“De repente, passaram-se 20 anos… Duas décadas com dom Walmor à frente da Arquidiocese de Belo Horizonte. Como ‘servidor primeiro’, como ele costuma dizer.” A recordação do professor Paulo Gontijo, diretor de finanças e controladoria na Sociedade Mineira de Cultura (SMC), lembra a marcante trajetória do arcebispo dom Walmor, também nos sistemas de gestão da Arquidiocese de Belo Horizonte. Logo que iniciou seu ministério, após conhecer a realidade da rede de instituições que integram a Arquidiocese de Belo Horizonte, dom Walmor chamou para si a responsabilidade de ser o “primeiro servidor” de cada uma delas: no exercício da presidência das instituições, nomeou um time de diretores e gestores para assessorá-lo. Assim, cada decisão de dom Walmor, na realidade singular de cada instituição arquidiocesana, foi balizada por pareceres técnicos, precedida de diálogos e discernimentos, em contextos marcados pela disponibilidade de todos caminharem juntos. “Ouso dizer que, em muitos aspectos, a Arquidiocese de Belo Horizonte tem sido considerada pioneira e, em muitos relatos externos, um modelo para outras (Arqui)Dioceses do Brasil”, observa o professor Paulo Gontijo, sublinhando que nesta construção há o trabalho dedicado e competente “de pessoas de hoje e de pessoas que já passaram pela Arquidiocese”. “Mas é inegável que a envergadura dos avanços muito se deve à luz que dom Walmor permanentemente, de forma incansável e resiliente, lança sobre o caminho”, reflete.
Sob a ótica da gestão, Paulo Gontijo destaca os avanços na profissionalização das instituições ocorridos nos últimos 20 anos, no cuidado atento e responsável com as questões da sustentabilidade financeira, assim como a busca incessante pela devida segurança jurídica, do trabalho permanente para estabelecer metas capazes de impulsionar novas conquistas. “Tudo isso sem perder de vista a missão primeira, o tempo todo presente sobre a mesa das incontáveis reuniões: o dever de ‘fazer mais e melhor, sobretudo para os pobres’, quase que um mantra permanentemente repetido por dom Walmor”, sublinha Paulo Gontijo. O professor observa ainda que sob o ponto de vista da gestão, chama atenção a forma inspiradora e contagiante de desenvolver um trabalho de excelência, de forma a fazer com que difíceis e complexos desafios pareçam simples: “É admirável a capacidade de dom Walmor de lançar-se, e lançar a todos nós, a novos desafios, a pensar e propor o que não fora ainda cogitado. E sobretudo a persistência. A capacidade de envolver aos outros, de abrir novas frentes, de fazer acontecer os primeiros passos sobre caminhos que até então pareciam inexploráveis.”
Paulo Gontijo lembra ainda que as instituições são maiores do que as pessoas, sublinhando que cada um, a seu tempo, faz o melhor que pode, no contexto em que vive e com os recursos que dispõe, sendo que essa evolução é uma das belezas da vida. Mas ainda assim, mesmo tendo a consciência que o mundo se move para frente, Paulo Gontijo ressalta que há poucas pessoas que marcam o seu tempo, e não somente por tudo o que realizam, mas também pela forma que o fazem. “Entre as pessoas que permanecerão sempre, em muitas obras, em muitos corações e mentes, dom Walmor seguramente será uma delas.”
