreender que a morte é o caminho necessário para a Ressurreição. E que vivamos cheios de esperança as dores inevitáveis desta vida, na certeza de que elas fazem parte da História que nos conduz ao teu Abraço Paternal e Eterno.
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