A Pastoral do Dízimo da Paróquia São Bernardo, situada no bairro São Bernardo, região norte de Belo Horizonte, conta com a dedicação de 45 agentes atuantes. Cada uma das nove comunidades que integram a Paróquia possui uma equipe formada com coordenação própria. Assim, a Paróquia São Bernardo tem toda a manutenção assegurada pelas contribuições dos dizimistas.
Há um encontro mensal de formação para todos os agentes da pastoral, em que são feitos estudos de documentos da CNBB e outros subsídios. Os participantes dos encontros discutem e sugerem as ações pastorais, sempre preservando a liberdade de cada comunidade praticar o que foi sugerido ou criar novas ações. O foco principal dos agentes é sempre o trabalho evangelizador.
São realizadas visitas regulares às residências dos dizimistas, ocasião em que os agentes entregam pessoalmente os envelopes destinados aos dizimistas para a contribuição mensal, com exceção dos que moram em apartamentos. A devolução dos envelopes com as contribuições é feita durante as celebrações do segundo domingo, sendo levados, pelos dizimistas, ao altar no momento do ofertório.
As datas festivas são lembradas pelas equipes do dízimo, com mensagens em cartões entregues aos dizimistas durante as visitas às residências. Os aniversariantes também são incluídos nas intenções das Missas, recebendo orações de toda a assembleia reunida.
Usando da liberdade de ação e criação, umas das comunidades da Paróquia São Bernardo, a comunidade São Tomás, incluiu na Catequese Infantil os ensinamentos sobre o dízimo: o que é, para que serve na comunidade, como se deve contribuir, dentre outros assuntos relacionados. Assim, os catequizandos desenvolvem a consciência de ser cristão pertencente e corresponsável com o projeto de evangelização em sua comunidade de fé.
O padre José de Oliveira Miguel, SDN, afirma que os fiéis vivem de maneira intensa e verdadeira a partilha. Por essa razão, não são cobradas taxas ou contribuições extras para a realização dos sacramentos, formação dos agentes de pastorais, reforma ou manutenção das capelas, aquisição de bens. Todas as necessidades são atendidas pelas contribuições recebidas do dízimo e aplicadas com especial atenção nas dimensões Religiosa, Eclesial, Missionária, Social ou caritativa.
Outra expressão forte de fé na partilha é o fato de todas as festas de padroeiros e outras datas de confraternização das comunidades serem realizadas sem cobrança ou venda de alguma coisa. Tudo acontece por meio da partilha ou doação para a celebração. A prestação de contas é levada a sério. Conforme afirma o pároco, cada comunidade faz a demonstração da aplicação do dízimo, com exatidão, nas reuniões dos conselhos.
Glaucilene de Souza, coordenadora da Pastoral do Dízimo da Comunidade São Tomás, confirma a satisfação da experiência de partilha na comunidade. Dizimista há dez anos e agente da Pastoral do Dízimo há cinco anos, todos os finais de semana ela dedica parte do tempo ao trabalho pastoral, tempo partilhado também com a Catequese Infantil. Ela relata que a experiência de partilha torna a comunidade uma grande família, “e isso é gratificante” – afirma. Na equipe que coordena, Glaucilene conta com a ajuda de João Marques, agente e dizimista desde a implantação da Pastoral do Dízimo na comunidade. Ele atua também na Liga Católica e Vicentinos.
Ser identificado como dizimista faz a diferença na vida de muitos fiéis, a exemplo de Maristela de Sousa, ministra da Eucaristia e dizimista. Por muitos anos, Maristela e o esposo contribuíram com o dízimo de forma anônima, sem identificação. Porém, com o incentivo do pároco e da Pastoral do Dízimo em realizar seu cadastro fornecendo dados pessoais, ela teve a surpresa de se deparar com a rejeição do esposo em compartilhar as informações. Maristela conta que ficou frustrada, pois acompanhava com satisfação os demais dizimistas serem reconhecidos em seus aniversários, receberem alguma lembrança ou mensagem. Sentia-se isolada. Mas, conversando sempre com esposo, ela conseguiu convencê-lo. Atualmente, ela mantém relacionamento direto e aberto com a Pastoral do Dízimo, sentindo-se parte viva da comunidade. Uma pequena mudança que fez total diferença em sua vida em comunidade.