Gestão com excelência
Os avanços na profissionalização da administração da Sociedade Mineira de Cultura (SMC), com reflexos na sustentabilidade das instituições, são destacadas pelo diretor de infraestrutura da SMC, professor Rômulo Albertini Rigueira: “Dom Walmor criou diretorias corporativas, em uma gestão mais próxima dele. Desse modo, conseguiu inteirar-se sobre todas as instituições, envolvendo-se diretamente. Primeiro criou a diretoria de finanças. Depois, a diretoria de recursos humanos. Por fim, instituiu a diretoria de infraestrutura. É um religioso, mas sem perder o cuidado com a dimensão da gestão. As diretorias buscaram agregar as boas práticas empresarias, a exemplo dos planejamentos plurianuais”, sublinha. Rômulo Albertini lembra que faz parte da gestão ter conhecimento prévio dos investimentos e das metas a serem alcançadas. “Com o tempo, contornamos desafios financeiros e alcançamos o equilíbrio. Foram criadas nove gerências, a assessoria de comunicação e marketing e as secretarias.”
Recordando sobre os últimos 20 anos, o professor Rômulo acredita que o primeiro grande desafio da gestão tenha sido equilibrar as contas. “Depois, foi possível avançar no fortalecimento das instituições, com novos investimentos”, observa. Neste sentido, Rômulo Albertini recorda que o arcebispo dom Walmor tem desenvolvido um precioso trabalho: “Dom Walmor recuperou, por exemplo, o Santuário Basílica Nossa Senhora da Piedade, que embora seja muito bonito, estava praticamente abandonado. Poucos conheciam o decreto que reconhece Nossa Senhora da Piedade a Padroeira de Minas Gerais (do Papa São João XXIII, divulgado em 31 de julho de 1960). A Assessoria de Comunicação e Marketing, criada por dom Walmor, tem papel fundamental nesta ampliação do alcance do Santuário, que de 30 mil visitantes, passou a receber mais de 500 mil, por ano.”
Vencendo preconceitos
Rômulo Albertini recorda ainda a ênfase na formação dos presbíteros, no fortalecimento do diaconato permanente e o trabalho desenvolvido no Convivium Emaús. “Uma convivência rica, entre os padres idosos e os seminaristas. O Brasil sofre com o etarismo e a população idosa continua a crescer”, sublinha o professor Rômulo.
Entre os projetos humanos, sociais, de gestão, envolvendo também a gestão solidária que contempla paróquias mais pobres, a rápida evolução tecnológica, Rômulo Albertini destaca com grande importância a Catedral Cristo Rei. “Dom Walmor resgata um sonho de dom Cabral e abraça um desafio enorme.” Albertini, que é professor no campo da engenharia, considera o Arcebispo um homem também dos números. Em suas palavras: “Um ótimo matemático. Sabe somar, multiplicar, subtrair e dividir. Tem a capacidade de fazer somar as instituições e as pessoas. De multiplicar recursos. Consegue também subtrair, agregando, unificando. E é capaz de dividir também – partilhando responsabilidades, delegando.”
Precisão e vivacidade
Nos últimos 20 anos dom Walmor trouxe um novo rosto à Arquidiocese de Belo Horizonte. “Precisão, sagacidade e sabedoria são marcas e características inquestionáveis, observadas e comprovadas por todos que convivem com ele”, observa a professora Liza Fensterseifer, diretora de Recursos Humanos da SMC. Liza sublinha um ponto interessante, ao longo dos últimos 20 anos as ações e obras foram tomando forma, ancoradas em um estilo de gestão inovador, mas sempre de modo colegiado, “o que influencia e determina, sobremaneira, a Arquidiocese que temos hoje, assim como produziu e produz bons e muitos frutos e resultados”, observa. Em 2024 foi confiada à professora Liza a gestão da diretoria de RH. “Ao ser convidada a assumir a gestão de pessoas na Arquidiocese de Belo Horizonte, o que tenho encontrado é um ambiente de acolhimento e compartilhamento, o que é, por si só, muito promissor e animador”, sublinha a professora, acrescentando ainda: “Neste novo papel, de diretora de RH, tenho a oportunidade de não mais observar de longe os feitos de dom Walmor, mas de passar a caminhar ao seu lado, assim como de tantos outros, com o desejo e a esperança de que muito mais se possa construir e avançar sob o seu comando à frente da Arquidiocese de Belo Horizonte.”