O Papa Francisco concede o título de basílica às duas igrejas que integram o conjunto arquitetônico, natural e paisagístico do Santuário Basílica Nossa Senhora da Piedade, Padroeira de Minas Gerais, em 2017, ano de celebração dos 250 anos de peregrinações ao alto da Serra da Piedade. O reconhecimento o Pontífice é um dos capítulos especiais do amplo e contínuo processo de revitalização do Santuário – um coração revitalizado -, iniciado em 2010. O marco para o início das obras foi o Jubileu da Padroeira de Minas Gerais daquele ano, vivido de julho a setembro, quando bispos de todo o Brasil, a partir do convite de dom Walmor, peregrinaram ao Santuário. A presença dos bispos no alto da Serra, no início da década passada, fez lembrar o que ocorrera em meados do século 20. Naquela época, os bispos mineiros, incentivados pelo Cardeal Carlos Carmelo de Vasconcellos Motta, pediram ao Papa São João XXIII que reconhecesse Nossa Senhora da Piedade a Padroeira de Minas Gerais. O Santo Pontífice acolheu o pedido e, no dia 31 de julho de 1960, o Estado de Minas Gerais foi consagrado à sua Padroeira, em uma grande festa na Praça da Liberdade.
Aprofundar-se na história, olhar para o horizonte
Em respeito à história e, ao mesmo tempo, encantando com a devoção mineira à Mãe da Piedade, nos últimos 14 anos, o governo pastoral da Arquidiocese de Belo Horizonte promove avanços na infraestrutura do Santuário Basílica Nossa Senhora da Piedade, com a revitalização de igrejas, restauração da arte sacra e criação de novos ambientes para a vivência da fé. A singela Ermida da Padroeira de Minas Gerais, por exemplo, recebeu novos sinos – agora automatizados – nova iluminação e rampas de acesso. Sua infraestrutura foi contemplada com equipamentos tecnológicos para permitir transmissões de Missas e outros momentos de oração, apresentações artísticas e culturais, pela internet, rádio e TV. A imagem da Padroeira de Minas Gerais, obra de Aleijadinho, do século 18, foi revitalizada e passou por processo de descupinização. No Santuário, foram criados o jardim Horto das Oliveiras, com a imagem de Cristo, o Caminho das Dores de Nossa Senhora – jardim de espiritualidade, a Estação da Piedade – primeiro ponto de acolhida aos romeiros.
Números expressivos
Em 2010, antes de ser revitalizado, o Santuário recebia, em média, 30 mil visitantes por ano. Oito anos depois, o número já havia crescido exponencialmente: 500 mil pessoas visitaram o Santuário em 2018. O contínuo crescimento do número de peregrinos, em um território que reúne três biomas – Cerrado, Mata Atlântica e Campos Rupestres -, com um conjunto arquitetônico a 1746 metros de altitude, exigiu adequações estratégicas de mobilidade. Desde 2022, o sistema digital de agendamento, por meio do site do Santuário, permite uma eficiente gestão do trânsito e do acolhimento dos peregrinos, garantindo ainda mais qualidade à experiência do silêncio, da oração e da contemplação no alto da Serra da Piedade. Para contribuir com a sustentabilidade do Santuário, pede-se a cada visitante, uma contribuição com o valor de preservação, no processo de agendamento. Estão isentos moradores de Caeté e Sabará, cidades que iniciaram as peregrinações à Serra da Piedade. Também é pilar da sustentabilidade do Santuário a Família dos Devotos de Nossa Senhora da Piedade, consolidada nestas últimas duas décadas. Graças à generosidade de muitas pessoas, à dedicação da Igreja, é possível cuidar de um território sagrado com um milhão de metros quadrados, contemplando uma Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN), mananciais de água que abastecem populações, conjunto arquitetônico e paisagístico com preciosidades do barroco mineiro e da arte sacra nacional, riquezas que são síntese do Estado, inspirando a compreensão de que o Santuário Basílica Nossa Senhora da Piedade é “coração de Minas Gerais”, conforme palavras de dom Walmor.